O governo brasileiro está disposto a trazer médicos estrangeiros para suprir necessidades de locais onde os serviços médicos são ausentes, ou muito dispersos.
Inicialmente falava-se que seriam apenas de Cuba, mas, o governo anunciou que eles poderão vir, também, de Portugal e da Espanha, sob o protestos de conselhos que representam a classe médica no Brasil.
A principal razão para a tomada dessa decisão é o fato de haver uma desigualdade muito grande na distribuição de médicos pelo território nacional, como conforme o demonstrativo a seguir, feito pelo Conselho Federal de Medicina.
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Distribuição dos médicos reforça desigualdade
- Atualmente, o Brasil conta com uma razão de 1,95 médico por grupo de 1.000 habitantes. Contudo, esse índice flutua nas diferentes regiões.
- O Sudeste, com 2,61 médicos por 1.000 habitantes, tem concentração 2,6 vezes maior que o Norte (0,98). O resultado do Sul (2,03) fica bem próximo do alcançado pelo Centro Oeste (1,99). Ambos têm quase o dobro da concentração de médicos por habitantes do Nordeste (1,19).
- Quando se olha por unidade da federação, no topo do ranking ficam Distrito Federal (4,02 médicos por 1.000 habitantes), o Rio de Janeiro (3,57), São Paulo (2,58) e Rio Grande do Sul (2,31). São números próximos ou superiores aos de países da União Europeia. Esses três estados, mais Espírito Santo (2,11) e Minas Gerias (1,97), estão acima da média nacional (1,95).
- Na outra ponta, estão estados do Norte (Amapá e Pará) e do Nordeste (Maranhão), com menos de um médico por 1.000 habitantes, índices comparáveis a países africanos. Um olhar mais de perto permite notar distorções e desequilíbrios ainda mais acentuados dentro dos próprios estados, regiões e micro-regiões.
- A concentração tende a ser maior nos pólos econômicos, nos grandes centros populacionais e onde se concentram estabelecimentos de ensino, maior quantidade de serviços de saúde e, consequentemente, maior oferta de trabalho. Regiões menos desenvolvidas, mais pobres e interiores de estados com grandes territórios e zonas rurais extensas têm, sabidamente, maior dificuldade para fixar e atrair profissionais médicos.----------------------------------------------------------------------------------------------------------Por razões diversas, médicos das capitais, em sua maioria, não querem trabalhar no interior. Aí entram fatores como ficar longe da família, qualidade de vida, além de outros.Recentemente, o médico e deputado Nélio Aguiar fez uma proposta para um médico conhecido seu, de Belo Horizonte, o qual convidou para vir trabalhar em Santarém, junto com ele, assegurando-lhe um salário de R$ 30 mil.O médico mineiro recusou a proposta,não porque estivesse ganhando mais na capital de seu estado, mas, porque não queria sair de lá para morar num lugar tão longe de sua família.Diante desta realidade, não se pode deixar de reconhecer o acerto da decisão do governo brasileiro de trazer médicos de outros países para suprir pelo menos parte de nossas necessidades.
Muito bom o site. Da equipe Clinicabr.com.br.
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