O secretário José Colares nesse período em que está à frente da secretaria de meio ambiente do estado tem demonstrado até uma boa vontade com essa região; já veio aqui várias vezes tratar de questões ambientais sejam ligadas a construção dos portos ou da garimpagem.
O problema é que nesse caso só a vontade do secretário não basta para resolver o problema ambiental que ocorre nos garimpos. A SEMMA do estado esbarra nas suas próprias limitações de se fazer efetivamente presente nessa região e sem uma fiscalização rigorosa é utopia pensar que o garimpeiro vai se adequar à legislação, que vai cumprir o que foi definido nessa instrução normativa...
Esse decreto pode até colocar um freio na devastação do rio Tapajós e seus afluentes, mas jamais vai fazer o garimpeiro mudar o seu comportamento em relação ao meio ambiente. E o raciocínio para essa constatação é muito simples. A garimpagem na região do Tapajós existe há mais de cinquenta anos e sempre foi praticada dessa forma; os donos de balsas e dragas escariantes investem em equipamentos de ponta, constroem verdadeiras mansões flutuantes, mas, não gastam um décimo de ouro cuidando do meio ambiente e muito menos em contrapartida social.
Nessa atividade o município sempre foi penalizado e o legado do ouro para Itaituba é o enorme passivo social refletido no baixo nível de escolaridade da população. E quem acha que essa nova instrução normativa vai ser aplaudida pelos garimpeiros se engana, pois já tem gente reclamando que nada foi mudado no decreto do governo e a historia vai ser sempre assim porque no fundo o que a maioria quer é continuar trabalhando na ilegalidade e vendendo o seu ouro de forma clandestina sem deixar nada de lucro para o município como tem ocorrido até agora.
Mesmo louvando a atitude do secretário, a formalização dos garimpos ainda continua sendo uma meta distante de ser atingida, pois a produção oficial de ouro de Itaituba é insignificante para a união e por isso nunca houve interesse numa fiscalização direta do governo federal aqui na região, o que deve acontecer a partir de agora com a construção dessas hidrelétricas no rio Tapajós e aí será o fim da atividade garimpeira no leito do rio...
Comentário de Weliton Lima, 5ª-feira, 09/05, no Focalizando
Diretor de jornalismo da TV Tapajoara
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