Em toda Belém, os batedores de açaí amargam queda nas vendas do produto. Alguns contabilizam prejuízo de até 50% por causa do surto da Doença de Chagas registrado em toda a capital paraense desde o início da semana passada, quando foi divulgada a morte da costureira Terezinha de Jesus Silva, de 69 anos. No bairro do Telégrafo, onde morava a idosa, o Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa), da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), notificou quatro pontos de venda, dando 72 horas para fecharem os estabelecimentos. Poucos foram os comerciantes do setor que trabalharam normalmente.
Denis Rodrigues, de 35 anos, foi um dos que resolveu abrir a banca no bairro, mas à espera, a qualquer momento, da visita dos técnicos do Devisa para mais uma fiscalização. "Nós cumprimos as normas, só que sempre tem uma ou outra exigência feita por eles. A gente providenciou a máquina de bater em aço, o termômetro, estrutruramos o espaço com azulejo branco e ainda usamos utensílios recomendados. Mas, vamos passar por nova fiscalização e vamos ver o que vão dizer".
O que ele deseja mesmo é que os seus clientes apareçam para comprar, porque a procura do produto caiu de forma significativa. Enquanto há duas semanas vendia 12 latas por dia, pelo valor de R$ 8,00 o litro do açaí médio, até sábado passado ficou na média de sete latas comercializadas. Na feira do Ver-o-Peso a situação não é diferente, porque até o final da primeira quinzena deste mês as irmãs e batedoras de açaí, Raquel e Gisele Silva, batiam cerca de 40 latas por dia, mas ontem ficou na média de 35. "Nós estamos sofrendo prejuízo, mesmo seguindo as orientações dos órgãos de saúde", lamenta.
Fonte: O Liberal
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