quinta-feira, dezembro 02, 2010

Volta do Brasil, de moto - O Viajante Solitário da Expedição Brasil

15-04-2010 - O último relato do Viajante Solitário da Expedição Brasil aconteceu na edição 112, que circulou no dia 30 de setembro. Retomo a história dessa aventura que consistiu em viajar pelo Brasil, de Norte a Sul, e do Sul ao Norte, saindo de Belém pela costa e retornando pelo centro do País. Contei até o pernoite na Pensão da Neca, que é muito legal, em Vassouras no Rio de Janeiro, cidade com muitos atrativos históricos.


Acordei às 2:45 achando que o dia já estava amanhecendo. Depois que conferi a hora voltei a dormir até quinze minutos para as cinco da manhã. Um banho quente, porque o tempo estava um pouco frio e em poucos minutos estava pronto para pegar a estrada, sem esperar o café da manhã, porque queria ganhar tempo.

Eu tremia só de ouvir falar na famosa Via Dutra, agora chamada de Nova Dutra, depois que foram feitos grandes investimentos na mesma. E de fato é uma loucura dirigir um carro ou pilotar uma moto por aquela rodovia. Principalmente a segunda opção. Mas, era o meu caminho e eu teria que seguir em frente.

Antes de chegar a São Paulo eu parei em Aparecida do Norte para trocar o óleo da moto. Aproveitei para dar uma volta pela cidade. Naturalmente, não poderia deixar de passar pela catedral de N. Srª Aparecida, da qual fiz algumas fotos.

Não posso deixar de falar do pedágio, cujo preço da primeira parada assustou-me muito: R$ 4,70 para moto. É de arrepiar. Mas, a partir do segundo foi baixando para R$ 1,70 e os três últimos, apenas R$ 0,70. Todavia, também não pude deixar de observar que apesar do preço elevado, vale a pena pagar, porque a rodovia é tudo de bom.

Eu, que sempre gostei muito de geografia, matéria na qual sempre obtive notas muito altas; eu, que gosto de olhar mapas de tudo quanto é jeito, incluindo mapas rodoviários, não me informei direito sobre a Via Dutra. Toquei em frente, passando por cidades conhecidas como Cachoeira Paulista, Guaratinguetá e Aparecida do Norte. De repente, por volta do meio-dia me vi pilotando em plena Marginal Tietê, na Zona Norte de São Paulo, no meio daquele trânsito infernal.

Estou perdido, imaginei. Errei alguma entrada e agora vou ter que sair perguntando como faço para pegar a BR 116, a famosa e perigosa Regis Bittencourt. Foi o que fiz. Em tudo quanto era posto de combustível eu parava para perguntar como faria para chegar a Itapecerica da Serra, que eu já conhecia da aventura anterior. Até que eu consegui sair. Mesmo sendo uma rodovia muito movimentada, foi um alívio quando entrei nela.

Na verdade, eu não me perdi coisa nenhuma! Ocorre que a Via Dutra é uma rodovia de 402 km de extensão, que começa dentro da cidade do Rio de Janeiro e termina na Ponte Presidente Dutra, no Rio Tietê. Aquela era a rota que eu teria que seguir, de qualquer modo. Só assim eu pilotaria em pleno alucinante trânsito de São Paulo, na famosa Marginal Tietê. A Dutra é uma autopista em nível de primeiro mundo. Só não dá para dirigir em baixa velocidade, pois todo mundo tem muita pressa.
 
Na noite anterior, quando fiz o planejamento, achei que o máximo que conseguiria seria dormir em Registro, por causa do tráfego. Mas, felizmente enganei-me, pois conseguir chegar a Curitiba, ao cair da noite, mais de 180 km depois, onde pernoitei sob uma temperatura de 13 graus e muita neblina. De manhã cedo, por causa da forte cerração, eu tive que retardar minha partida por quase uma hora, até que o Sol a dissipasse um pouco.


Aquele 16 de abril foi um dia em que eu só parei para abastecer a moto e para comer ou tomar água. Queria dormir em Caxias do Sul. Quase consegui. Parei em São Marcos, uma pequena cidade que fica localizada na região da Serra Gaúcha, distante 35 km de Caxias do Sul. Foi lá que fiquei sabendo da cassação do então prefeito de Itaituba, Roselito Soares da Silva.

Eu tinha pressa de chegar a Bagé, terra do amigo Leo Resende, onde eu visitaria alguns familiares dele. A essa altura eu já estava mais ou menos decidido que retornaria a partir do extremo Sul do Brasil, abortando o restante da expedição, que previa chegar ao Uruguai, Argentina e Chile. O dever me chamava.

Depois do café da manhã muito bom do Hotel São Marcos eu peguei a estrada, subindo a Serra Gaúcha rumo a Gramado, passando antes por Nova Petrópolis, que fica no caminho e que também é muito bonita. Fazia um frio danado, mas eu me preparei. Aprendi a lição da viagem pela América do Sul.

Gramado é uma cidade que por onde a gente anda dá para fazer fotos para calendários. A marca da colonização européia está por toda parte, nos jardins que pululam pelas casas e pelas ruas e pela arquitetura. Ir a Gramado foi uma das melhores coisas dessa viagem, pois ver na televisão e em fotos dos outros já é bonito, imagine o que é estar lá, para fazer você mesmo as fotos. A única coisa que não foi legal foi ter perdido o GPS que emprestado pelo amigo Iraldo Aguiar.

Terminada a visita por volta de 10:30, tomei o rumo de Bagé, onde daria para dormir, com tranqüilidade. O único problema mais sério que enfrentei foi uma queda de corrente da moto na Serra Gaúcha, o que provocou a quebra de um raio. Deu certo trabalho para tirar a corrente, que ficou presa. Fui a uma oficina de Nova Petrópolis, onde um mecânico muito atencioso resolveu o problema.

Quando cheguei a Novo Hamburgo, fiquei impressionado com o tamanho da cidade, a qual emenda com outras cidades nada pequenas como São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Esteio e Canoas, que fazem parte da grande Porto Alegre. Passei ao largo da capital gaúcha, cruzando uma das pontes do Guaíba, seguindo meu caminho para Bagé.

Jota Parente em Gramado
Cheguei a Bagé um pouco antes das cinco da tarde, hora boa, pois precisava descobrir onde moravam meus anfitriões. Foi um pouco complicado conseguir manter contato telefônico. Já estava um pouco preocupado, mas, falei com o Ricardo, sobrinho do Léo, que me indicou o endereço, direitinho. Era a 35 km da cidade, numa fazenda, onde moram o pai e a mãe dele, o Hélio e Zeli. O Ricardo mora na cidade. Mas, que fazenda. Os detalhes e as fotos do lugar estarão na próxima edição. Lá fiquei por dois dias maravilhosos, dos quais nunca vou esquecer.

Um comentário:

  1. jose matos(josematos@live.com)2:15 PM

    estou pensando em fazer uma viagem como esta , gostaria de trocar umas ideias com voce se possivel sobre roteiro custos e tempo de viagem, desde ja meu obrigado

    meu email :

    josematos@live.com

    forte abraço

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