Eu e a bola nunca nos entendemos muito bem. Eu bem que gosta dela. Porém, a recíproca não é verdadeira. Mesmo assim, durante muitos anos insisti nessa relação tumultuada, mas, nunca consegui passar de um peladeiro medíocre.
Quando eu trabalhava em rádio, em Santarém, comandei o Escrete do Rádio por muito tempo. Eu conseguia os uniformes, acertava os jogos para o interior e o transporte. Para as colônias, era de ônibus que a gente ia. Para a região de várzea, naturalmente, de barco.
No começo da década de 80, cujo ano não consigo lembrar, acertei um jogo com o Botafogo de Amparador, para o velho estádio Elinaldo Barbosa. O pessoal teve problemas com o transporte e por isso só chegou perto de cinco horas da tarde, quando a gente já iniciava uma pelada para não perder a viagem.
Feitas as confabulações que a situação exigia, decidimos fazer uma brincadeira com a turma do Botafogo, em respeito ao esforço deles de chegar, apesar os problemas enfrentados.
Procurando ser um anfitrião cortês, ofereci a eles a escalação do árbitro, que chamou os dois capitães. Eu sugeri e o outro aceitou, que só houvesse impedimento de bola parada.
Com as minhas limitações, eu que sempre joguei na lateral esquerda, escalei-me de centro avante, pois, dadas as dimensões do Elinaldo Barbosa e só havendo impedimento de bola parada, quem sabe eu conseguiria marcar o primeiro gol da minha vida num jogo de verdade.
E lá fui eu colocar-me na entrada da área. E não é que sobrou uma bola limpinha, dessas chances de gol que até a mamãe faria, com os seus quase 83 anos.
Conduzi a bola até a entrada da pequena área. O goleiro ficou estático debaixo dos três paus. Imaginei com meus botões: É hoje que sai essa primeiro gol!
Quando chegou à marca da pequena área, pesei na bola, parando-a para ajeitar melhor, escolhendo o canto para chutar.
Nesse momento, ouvi o apito fatal. Mal acreditei que o árbitro de Amparador tinha paralisado o lance. Corri para cima dele, nervoso, querendo saber o que ele tinha marcado.
Seu Jota Parente, foi o senhor mesmo quem disse que haveria impedimento de bola parada, e o senhor parou a bola. Por isso, eu marquei.
Evidentemente, com meu espírito esportivo nada amistoso - pois como diz meu amigo Léo Rezende, no dia que foi distribuído o espírito esportivo eu faltei – eu pedi o apito do caro e coloquei outro árbitro para apitar o restante do jogo.
Mas, o meu sonhado primeiro gol não aconteceu.
Meu amigo JP, na vedade vc não faltou no dia em que distribuiram espirito esportivo, vc chegou atrazado e ainda tentou furar a fila.
ResponderExcluirMeu amigo JP, na vedade vc não faltou no dia em que distribuiram espirito esportivo, vc chegou atrazado e ainda tentou furar a fila.Um abraço
ResponderExcluirLéo Rezende