Depois que o PMDB anunciou a pré-candidatura ao governo do presidente da Assembléia Legislativa, Domingos Juvenil, todo tipo de especulação começou a circular.
Há o alvoroço interno, protagonizado por atores que emprestam interpretação hostil ao nome posto, e a armação externa, levada a cabo pelos que adjetivam o movimento como adverso e procuram minar a posição tomada.
Daqueles internos, não pode deixar de vir à luz a posição do ex-deputado José Priante, que se coloca, igualmente, como pré-candidato do PMDB.
A arregimentação intestina, portanto, é o primeiro desafio de Juvenil, que deverá ter inteligência cognitiva suficiente para administrar as indulgencias, que obtidas dar-lhe-ão tranquilidade domestica.
As adversidades externas são os verdadeiros desafios de Juvenil. O trabalho de desacreditar-lhe a candidatura já está sendo providenciado.
Domingos Juvenil deverá enfrentar um primeiro mito: qualquer candidatura do PMDB que não seja Jader Barbalho receberá imediatamente a pecha de "laranja".
Diante da certeza de uma repactuação da aliança do PMDB com o PT, e devido à rápida guinada a uma candidatura própria, especulam os fazedores de teorias da conspiração, que tudo não passa de um acordo com Ana Júlia, que inclusive deverá bancar a campanha de Juvenil.
Há ainda, ao estilo daquelas que afirmam que o Elvis Presley está vivo e mora em Buenos Aires, que Domingos Juvenil lançou-se candidato ao governo para forçar Jader Barbalho a apontar-lhe ao PT como vice de Ana Júlia, como se Jader Barbalho cedesse a tal tipo de artimanha.
A mais absurda das teorias que ouvi diz respeito à tese de que a candidatura de Juvenil foi uma homenagem de Jader Barbalho a mim e a deputada Simone.
Além disto ofender o discernimento de um líder envolvido com meio século de vida publica, é uma peça adverbialmente hilária: imagine eu pegando o deputado Juvenil pelo braço e o conduzindo ao deputado Jader para ungi-lo, ao meu prazer, como candidato do PMDB…
Mais um interminável rosário de elucubrações típicas destas ocasiões poderia ser rezado, e as contra argumentações seriam inúteis: elas só desaparecerão na proporção em que Domingos Juvenil mostrar musculatura suficiente para se sobrepujar a este processo de desconstrução.
Por fim, vencidas todas estas especulações, sobra a conformidade política de afirmar que os prefeitos do PMDB não acompanharão a candidatura de Juvenil: no PMDB a única onça que esturra se chama Jader Barbalho e em não sendo ele o candidato é normal que haja dissidências.
E, dissidências haverão em relação a todos os candidatos, ao sabor das pesquisas de opinião: se o deputado Juvenil estufar o gráfico até prefeitos do PT vão aderir a ele, caso contrario, não fica um para desmontar o palanque.
O PMDB apresentou disposição de candidatura própria e isto se revela irreversível. O deputado Juvenil, Presidente do Poder Legislativo do Estado do Pará, com as mesmas prerrogativas institucionais de Ana Júlia, chefe do Poder Executivo, predispôs-e a disputar a eleição.
O deputado Juvenil tem ampla experiência administrativa e legislativa: foi vereador, prefeito duas vezes, três vezes deputado federal e duas vezes deputado estadual. Querer dizer que é um laranja desafia a inteligência política mais mediana e é puro exercício de contraposição.
Juvenil é um candidato com envergadura suficiente para vencer, e a sua candidatura não é um ensaio de vaidade ou um engodo eleitoral.
As adversidades internas cabe ao PMDB equacionar. As externas cabe ao povo do Pará ajuizar, considerando que o que tenho ouvido e lido, aqui mesmo, é que à Ana Júlia e à Jatene deve haver uma alternativa.
É melhor esperar o decorrer da campanha para avaliar a veracidade da empreitada.
Do blog do deputado Parsifal Pontes
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