As declarações do ministro das relações das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, sobre como os países ricos adotam uma estratégia nazista na Organização Mundial do Comércio (OMC), ao “disseminar informações erradas”, ofendeu a representante do Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab.
Filha de um judeu sobrevivente do holocausto, Schwab considerou, segundo seu porta-voz, a referência ao chefe de propaganda nazista, Joseph Göbbels, “inacreditavelmente errada”, "além de qualquer imaginação", um ataque “pessoal e baixo. No sábado (19), véspera da reunião de negociação comercial global da OMC, Amorim afirmou que "Göbbels costumava dizer que se você repetir uma mentira várias vezes, ela se torna uma verdade".
O chanceler brasileiro disse que os países ricos estão empregando esta tática ao descrever as concessões agrícolas que eles afirmam que estão dispostos a fazer, ao mesmo tempo que criticam os países mais pobres de se recusarem a liberalizar seus mercados industriais. "Me faz lembrar de Göbbels", completou o chanceler brasileiro.
"Sempre mostramos respeito ao Brasil, ao ministro Celso Amorim e ao presidente Luis Inácio Lula da Silva. Mas esses comentários vão além do razoável", afirmou Sean Spicer, porta-voz de Schwab. "Isso e uma das coisas mais baixas que já vimos", disse, em nome do governo americano. "Esperamos que os comentários não afetem a Rodada", afirmou. Segundo Spicer, Schwab se sentiu pessoalmente ofendida. “Nós viemos à Genebra para negociar substancialmente”, disse.
“Fazer declarações como essa é inacreditavelmente errado. É um insulto.” Amorim, ainda no sábado, chegou a pedir desculpas por usar a referência a Göbbels, e, mais tarde, seu assessor, Ricardo Neiva Tavares, disse que Amorim estava “arrependido” das declarações. Mas, para analistas, as afirmações do chanceller configuram “um mal começo” para a rodada de negociações.
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Comentário do blog
Será que o chanceler brasileiro está mesmo arrependido do que falou, ou, será que se desculpou apenas para evitar uma crise entre os dois países?
Que palavra pode definir a política dos países ricos, que querem que os países pobres, ou em desenvolvimento, escancarem seus mercados, enquanto eles vivem se cercando de medidas protetoras contra os produtos desses países?
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