Caro professor,
Penso ser importante sua reflexão afinal em um pais onde a pobreza assola a maioria de sua população, inclusive sendo usada como campanha política (vide Hilton Aguiar e Solidariedade – chega a ser vergonhoso!) é sempre importante questionar sobre as necessidades do povo.
Quanto as ocupações e não invasões urbanas, como diria uma urbanista carioca, seria interessante se tivéssemos políticas de desenvolvimento urbano, mas prática, caro professor, a única política urbana que o Brasil e Itaituba conhece é ocupação.
O povo entra, enfrenta a policia, os “donos” ( que só aparece quando há ocupação) dos lotes inclusive seria até interessante aquele terreno do Pai Velho na 2ª rua da Liberdade, que a anos não tem utilidade publica alguma. Além disso em todos os segmentos sociais temos lutadores, porém, existem os oportunistas sejam eles por exemplo do meio jornalístico, da educação, política e também porque não dizermos, nos movimentos socais.
Respeito profundamente sua posição, no entanto, devemos nos perguntar também, onde estão as política de moradia popular? Onde estão as grandes ações de desenvolvimento de Itaituba? Penso que ficaram nos buracos das ruas, na ignorância e oportunismo de grande parte de nossos políticos que fazem política com a miséria do povo.
Ah! Perdão! Esqueci-me de pontuar que Itaituba TEVE uma ação sim de desenvolvimento urbano, a prefeitura “desapropriou” área pública (Fazenda Modelo) e distribuiu entre as pessoas, mas me pergunto: se essas pessoas não tinham dinheiro para comprar um terreno, terão para construir suas casas?
Que tipo de material utilizarão (resto de cerrarias, palha, lonas, madeira de segunda?) Seus filhos estudaram onde? Onde ficará o posto de saúde? Como será feita coleta de esgoto, lixo, iluminação pública (privadas)? Afinal, infelizmente ainda se pensa que política de habitação se resume a unidade de moradia (a casa).
E para concluir, quanto a sua pergunta se “invasão” é crime, deixo um pensamento de Martin Luther King “Há dois tipos de leis: as justas e as injustas. È nossa obrigação, não apenas legal, mas moral obedecer às leis justas. Por outro lado, temos responsabilidade de desobedecer as leis injustas”.
Inté
Rose
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