quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Por quê você quer ser vereador?

Brás Alves da Cruz, também conhecido por Brás Peixeiro, já disputou duas eleições na condição de candidato a vereador. Em nenhuma delas conseguiu a tão sonhada cadeira na Câmara, mas, foi bem votado. É presidente do PRB em Itaituba. Ele tinha decidido que não seria mais candidato, e a família não queria que ele se lançasse de novo. Brás é o entrevistado da coluna Por quê você quer ser vereador, desta edição.

JC - Por quê você quer ser vereador?

Brás - Primeiramente, duas eleições atrás, a Igreja Universal do Reino de Deus, da qual sou membro e obreiro, achou por bem lançar um candidato a vereador. Perguntaram se eu aceitaria e eu disse que não. Entretanto, a direção da igreja achou que pelo fato de ser eu o mais conhecido, por estar trabalhando aqui desde 1979, meu nome seria mais fácil de trabalhar e desse modo fui lançado candidato. Naquela ocasião fui bem votado, tendo obtido 322 votos.
Na segunda eleição, em 2002, tornaram me chamar. Minha família não queria que eu saíse. Porém, por causa de um convite do bispo que mandou me chamara em Belém, saí de novo. Ele me disse que um vereador, obreiro da Igreja Universal não faz sua própria vontade, mas a vontade do povo, que precisa de alguém honesto que o represente. Eu me sinto um homem honesto e por isso aceitei novamente a candidatura. Tirei 474 votos, ficando como segundo suplente. Agora vem uma nova campanha e está se repetindo tudo de novo. Eu falei que não queria, porque minha esposa e minhas filhas não queriam, porque sabem qual é o sofrimento de um candidato a vereador que não tem recursos para fazer uma campanha, sabendo que uma campnha custa caro. Mais uma vez, o bispo mandou me chamar em Belém e pediu que eu aceitasse o desafio novamente.

JC - De que forma você será ajudado?

Brás - Caso eu me eleja, o PRB vai viabilizar a implantação de um consultório odontológico para eu cuidar dos dentes das crianças carentes. Por essa razão eu aceitei de novo. A Igreja Universasl já faz isso em Belém, onde tem dois consultórios odontológicos.
Para a campanha, a ajuda que a Igreja Universal vai me dar será a confecção de santinhos e os obreiros que me ajudarão na rua pedindo votos. Vamos encarar novamente esse desafio para ver se a gente ganha essa eleição. Se eu me eleger, eu vou fazer de tudo para trabalhar por Itaituba, terra que eu amo tanto. Eu garanto que, caso não consiga trabalhar como espero, nunca mais serei candidato a nada. Quero ser vereador para ajudar o povo mais carente.

JC - Como foi que você fez para convencer a família?

Brás - Eu sentei com minha esposa e com minhas duas filhas, que são maiores de idade, as quais não queriam que eu fosse candidato novamente. Expliquei a elas que havia uma proposta do bispo, muito interessante, no caso de eu me eleger. Elas terminaram compreenderam e por isso sou pré-candidato.

JC - Se o candidato a prefeito eleito for do seu lado, vai fiscalizá-lo?

Brás - Estou procurando me informar sobre tudo que diz respeito ao papel de um vereador. Mesmo do lado do prefeito estarei fiscalizando os atos do mesmo, para não deixar acontecer como nos dias hoje, quando vem bastante dinheiro para Itaituba e a gente não vê quase nada sendo feito. Chega desse negócio de trabalhar somente quando está chegando a próxima campanha. Como vereador vou poder fiscalizar e é isso que vou fazer, caso eleito. Poderei até estar do lado do prefeito. Porém, se ele não trabalhar, não terei dúvidas de virar oposição para cobrar do mesmo.

JC - O Jornal do Comércio pode lhe cobrar isso, pode lhe cobrar coerência no que você diz agora, caso seja eleito?

Brás - Isso eu lhe digo de todo o meu coração. Eu tenho convicção de que sou um homem honesto. Eu lhe garanto que se não for para trabalhar, não quero. Pode me cobrar.

JC - Você não se preocupa com o desgaste que assola a classe política?

Bras - O meu trabalho, caso me eleja, será voltado para benficiar o povo. Eu me espelho nos políticos da Igreja Universal, como bispo Marcelo Crivela, por exemplo. Para o meu bolso, eu já ganho tranquilo aqui no mercado para mim e para minha família. Esse desgaste da classe política não me preocupa, pois não vou mudar o meu modo de agir.

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