sexta-feira, agosto 10, 2007

Deputada pede recuperação emergencial da Transgarimpeira

Quem essa foi o jornalista José Maria Piteira, de Belém (Ele fez parte da assessoria do ex-prefeito Edilson Botelho)

A recuperação emergencial da rodovia Transgarimpeira, com 192 quilômetros de extensão, no município de Itaituba, extremo Oeste do Pará. Foi o que pediu a deputada Josefina Carmo à Secretaria de Estado de Transportes (Setrans), através de moção parlamentar apresentada à Assembléia Legislativa, na terça-feira passada. Com a recuperação da estrada, a deputada espera que o governo do Estado dê o primeiro passo no sentido de assumir oficialmente aquela rodovia, construída no início dos anos 80. Josefina fez a solicitação em atendimento a pleito apresentado por entidades comunitárias e de classe da região. Eles esperam que a Setrans conclua as obras até o final de dezembro, quando começam as primeiras chuvas do próximo inverno.

A Transgarimpeira foi construída com recursos da Caixa Economia Federal (CEF), a partir de 1983, para servir de principal corredor de escoamento do ouro então produzido em centenas de garimpos existentes na região sul do município de Itaituba. Ela começa na Rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), junto ao distrito industrial de Moraes Almeida, e termina na comunidade de Creporizão, dentro da Reserva Garimpeira do Tapajós, totalizando quase 200 quilômetros de extensão. Na época, por causa da grande riqueza produzida por milhares de garimpeiros locais, a rodovia era chamada de “Estrada do Ouro”. Mas, a partir do início da década de 90, com o declínio da produção aurífera, a Caixa deixou de fazer a manutenção da estrada.
Apesar da origem dos recursos para sua construção, a Transgarimpeira não ganhou a sigla BR, e nunca foi assumida pelos governos do Estado e Municipal. No dia 29 de maio, Josefina Carmo apresentou projeto de lei que autoriza o governo do Estado a assumir a rodovia. Com a aprovação e sanção do projeto de lei, a Transgarimpeira será a primeira rodovia estadual no sudoeste do Estado.

“Enquanto o projeto tramita na Assembléia, seria muito importante que o governo do Estado determinasse logo a recuperação emergencial daquela estrada, que está abandonada e há anos não recebe qualquer serviço de manutenção”, afirmou Josefina à Agência Amazônia, na quarta-feira passada. Ela estava acompanhada dos empresários Sérgio Aquino, Ivo Lubrina e Elias Trepak, que vieram a Belém para tratar sobre a Transgarimpeira e outras demandas locais.
“Mas esse serviço terá que começar logo, enquanto estamos no verão e as condições para esse trabalho são ideais”, disse Elias Trepak, líder empresarial do distrito industrial de Moraes Almeida, distante 400 quilômetros da cidade de Itaituba. Segundo ele, dezenas de pequenos e médios empreendimentos de mineração, pecuária e de exploração madeireira existem ao longo da rodovia. Na avaliação de Trepak, pelo menos um terço do produto interno bruto (PIB) de Itaituba são gerados na área de influência da Transgarimpeira. “Sem manutenção periódica, a estrada causa prejuízos incalculáveis a todos nós”, queixou-se. Ele afirmou que, durante o inverno, caminhões de carga demoram pelo menos quinze dias para percorrer os quase duzentos quilômetros da estrada.

No entendimento da Associação dos Garimpeiros de Ouro do Tapajós (Amot), a trafegabilidade permanente da rodovia trará impactos positivos à economia local. “Com bom tráfego, a estrada vai revitalizar os empreendimentos já existentes na região e atrair outros, vai gerar mais riquezas, mais empregos, mais renda”, afirmou Ivo Lubrina, presidente da entidade.
Solidários no sofrimento e cansados de prejuízos causados pelo isolamento e pelas longas distâncias, os dirigentes empresariais afinam o discurso em defesa de novos investimentos públicos na região. “O governo do Estado precisa ver a Transgarimpeira como uma rodovia de integração, capaz de dar vida nova a uma região potencialmente forte do ponto de vista econômico”, disse Sérgio Aquino, presidente do Sindicato dos Mineradores do Oeste do Pará. Ele afirmou que o setor mineral deverá investir, neste ano, cerca de 25 de milhões de dólares na região em pesquisa e exploração.

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