repercussão internacional do caso da Pagrisa, a produtora de álcool combustível instalada no município paraense de Ulianópolis que está sob fiscalização do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, do Ministério do Trabalho, há mais de uma semana, deverá causar grande prejuízo ao programa brasileiro de biocombustível. É que numa conferência internacional sobre o tema esta semana em Bruxelas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou convencer a audiência européia de que o Brasil inspecionará seu etanol de exportação, para certificar que o produto respeita critérios ambientais, sociais e trabalhistas.
Em Ulianópolis foi divulgada a informação de que o diretor de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura solicitou à Pagrisa informações sobre o caso, para um relatório que será encaminhado à Presidência da República.
Nesta sexta-feira o jornal espanhol “El Mundo” destaca notícia de que a União Européia não quer 'etanol sujo' do Brasil. 'O presidente Lula falava ontem em tom idealista sobre 'o cuidado com o planeta Terra'. Mas os europeus não esquecem a queima maciça dos campos no processo de produção do etanol, e a tentação de estender à Amazônia os cultivos de açúcar para obtê-lo', disse o jornal. E acrescenta: 'Bruxelas advertiu o país que não importará seu biocombustível se for produzido de forma insustentável'.
Outro jornal europeu, o italiano “La Republica”, destacou o caso dos 1.108 trabalhadores da fazenda da Pagrisa. Segundo o jornal, Lula – descrito como o líder 'que faz o papel de apóstolo dos biocombustíveis' – 'não disse (em Bruxelas) que as duas notícias estão interligadas'.
'A operação de maquiar as condições de trabalho nas plantações de cana-de-açúcar indica que o presidente precisa enfrentar as críticas contra a solução do etanol, que se tornou o próximo grande negócio da economia brasileira”. O La Repubblica reconhece que o combate ao trabalho forçado no Brasil aumentou nos últimos anos, mas ressalva que o 'espetacular aumento da produção de cana-de-açúcar' levanta preocupações em relação ao tema.
Em matéria no Amazônia.org.br, o jornalista Altino Machado esclarece que, ao contrário do que afirmou Lula em Bruxelas, o plantio de cana-de-açúcar não fica “muito distante da Amazônia, região que não se presta à cultura da cana'. Machado ressalta que na região já existem usinas de porte expressivo em Presidente Figueiredo (AM), Ulianópolis (PA), Arraias (TO), além de meia dúzia no Mato Grosso. De acordo com o último levantamento oficial da Conab, um órgão do Ministério da Agricultura, de maio deste ano, na safra passada houve mais de 19 milhões de toneladas de produção de cana-de-açucar na Amazônia Legal, entre Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Amazonas e Pará.
É falso o mito de que o cultivo da cana-de-açúcar é inviável na Amazônia. De acordo com o relatório da Conab, a produtividade média na região amazônica é de 70 toneladas por hectare, bastante próxima à media nacional de 79 toneladas, e muito superior àquela de estados como Alagoas e Pernambuco, que são grandes produtores tradicionais de cana, e que apresentam, respectivamente, produção de 63 e 52 toneladas por hectare”, diz o jornalista.
Fonte: Pará Negócios
Isso que está na mídia é uma calunia contra uma empresa , que ajuda manter a atividade economica de uma cidade. e outra coisa que não entendo é porque os fiscais dizem que lá havia trabalho escravo se tem funcionários quer retornan umas cinco safras seguidas? digo isso pq conheço a empresa e morei lá uns + de 10 (dez) anos, nem no começo não tinha trabalho escravo e agora que a empresa cresceu vai ter? gostaria que as autoridades vissem o amanhã como esses funcionarios vão viver se a fonte de renda deles era lá.
ResponderExcluirTenho vergonha de nossos representantes que ao invés de defenderem os interesses da federação e da comunidade pela qual foram eleitos se preocupam mais em defender o capital e a iniciativa privada. Uma S.A, tem advogados para isso. Voltem ao trabalho, Senadores!
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