sexta-feira, maio 11, 2007

Emancipação e o patati-patatá da governadora

A emancipação do Oeste do Pará sai ou não sai? É necessária ou não? Certamente que para um milhão de habitantes desta região a criação do novo Estado é muito necessária. Pelo custoso e raro espetáculo de ontem, com a visita de trabalho da governadora e seus funcionários graduados a Santarém, dá para se perceber a necessidade do novo Estado. Eram mais de três mil representantes de vários municípios da região presentes no espetáculo.

A governadora chegou com a expectativa de repartir o bolo dos recursos do Estado. Os prefeitos encheram barcos com munícipes e uma lista de necessidades sociais e educacionais. Ao final do espatáculo, os técnicos do governo voltam a Belém com centenas e talvez mais de duas mil reivindicações.

E o que se pode esperar? Alguma obra aqui, outra ali e frustração no resto. Isto porque, a governadora já fez semelhante espetáculo em Itaituba, Altamira, Marabá e outros municípios pólos. As demandas podem ter sido muitas e semelhantes.

Depois, a governadora anunciará que fará o possível, dentro dos limites do tesouro do Estado para atender as prioridades da região. E que a população tenha paciência e patati, patatá. Belém é prioridade número um e leva a maior parte do recurso, sempre foi assim, afinal... é a capital da Amazônia.

Basta olhar de novo a questão do hospital regional. O secretário de Saúde alega que não pode manter o contrato de terceirização da gestão hospitalar porque é ilegal. Por isso, o atual governo rompeu o contrato com a empresa anterior e a govarnadora promete botá-lo a funcionar em fim de junho, início de julho.

No entanto, os hospitais regionais de Belém (metrópole) e Marabá por algum motivo vão continuar funcionando, mesmo terceirizados e ilegais. Por tudo isso, e mais, a liderança da emancipação perdeu uma ótima oportunidade para exigir do vice-governador, que antes era um paladino da luta pelo novo estado do Oeste do Pará, que ele fizesse um pronunciamento aos 3 mil representantes dos município, conclamando-os a aderirem na luta. Ao mesmo tempo exigisse que a governadora cumprisse sua promessa de campanha de criar as sub-governanças regionais.

Porém, fica uma dúvia: será que o ex-militante da emancipação do Oeste do Pará teria essa coragem de falar para tão nobre público hoje que está no segundo mais alto cargo do Pará?

Quem garante?

Comentário do Padre Edilberto Sena, apresentado no Jornal da Manhã, hoje, na Rádio Rural de Santarém e publicado no blog do Jeso.

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