sábado, março 31, 2007

Empresa dos EUA propõe privatizar a Amazônia

Recebi mensagem do amigo Val Mutran, acompanhada da matéria que reproduzirei a seguir. De minha parte, venho abordando esse assunto, baseado em informações concretas. Os defensores do entregacionaismo dizem que a gente vê chifre em cabeça de cavalo. O que tenho certeza é que vejo o perigo de um dia, quem sabe mais cedo do que a gente possa imaginar, nossa Amazônia, rica, querida e tão desprezada pelos brasileiros possa escapar de nossas mãos. Não vai ser por falta de avisos de gente que ama este enorme pedaço de chão, como eu, meu amigo Val Mutran e tanta gente...
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A Amazônia está mesmo à venda. Em um vídeo de 1'25", postado em seu site, a empresa norte-americana Arkhos Biotech está convocando as pessoas do mundo inteiro a investir "para transformar a floresta (Amazônia) num santuário de preservação sob controle privado. O apelo, em tom dramático, é feito pelo diretor sênior de marketing da empresa Allen Perrell, para justificar que a Amazônia precisa ser cuidada por grupos internacionais.

"A Amazônia não pertence a nenhum país. Pertence ao mundo", afirma Perrel. Segundo ele, a proteção privada da Amazônia deve ocorrer porque "os países (no caso o Brasil) que deveriam tomar conta dessas riquezas não estão à altura da tarefa". Perrel vai mais longe: "ajudar-nos a comprar a Amazônia não é apenas uma ótima oportunidade de investimento. Pode ser a única maneira de salvar a floresta da extinção total". Em sua página a Arkhos Biotech divulga, em texto, áudio e vídeo sua missão: A Amazônia deve ser internacionalizada.

A empresa tem laboratório em Itacoatiara (AM), no coração da Amazônia, explora essências e óleos vegetais amazônicos, tradicionalmente conhecidos das comunidades ribeirinha, a exemplo do óleo de andiroba (Carapa Guianensis), usado como repelente natural de insetos e com ação anti-inflamatória; óleo de castanha-do-Pará (Bertholletia Excelsa), hidratante, óleo de Buriti (Maurita Flexuosa L.f.), rico em carotenóides e pró-vitamina A ; óleo de copaíba (Copaifera Officinalis) que tem ação anti-inflamatória e óleo de açaí (Euterpe Oleracea Mart) que tem ação calmante e de hidratação.

Ela se apresenta como uma das maiores fabricantes do mundo de ativos vegetais para a indústria cosmética e farmacêutica, atuando no mercado desde 1965 exportando para mais de 20 países.

Também, segundo ela, é líder mundial na distribuição de sistemas concentrados 100% naturais, contendo ativos retirados de óleos de frutos tropicais. Em troca, a Arkhos Biotech promete "fabricar produtos que reduzem custos de processos produtivos, barateando-os e gerando renda para as comunidades ribeirinhas".

Amazônia é fardo para o Brasil
Na avaliação da Arkhos Biotech, a Amazônia é um fardo difícil para o Brasil carregar. Para referendar suas afirmações destaca a pouca atenção do Governo brasileiro para com a região. Lista entre as ausências as taxas de desmatamento; o baixo investimento em pesquisa; (dos 0,65% do PIB brasileiro investido em pesquisa, apenas 2% são canalizados para a região Norte); o surgimento de organizações não-governamentais (ONGs) na Amazônia brasileira mantidos com dinheiro dos países desenvolvidos. Além disso, ironiza: "78% das pesquisas sobre a Amazônia são produzidos por pesquisadores estrangeiros". Sobre a riqueza existente na Amazônia – a empresa lista desde água em abundância, produtos não-madeireiros, minérios e recursos cujos valores ainda não mensuramos - o maior estoque de biodiversidade do mundo. Com cerca de 6 milhões de quilômetros quadrados de extensão a floresta amazônica ela abriga entre 10% e 20% de todas as espécies que vivem em nosso planeta. Destaca que das 10 mil espécies de plantas possíveis de ser utilizadas como insumos em produtos para a saúde e a aplicação cosmética, a indústria de cosméticos usa apenas 135 espécies. E conclui: a vida do homem sobre a Terra depende da Amazônia. Por isso, o objetivo da Arkhos Biotech é ajudar a humanidade a usar e a tomar conta da Amazônia.
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Leia e tire suas próprias conclusões.



2 comentários:

  1. Anônimo9:37 AM

    isso deu muito o que falar meu amigo jota.
    mais tem informações de que isso nao passou de mais um boato sobre a amazonia

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  2. Parente, a internet é cheia de armadilhas, e essa notícia acabou assanhando muita gente e até o senador do Amazonas, Arthur Vírgílio, caiu na esparrela!
    Tudo não passou de uma jogada de marketing do Guaraná Antártica, que usou a mesma estratégia da série LOST, que passa na Globo, criando um site fictício, bem elaborado, uma história em vídeo muito furada e uma campanha visando uma espécie de "caça ao tesouro", tendo como fundo uma conspiração para "vender a Amazônia".
    Acho que seria interessante que você divulgasse isso, para não ficar a impressãoque seu blog (e o do Val Mutran) ca´´iram nessa brincadeira.
    Para enteder a brincadeira (talvez até de mau gosto), sugiro que você visite o site da "empresa" citada. Eu, como internauta curioso, fui lá depois que saiu a notícia da gafe do Virgílio e ri à beça...

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