segunda-feira, agosto 21, 2006

Monza faz coleta de lixo em Curuá

Um Monza verde, quatro portas, placa GTE-1218, prestou serviço de coleta de lixo das ruas de Curuá, um dos municípios mais pobres do oeste paraense.Claro que não fez tudo sozinho. A cidade é grande.

A prefeitura contratou (e pagou religiosamente) também uma Brasília verde (JTX 6870) e ainda uma motocicleta - Honda Titan vermelha (JTM 3356) - para ajudar no serviço.O prefeito reeleito Zé Preto (PSDB) pagou, em média, R$ 1 mil por mês a cada um dos proprietários.

Documentos enviados pela prefeitura ao TCM (Tribunal de Contas dos Municípios) e submetidos à análise pelo blog comprovam que tudo não passa de mais uma fraude.

Os veículos nunca foram usados na realização desse serviço.Nesse enredo de fraudes para desvio de verbas públicas soma-se também a falsificação de documentos públicos.

A moto, de acordo dados obtidos junto ao Detran/Pará, nunca circulou em Curuá. É da cidade de Bragança e seu dono é Oziel Ribeiro Santa Brígida - e não Francisco das Chagas Soares, que assinou o recibo de realização de serviço, entregue pela prefeitura ao TCM, para prestação de contas.

FamíliaA Brasília é um caso à parte. Seu proprietário, ainda segundo o Detran/PA, é Delmicio Martins do Amaral, residente no bairro do Marco, em Belém. Nenhum dos dois – dono e veículo – conhecem Curuá.

Quem assinou os recibos do serviço efetuado foi Carlos Alberto Fausto Silva, que é irmão do prefeito. Ele também chefiou A Secretaria de Finanças de Curuá.

Não se tem a dimensão da fraude, cuja prática vem desde o primeiro mandato de Zé Preto (1997-2000). Só pelas cópias de recibos em poder do blog (veja abaixo), pagos até o final de 2004, o total chega a quase R$ 50 mil.

O vereador Jair Damacena (PSB) já denunciou o caso ao MP (Ministério Público) paraense, via promotor Gessinaldo Santana, ano passado. Mas até agora não obteve qualquer resposta.Em ofício encaminhado ao vereador, no final do mês passado, o promotor informou que estava “aguardando o pronunciamento” do TCM.Zé Preto é figura conhecida nos tribunais do Pará.

Quase teve o mandato cassado no ano passado. Só não perdeu porque recorreu ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e conseguiu reverter a condenação no voto de minerva.


Esse ano, o MPF (Ministério Público Federa) abriu inquérito que apura a participação do prefeito em desvio de verbas públicas federais - saúde e educação.
Cópia do recibo feito pela Prefeitura de Curuá, comprovando o pagamento ao irmão do prefeito Zé Preto, Carlos Alberto Fausto da Silva, por serviço de "limpeza pública".
Fonte: blog do Jeso

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