quinta-feira, julho 07, 2022

Estudo preliminar de vacina contra câncer tem resultado promissor

Uma vacina personalizada contra o câncer, produzida a partir do DNA do próprio paciente, alcançou resultados iniciais esperançosos em estudos clínicos do Clatterbridge Cancer Center, um dos principais centros de estudos médicos da Inglaterra. O estudo pioneiro ainda é preliminar, com poucos participantes, e os dados ainda não foram publicados em revista científica.

Para especialistas, porém, esse tipo de tratamento dá esperança sobre novas terapias. Eles alegam que ainda é preciso ter mais testes com o tratamento para entender a eficácia do produto.

Cietistas dos Estados Unidos e da Austrália realizaram o primeiro teste, em humanos, de vírus que promete matar células cancerígenas, depois de testes bem sucedidos em animais, com redução de tumores de cólon, pulmão, ovário e pâncreas.

Conhecido como Vaxinia, o organismo geneticamente modificado pode replicar e eliminar as células desorganizadas enquanto preserva as saudáveis, segundo pesquisadores da empresa de biotecnologia Imugene e do Centro de Pesquisa e Tratamento do Câncer City of Hope, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

O mundo da ciência está aproveitando a onda de investimentos no setor para desenvolver novas vacinas capazes de resolver doenças complexas, como um câncer.

Pensando nisso, uma divisão da Universidade de Oxford, a Oxford Vacmedix, está testando a vacina OVM-200, imunizante que pode ajudar quem faz tratamento contra tumores de próstata, pulmão e ovário.

Cerca de 35 pacientes com a doença já estão em fase de testes e receberão três doses do imunizante, cada uma com duas semanas de intervalo. Eles serão monitorados por um semestre.

Fonte: Isoté Dinheiro

De volta ao Mapa da Fome, Brasil tem 60 mi de pessoas com insegurança alimentar

FAO aponta que mais de 60 milhões de brasileiros enfrentam dificuldade para conseguir comida. Problema avança pelo mundo.

Desafio para muitas nações, o acesso à alimentação e a uma nutrição equilibrada pioraram no último ano no Brasil, na América Latina e no mundo. Por aqui, a quantidade de brasileiros que enfrentaram algum tipo de insegurança alimentar ultrapassou a marca de 60 milhões de pessoas — atinge um em cada três brasileiros. Os dados constam de um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgado ontem.

A instituição alertou que o mundo "se afastou" do objetivo de erradicar a fome até 2030. O documento mostra que o número de pessoas que lidaram com algum tipo de insegurança alimentar foi de 61,3 milhões, número alarmante considerando que a população brasileira é estimada em 213,3 milhões.

No resto do mundo, a situação também é grave, principalmente nos países mais pobres. Segundo a FAO, cerca de 828 milhões de pessoas foram afetadas pela fome em 2021. O número cresceu cerca de 150 milhões desde o início da pandemia de covid-19: mais 103 milhões entre 2019 e 2020, e 46 milhões em 2021.

A pesquisa também leva em consideração o recorte de gênero. Em 2021, 31,9% das mulheres no mundo tinham insegurança alimentar moderada ou grave, em comparação com 27,6% dos homens. A desigualdade crescente é mais evidente na América Latina e no Caribe, onde a diferença entre homens e mulheres ficou em 11,3 pontos percentuais. Em 2020, esse índice era 9,4 pontos percentuais.

Quase 3,1 bilhões de pessoas não puderam pagar por uma alimentação saudável em 2020. Isso representa 112 milhões a mais do que em 2019, refletindo a inflação nos preços dos alimentos ao consumidor decorrente dos impactos econômicos da pandemia de covid-19 e das medidas adotadas para contê-la.

Voltando ao Brasil, os últimos números da FAO revelam uma piora sensível da insegurança alimentar. Entre 2014 e 2016, atingiu 37,5 milhões de pessoas — 3,9 milhões em condição grave.

Para a organização, a insegurança moderada é medida quando a população não tem certeza sobre a capacidade de conseguir comida e, em algum momento do ano, teve de reduzir a qualidade e quantidade de alimentos. A insegurança grave é entendida quando as pessoas ficam sem alimentos por um dia ou mais.

"O número de pessoas em insegurança alimentar na região sugere que o problema não se limita mais aos grupos sociais que vivem na pobreza há muito tempo; a insegurança alimentar já atingiu as cidades e dezenas de milhares de famílias que não a vivenciavam antes", disse o representante Regional da FAO América Latina e Caribe, Julio Berdegué.

Fonte: Correio Braziliense

quarta-feira, julho 06, 2022

STJ confirma exigência de exame toxicológico para renovação de CNH

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a regra do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que exige a comprovação de exame toxicológico negativo para obtenção e renovação das categorias C, D e E da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

O julgamento foi realizado em 8 de junho pela Primeira Seção do STJ. O acórdão da decisão foi publicado no dia 15 de junho.

Os ministros atenderam um recurso apresentado pela União em defesa do CTB e derrubaram decisões da Justiça Federal que suspenderam a exigência do exame negativo.

Pelo texto do acórdão do julgamento ficou definido que, “a obrigatoriedade de apresentação de resultado negativo no exame toxicológico de larga detecção está vinculada às categorias de habilitação, e não a parâmetros associados à atividade profissional do condutor”.

O entendimento deverá ser aplicado em outros casos semelhantes que estão em tramitação no Judiciário.

Da Agência Brasil

Reunião ministerial de Bolsonaro teve ataque às urnas e fala sobre golpe

Ao contrário do que esperava a equipe da campanha de Jair Bolsonaro, foram as urnas eletrônicas – e não as realizações do governo – o principal assunto da reunião ministerial ocorrida na manhã desta terça-feira (5) no Palácio do Planalto.

Foi o próprio presidente da República quem tomou a iniciativa de falar de suas desconfianças a respeito das urnas eletrônicas e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) logo no início da reunião, que começou às 8h30.

A partir daí, Bolsonaro passou boa parte do tempo se queixando do TSE e dos ministros do Supremo. Segundo os relatos de participantes, o tema tomou quase metade do tempo das discussões. Além de 22 ministros, estavam presentes também os comandantes do Exército e da Aeronáutica – e um representante da Marinha.

Numa fala longa, em tom de exasperação, Bolsonaro disse que "não entende" por que o TSE não aceita as sugestões das Forças Armadas sobre a segurança das urnas eletrônicas e afirmou que, se as eleições não "forem limpas", ele não participará do pleito.

O presidente não entrou em detalhes, mas sugeriu que a corte eleitoral participa de uma armação contra ele, ao se queixar de que o TSE não aceita "nem perguntas" sobre as urnas.

Mas, ao mesmo tempo em que repetia que pretende jogar dentro das "quatro linhas da Constituição", afirmou que só vai aceitar os resultados da eleição se as sugestões das Forças Armadas ao TSE sobre segurança das urnas foram acatadas.

"Eu não quero golpe. Quem quer golpe não tenta um acordo", teria dito o presidente, conforme a descrição feita por testemunhas.

Bolsonaro ainda se queixou do atual presidente do Supremo, Luiz Fux, que em 2018 teria assumido um compromisso de fazer pelo menos 5% dos votos da eleição de 2022 “impressos e auditáveis”.

Reclamou, ainda, da troca do relator do projeto do voto impresso na Câmara dos deputados em 2021 – Aécio Neves (PSDB-MG), que era a favor, foi substituído por Rodrigo Maia (RJ, na época sem partido) que era contra.

Em seguida, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio de Oliveira, reforçou o discurso do presidente. Disse que o TSE até hoje não atendeu seu pedido para uma reunião específica dos militares com a corte. Reclamou ainda que está à disposição do tribunal, mas que "falta reciprocidade".

Só depois da discussão sobre urnas eletrônicas, TSE e Supremo foi que o general Walter Braga Netto, licenciado do cargo de assessor da presidência mas pré-candidato a vice na chapa à reeleição, começou a sua apresentação sobre realizações do governo até ali.

A apresentação, discutida pelo general com a equipe de campanha de Bolsonaro, visava subsidiar o discurso dos ministros para que saíssem em defesa do governo.

A ideia era pedir que os integrantes do primeiro escalão viajassem pelo país propagandeando as ações do governo para reforçar a campanha e ajudar a impulsionar as intenções de voto do presidente nas pesquisas eleitorais.

Bolsonaro até cobrou os ministros que falem mais das realizações do governo. Mas nenhuma cronograma ou ação concreta foram acertados. Ciro Nogueira, da Casa Civil, que costuma coordenar esse tipo de iniciativa, não estava na reunião porque está convalescendo de uma cirurgia.

Ao final de três horas de discussão, o que ficou de saldo foram as queixas e ameaças de Bolsonaro sobre a urna eletrônica – e uma boa dose de frustração para os marqueteiros da campanha à reeleição.

Fonte: Reuters

Um país pobre fez do bitcoin sua moeda nacional, mas aposta não está valendo a pena

Um ano depois de adotar a criptomoeda, participações do governo de El Salvador perderam cerca de 60% do valor e uso da moeda entre salvadorenhos entrou em colapso

O bitcoin deveria transformar a economia de El Salvador, levando o pobre país da América Central a uma improvável revolução financeira. Mas quase um ano depois que o presidente Nayib Bukele chocar o mundo financeiro ao transformar sua moeda digital mais popular em moeda nacional, a aposta parece estar saindo pela culatra, deixando em evidência a lacuna entre as promessas utópicas dos que propõem a criptomoeda e as realidades econômicas.

As participações em bitcoin do governo perderam cerca de 60% de seu valor durante a recente queda do mercado. O uso de bitcoin entre os salvadorenhos entrou em colapso e o país está ficando sem dinheiro depois que Bukele não conseguiu levantar novos fundos de investidores em criptomoedas.

Ainda assim, os contratempos financeiros não conseguiram prejudicar a popularidade de Bukele. Pesquisas mostram que mais de 8 em cada 10 salvadorenhos continuam apoiando o presidente, em parte graças à sua ampla repressão às gangues criminosas e aos subsídios aos combustíveis que diminuíram o impacto da inflação global.

Mas o fracasso dos objetivos declarados de Bukele em relação ao bitcoin — trazer investimentos para o país e serviços financeiros para os pobres — expôs as deficiências de seu estilo de governança autoritário e focado em sua imagem, dizem os críticos. Também levanta questões sobre a sustentabilidade financeira de seu ambicioso plano de modernizar El Salvador, em detrimento da governança democrática.

No ano passado, seu governo alocou o equivalente a 15% de seu orçamento de investimento anual para tentar inserir o bitcoin na economia nacional. Oferecia US$ 30, quase 1% do que um salvadorenho médio ganha em um ano, para cada cidadão que baixasse um aplicativo de pagamento de criptomoedas apoiado pelo governo chamado Chivo Wallet – chivo significa “legal” na gíria local.

Bukele afirma que quase 3 milhões de salvadorenhos, ou 60% dos adultos, baixaram o aplicativo. No entanto, após a aceitação inicial, o uso de criptomoedas despencou. Apenas 10% dos usuários do Chivo continuaram fazendo transações de bitcoin no aplicativo depois de gastar o valor inicial de US$ 30, de acordo com uma pesquisa realizada por três economistas americanos em fevereiro e publicada pelo National Bureau of Economic Research. Quase nenhum novo cliente baixou o aplicativo este ano, de acordo com os pesquisadores.

Fonte: Prensa Libre (Guatemala)

Covid longa: novo estudo sugere que ‘névoa mental’ é causada por danos nos vasos sanguíneos do cérebro

Pesquisadores descobriram que os próprios anticorpos atacam células que revestem a região, provocando danos e inflamações ligados aos sintomas neurológicos

Uma das queixas mais comuns na persistência dos sintomas após a Covid-19, chamada de Covid longa, é em relação aos sintomas neurológicos, como dificuldades na concentração e a "névoa mental". 

Agora, um novo estudo conduzido por cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) descobriram que a própria resposta imune desencadeada pela contaminação com o Sars-CoV-2, vírus causador da doença, pode provocar danos e inflamações nos vasos sanguíneos do cérebro e estar por trás do problemas de longa duração na região.

O estudo, publicado na revista científica Brain, analisou autópsias cerebrais de nove pessoas que morreram após contrair o vírus. Em vez de detectar evidências do patógeno no órgão, a equipe descobriu que eram os próprios anticorpos das pessoas que atacavam as células que revestem os vasos sanguíneos do cérebro.

Essa descoberta pode ser a explicação sobre por que algumas pessoas sofrem efeitos prolongados da infecção - como dor de cabeça, fadiga, perda de paladar e olfato, dificuldades para dormir e a "névoa mental". Além disso, pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para Covid longa, defendem os cientistas.

"Já havíamos mostrado danos nos vasos sanguíneos e inflamação nos cérebros dos pacientes na autópsia, mas não entendíamos a causa do dano. Acredito que neste artigo ganhamos perspectivas importantes sobre essa cascata de eventos", explica o autor sênior do artigo, Avindra Nath.

Os nove indivíduos avaliados, com idades entre 24 e 73 anos, foram selecionados num estudo anterior da equipe que já havia mostrado evidências de prejuízos nos vasos sanguíneos cerebrais por meio dos exames. Seus cérebros foram, então, comparados aos de 10 participantes saudáveis de um grupo de controle. A equipe examinou a neuroinflamação e as respostas imunes usando uma técnica chamada de imuno-histoquímica.

Os cientistas perceberam que os anticorpos produzidos contra a Covid-19 pela infecção miravam erroneamente as células que formam a barreira hematoencefálica, uma estrutura destinada a manter invasores nocivos fora do cérebro, ao mesmo tempo em que permite a passagem de substâncias necessárias.

Danos a essas células podem causar vazamentos de proteínas, sangramentos e coágulos, o que eleva também o risco de acidente vascular cerebral (AVC) – outra relação já comprovada por estudos com a Covid-19. Além disso, esses vazamentos na barreira acionam células imunes chamadas de macrófagos para o local a fim de reparar as perdas, o que causa mais inflamação.

A equipe descobriu que os processos celulares normais nas áreas atacadas pelos anticorpos foram severamente interrompidos, o que teve implicações em mecanismos como a capacidade de desintoxicar e regular o metabolismo.

As descobertas ajudam a elucidar a atuação da doença em pacientes com sintomas neurológicos de longo prazo, e podem ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos como, por exemplo, um remédio que atue no acúmulo de anticorpos na barreira hematoencefálica.

"É bem possível que essa mesma resposta imune persista em pacientes com Covid longa, resultando em lesão neuronal", afirma Nath. Ou seja, um medicamento que reduza essa resposta imune poderia ajudar esses pacientes. "Então essas descobertas têm implicações terapêuticas muito importantes", enfatiza o especialista.

Fonte: O Globo

O novo tom de Lula nas reuniões com empresários

Aliados de Lula que atuam como interlocutores junto ao empresariado passaram a comemorar a mudança de tom do petista em conversas com o segmento. Eles afirmam que o ex-presidente tinha se mostrado “um pouco raivoso” nas primeiras conversas que teve no fim de março, especialmente com representantes do mercado.

O petista deixava claro sua indignação com o alinhamento de parte do empresariado com o governo Bolsonaro. Além disso, mostrava irritação por representantes desse grupo não reconhecerem que tiveram saldo positivo em sua gestão.

Hoje, no entanto, as conversas com empresários e executivos do mercado financeiro têm sido cada vez mais frequentes e em tom mais amistoso. Aliados do petista afirmam que ele passou a ouvir mais o segmento, mas que não pretende fazer o gesto solicitado pelos empresários.

A principal solicitação é para que Lula mantenha intacta a reforma trabalhista de Michel Temer e que não mexa no teto de gastos, caso seja eleito. O ex-presidente já deixou claro que não voltará atrás na sua decisão de mudar esses pontos.

Bela Megale (O) Globo)