sexta-feira, junho 15, 2018

Publicação de Edital


17 dias sem mortes no trânsito

Resultado de imagem para fotos de paz no trânsitoNão é a melhor marca do ano, mas, já é alguma coisa que representa sempre uma esperança de que as coisas estejam mudando, mesmo que lentamente.

As mudanças feitas com a transformação de quatro vias em mão única, acompanhada da sinalização de um grande número de ruas deve ter consequências positivas. É o que se espera.

Na edição passada do Jornal do Comércio, foi publicada uma matéria com detalhes do que aconteceu com o trânsito em Itaituba este ano.

16 mortes ainda é um número muito alto para uma cidade desse porte, mas, se não houver um recrudescimento do número de acidentes, sobretudo com mortes, o ano de 2018 poderá terminar com menos óbitos.

O período mais longo deste ano sem registro de mortes por acidentes de trânsito foi de 29 de abril a 29 de maio,  um mês inteiro sem uma vítima fatal.

Quem sabe estamos avançando. Mas, é melhor esperar mais um pouco. Ainda é cedo para comemorar.

Jota Parente

quinta-feira, junho 14, 2018

Publicação de Edital


World Tractor


Hélio Rezende, um itaitubense das arábias

Piloto Hélio Rezende (esquerda)

          Desde a crise no comércio do ouro, registrada no governo do ex-presidente Fernando Collor de Melo, a partir de janeiro de 1991, as famílias de Itaituba passaram a dar mais valor ao estudo dos filhos, até então relegado a segundo plano por muita gente que conseguia ganhar um bom dinheiro com a atividade garimpeira.
            Essa mudança de comportamento pôde ser percebida a partir do início do Século XXI, quando muitos dos jovens que saíram para estudar fora, começaram a retornar depois de terminar um curso superior. Sem muitas opções na terra onde nasceram, muitos não retornaram.
            Hélio Rezende está entre esses jovens, com a diferença de que mudou de cidade, indo morar em Macapá, pois a família mudou-se para lá. Porém, nunca perdeu sua identificação com a terra em que nasceu, a ponto de iniciar sua carreira de aeronauta aqui mesmo, depois de conseguir o brevê. E nesta edição, o hoje piloto da Omã Air conta sua trajetória vitoriosa.
            Nascido em Itaituba em 02 de maio de 1985, filho de Léo Rezende e Lia Rezende, ela, “in memoriam”, estudo no Instituto de Educação de Itaituba, na Escola Semente do Saber e no Isaac Newton. Em Macapá, chegou a iniciar uma faculdade, mas, a cabeça estava voltada, mesmo, era para a aviação, profissão do pai.
            A infância e parte da adolescência foram vividas em Itaituba, completando essa fase em Macapá, sempre muito ligado ao esporte, sendo um praticante de futebol, sem a mesma inspiração que demonstraria mais tarde como piloto, profissão com a qual se identificou desde cedo, conforme disse em entrevista ao Jornal do Comércio, onde conta detalhes de sua vida.
Jornal do Comércio – Desde quando começou a pensar no que desejaria ser, pensou em ser piloto?
Hélio - Sempre! Meus pensamentos eram sempre voltados para esse fim, e era algo natural que só precisava esperar o tempo chegar. Nunca me imaginei fazendo outra coisa.
            Jornal do Comércio - Até que ponto seu pai, que é piloto desde a segunda metade dos anos 1970 influenciou na sua decisão?
            Hélio - A influência, logicamente, existiu, mas, foi bem natural, afinal, eu literalmente cresci em ambiente de aviação e convivendo com pessoas do meio. Daí, foi um pulo.
Jornal do Comércio - Quando e com que idade você conseguiu seu brevê?
            Hélio - Tirei o brevê com 19 anos, em 2004, e com 20 anos iniciei no primeiro emprego. Até hoje, só trabalhei nessa área. Aos 21 anos fiz o meu primeiro voo solo como Comandante de Táxi Aéreo.
Jornal do Comércio - Em que empresas trabalhou enquanto pilotou aviões de pequeno porte?
            Hélio - Trabalhei em empresas, como TAIL (Táxi Aéreo Itaituba Ltda), Fretax Táxi Aéreo e Norte Jet; em Macapá, trabalhei na Rio Norte Táxi Aéreo, que foi a melhor fase naquele período, voando basicamente no Pará, no Amapá e no Maranhão.
Felizmente, tive a oportunidade de fazer dois voos para Itaituba, partindo de Belém, profissionalmente, como comandante. E antes de iniciar a carreira profissional tive um estágio de alguns meses em Itaituba, adquirindo experiência e horas de voo necessárias para a fase de piloto comercial, apadrinhado pelo Comandante Luiz Feltrin, ícone da aviação na região, o qual ajudou muitos pilotos em diversas fases da carreira. 
Jornal do Comércio - Quando você sentiu que estava na hora de alçar voos mais altos, passando para a aviões de carreira?
            Hélio - No final de 2009 senti a necessidade de experimentar algo diferente na carreira, então vendi um carro e fui para São Paulo fazer alguns cursos necessários na área, apoiado de todas as maneiras possíveis pelo meu pai, o comandante Léo Rezende.
Depois de qualificado, pronto e apto para o desafio, espalhei o meu currículo pelas grandes empresas. Após três meses de espera, a Gol foi a primeira a me chamar, então em abril de 2010 iniciei o treinamento na mesma.
Foi uma experiência de vida e profissional muito enriquecedora, pois, pude vivenciar outro segmento da minha área.
Aprendi muitas coisas e tive a oportunidade de voar por todos os estados e principais aeroportos do Brasil e alguns países da América do Sul, Central e do Norte (Estados Unidos, México, Caribe, Venezuela, Chile, Argentina, Uruguai entre outros), 13 ao todo nesse período. Além de abrir-me as portas, capacitou-me para atuar em outras partes do mundo. A Gol é uma empresa com um clima muito bom para trabalhar, foram 7 bons anos.
Jornal do Comércio - Como o distante e pouco conhecido dos brasileiros, sultanato de Omã surgiu em seu horizonte?
            Hélio - O primeiro contato com a ideia de trabalhar em Omã, na Omã Air aconteceu através de um amigo paraense, de Belém, colega de trabalho na Gol, que já estava com a seleção agendada no país árabe. Ele me convidou. Então constatei que tinham alguns pilotos da Gol migrando para esse país, pois a nossa experiência no avião - Boeing 737 se encaixava no perfil desejado por eles.
Isso foi lá pela metade de 2016. No começo relutei e passei alguns meses pensando na mudança, até que na virada do ano para 2017 decidi, e após feita a seleção, após esperar alguns meses, desembarquei em Mascate para a nova vida, em agosto de 2017. 
Jornal do Comércio - O choque cultural foi forte na chegada?
            Hélio – Obviamente, existe a diferença de cultura, porém, também existe muito mito a respeito. As pessoas locais têm a sua crença, e a seguem à risca, como vestimentas e costumes religiosos; porém, nos países do Oriente Médio existem muitos expatriados (termo usado para residentes que vêm de outros países), de todos os lugares do mundo (até de Itaituba), então, não há um choque de cultura tão forte ao chegar.
Datas como natal e páscoa são normalmente exploradas comercialmente. Aqui mesmo, no condomínio aonde moro, 90% dos moradores são de fora, então, tem horas que nem lembramos que estamos no Oriente Médio. Além disso, os árabes são muito amigáveis e não há qualquer tipo de censura da parte deles para com os estrangeiros; há um grande respeito de ambas as partes em relação às diferenças.
Aonde se vê restrição é na parte relacionada a festas e bebida alcoólica.  Realmente é bem diferente do Brasil. Não existem festas como as nossas, não há bares para comprar bebida alcoólica. Outra coisa bem diferente é a segurança, aqui simplesmente não existem roubos ou violência.
Na parte da alimentação, sinto falta das comidas regionais do Pará, porém, por outro lado, há vários tipos de restaurantes e quase todos os tipos de comida.
Jornal do Comércio - Como você descreve essa experiência de alguns meses nessa atividade em Omã?
Hélio - A experiência de trabalhar aqui é algo bem rico como se imagina; é uma das áreas mais movimentadas do mundo em termos de tráfego aéreo. Outra coisa interessante é dividir a cabine de comando com pilotos de diversos lugares do mundo, com espanhóis, húngaros, suecos, russos, ucranianos, africanos, indianos, egípcios, panamenhos, peruanos entre outros…
Eu faço rotas de países árabes e países da Ásia. Já estive na Índia, no Paquistão, no Sri Lanka e outros. Na parte da administração e rotina operacional, os árabes são bem mais disciplinados e menos flexíveis que os brasileiros. Na aviação comercial há uma linguagem bem padronizada mundialmente, então, muita coisa da rotina aqui é algo que já via na Gol, não houve muito impacto. 
Jornal do Comércio - E como é o lazer?
            Hélio – O dia a dia aqui não é muito diferente do que eu tinha antes; contato com os amigos brasileiros da empresa, cinema, futebol, praia, visitar alguns pontos turísticos da cidade e arredores, além de descansar, pois afinal, o ritmo de trabalho aqui é bem mais intenso.
Jornal do Comércio – Como é a relação de estrangeiros com as mulheres árabes?
            Hélio - A relação de estrangeiros com as mulheres locais se resume à cordialidade, pois muitas trabalham em diversos setores da empresa, trabalham em bancos, etc... Até onde sei, não é permitido o envolvimento delas com estrangeiros, mesmo porque os árabes são muito tradicionalistas. Mas, em Omã tem gente de muitos lugares, da Europa e da Ásia, principalmente, e os brasileiros que querem namorar, não tem problema, pois podem namorá-las à vontade.
Jornal do Comércio – Quanto tempo pretende ficar no Oriente Médio?
            Hélio - Meu plano inicial é ficar 3 ou 4 anos, cumprir o contrato, aprender mais e aprimorar o inglês. Creio que nesse tempo terei mais embasamento para decidir o próximo passo.
Posso tentar ingressar numa empresa maior daqui da região, ou permanecer e apostar no crescimento da Omã Air, pois, há muita expectativa em torno disso; e paralelo à isso, ficar sempre atento ao mercado de trabalho no Brasil, que infelizmente, por hora se encontra estagnado e não apresenta perspectiva a curto e médio prazo; afinal de contas, a aviação é totalmente ligada à economia do país. Se a economia está bem, a aviação vai bem, se a economia não vai bem, isso reflete diretamente na aviação.

As redes sociais, para o bem e para o mal


            As redes sociais são uma realidade recente com a qual a maioria das pessoas já convive. Tem uma inegável influência no comportamento da sociedade, ainda com poucos estudos a respeito do grau de sua interferência, tanto para o bem, quanto para o mal. Mudou paradigmas comportamentais, tanto individuais, quanto sociais.
                Facebook, Instagram, Linkdln, Twitter, WhatsApp, Facebook Messenger, YouTube, Snapchat, Google+ e Pinterest, nessa ordem, são as dez mais conhecidas e mais usadas no Brasil.
            Um ranking do portal de estatísticas Statista demonstrou que o Facebook é a rede social com maior número de acessos em todo o mundo. Além disso, a plataforma também é dona de outros três serviços que compõem o ranking das cinco mais usadas.
A pesquisa foi feita com dados divulgados pelas próprias plataformas sobre o número de usuários ativos por mês e inclui as informações mais recentes, obtidas no período entre dezembro de 2016 e julho de 2017.
De acordo com o levantamento feito pelo Statisa, o Facebook reina e ocupa a primeira posição, com 2 bilhões de usuários ativos por mês. Em seguida estão o WhatsApp (1,3 bilhão), Messenger (1,2 bilhão), WeChat (938 milhões) e Instagram (700 milhões) completando a lista.
Destes, apenas o penúltimo não pertence ao grupo de Mark Zuckerberg, e sim à chinesa Tencent, que também é dona do sexto lugar, o Qzone , rede social com força na China e possui 632 milhões de usuários ativos.
Quem costuma ler os meus escritos deve estar se perguntando porque motivo estou gastando meus neurônios escrevendo sobre esse assunto. É que estamos tão escravizados por essas mídias sociais, uns mais, outros menos, que nem nos damos conta de que com elas, em vez de termos passado a ter o poder em nossas mãos, tornamo-nos reféns desse imenso Big Brother, conforme já previra George Orwell, no seu profético livro 1984, de 1949.
Somos vigiados pelo Grande Irmão quando acessamos a internet e o mundo passa a ter conhecimento de quem somos, onde vivemos, o que fazemos, através do Internet Protocol (IP) do nosso computador, ou pelo celular. Temos a doce ilusão de que ao comprarmos um antivírus estamos seguros e imunes a invasões. Melhora nossa proteção, mas, não nos livra dos perigosos hackers espalhados pelo mundo inteiro, dos quais a Rússia é o paraíso.
A comunicação é em tempo real e dependendo do que é comunicado, as consequências são imprevisíveis. Isso, repito, pode ser, para o bem ou para o mal. Por isso é preciso vigiar para se fazer bom uso dessas ferramentas que muito mais do que o Rádio e da TV, vieram para encurtar distâncias e economizar tempo, desde que usadas de forma adequada.
Mas, por que cargas d’agua eu estou tratando desse assunto?
O que me motivou foi uma parte do discurso do vereador Júnior Pires (PSC), quarta-feira (16/05), quando bastante irritado ele se referiu ao mau uso das redes sociais, de modo particular o WhatsApp, que tem sido muito utilizado para criticar os agentes públicos. Mas, criticar é uma coisa salutar, pois quem é agente público é vidraça, e quem está do outro lado é estilingue.
Criticar pode e deve; criticar ajuda a consertar o que não estiver funcionando bem, mas, criticar não é sinônimo de esculachar, ofender, detratar, etc... É disso que o vereador falou, da esculhambação gratuita com o único e precípuo objetivo de ofender algum desafeto, principalmente os políticos. Ninguém, nem mesmo os políticos, tão em baixa neste país, merecem ser vítimas de acusações torpes destituídas de fundamentação.
Por fim, lembro aos que se escondem por trás de uma tela, que usar a internet, celular e outros meios de comunicação para ofender ou prejudicar o outro é crime. A prática é conhecida como Cyberbullying e pode acarretar processos tanto no campo cível, com dano moral, quanto na área criminal, como injúria, calúnia e difamação. Em qualquer manifestação, embora haja o direito constitucional da liberdade de expressão, é preciso controlar os excessos, que podem ser constituídos em atos criminalmente imputáveis.

Artigo publicado na edição 240 do Jornal do Comércio

16 Mortes Já Ocorreram no Trânsito de Itaituba em 2015

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Houve uma ligeira melhora quanto ao número de mortes no trânsito na cidade de Itaituba, mas, é preciso avançar muito mais para que se alcance números aceitáveis para uma cidade de cerca de 100 mil habitantes.
            De acordo com números oficiais das ocorrências de trânsito levantados junto à Secretaria Municipal de Saúde, Corpo de Bombeiros e Instituto Renato Chaves, esse último, fonte da informação do número de óbitos, em 2017 aconteceram 40 mortes por acidente de trânsito, com a média de uma morte a cada 9,125 dias. Este ano, até a data do fechamento desta edição, em 23 de maio, haviam sido registrados 15 óbitos por esse motivo, em 143 dias, com uma média de uma morte a cada 9,53 dias.
            Não é nada espetacular; não são números para se comemorar, uma vez que, se for mantida a média atual, no final do ano terão ocorrido apenas duas mortes a menos em comparação com o ano passado, chegando-se a 38 vidas perdidas no trânsito, o que continuará sendo um número assustador. Entretanto, duas vidas preservadas representam algum alento.
            Apesar da possibilidade desse pequeno saldo positivo quanto ao número de mortes, no caso da média se manter, outros números preocupam, pois continuam impressionantemente assustadores como por exemplo, a quantidade enorme de acidentes e o elevadíssimo número de atendimentos no Hospital Municipal de Itaituba.
            No mês de janeiro foram feitos 301 atendimentos no HMI, somente de acidentados no trânsito local; em fevereiro foram atendidas 297 pessoas; já em março houve uma diminuição considerável, ficando em 199 atendimentos, e em abril chegou-se ao número de 214, voltando a subir, enquanto que em maio, até o dia 18, quando esta edição estava para ser fechada, já tinham sido feitos 220 atendimentos, totalizando 1.231 atendimentos médicos de acidentados no trânsito, continuando a curva no sentido ascendente.
            O número de acidentes também continua impressionando. Pode ser até maior do que o JC informa nesta edição, porque não existe em Itaituba um serviço de estatística que feche 100% das ocorrências. A informação mais próxima e confiável é fornecida pelo 7º Grupamento do Corpo de Bombeiros Militar, que costuma ser chamado na grande maioria dos casos. De acordo com esses números coletados diretamente na corporação, janeiro registrou 34 acidentes atendidos pelo 7º GBM, fevereiro 42, março 43 e abril 56, totalizando 175 acidentes. As ocorrências subiram mês a mês. O mês de maio ainda não havia fechado, pois isso só acontece após o encerramento do mês.
            O diretor do Hospital Municipal, enfermeiro Adriano Coutinho, em conversa com a reportagem do Jornal do Comércio, afirmou que já existem registros de famílias nas quais mais de uma pessoa foi mutilada em acidentes de trânsito. Citou o caso de um pai e de um filho, um que perdeu um braço e o outro que teve a perna amputada por essa verdadeira epidemia que causa tantos prejuízos aos envolvidos e ao setor de saúde do município.
            Somam-se aos traumatizados em acidentes de trânsito, que ocupam leitos do Hospital Municipal que poderiam servir para outros pacientes, as despesas elevadas com medicamentos e os voos para Santarém. A média mensal de voos é de dezesseis, dos quais, 50% saem de Itaituba, exclusivamente, levando acidentados de trânsito. Como cada voo está orçado em R$ 5 mil, são gastos em torno de R$ 40 mil somente para esse fim. É muito dinheiro do contribuinte despendido pelo erário municipal, que deveria ser usado na compra de medicamentos, por exemplo.
            Os motivos são os de sempre: imprudência, irresponsabilidade pura e simples, mistura de álcool com direção, não observância da sinalização e pais irresponsáveis que entregam carros ou motos para filhos menores. A dos acidentes maioria envolve motocicletas. Todos sabem como evitar acidentes, no entanto, um número grande de condutores faz do trânsito uma verdadeira roleta russa, passando com sinal vermelho, avançando a preferencial, fazendo ultrapassagem pela direita, e assim por diante.
            A Comtri tomou uma iniciativa louvável, ao visitar escolas municipais, nas quais tem sido feitas palestras pelos agentes do órgão, orientando as crianças a como se comportarem no trânsito. É esse público que precisa ser alcançado, pois fazer campanha de educação de trânsito para condutores adultos em Itaituba é chover no molhado, ou jogar dinheiro público no lixo. Para esses condutores, que sabem muito bem o que é certo e o que é errado, só mesmo a aplicação rigorosa do Código de Trânsito Brasileiro.
            Embora seja positivo a Comtri estar se preocupando com a educação de trânsito para crianças, antes de ir até as salas de aula, deveria já ter solucionado problemas como a mão única das travessas Justo Chermont e Lauro Sodré, que só teve alguma providência depois que o prefeito Valmir Clímaco recebeu muitas reclamações de condutores que querem ver o trânsito funcionando direito, em virtude de continuarem funcionando como mão dupla, o que coloca a vida de quem trafega por ali em risco. Em entrevista ao Jornal do Comércio, o prefeito falou das providências que já havia tomado para as duas vias.
            Valmir falou sobre a questão da mão única, que funciona muito bem nas travessas onde o fluxo de veículos dá-se do centro da cidade no sentido dos bairros periféricos, Treze de Maio e João Pessoa, enquanto que descendo no sentido orla tem sido uma dor de cabeça desde que foi implantada a mudança.
            Ele disse que percorreu as vias com o diretor da Comtri, Aguiarzinho, para discutir como resolver o problema. A solução encontrada foi mudar a sinalização.
            As placas PARE, das travessas Lauro Sodré e Justo Chermont, que travavam muito os veículos que desciam, foram trocadas, nem todas, porque há ruas que precisam continuar sendo preferenciais, mas, tem tudo para melhorar.
            Quem desce por essas vias agora, não precisa mais parar na 10º Rua, nem na 7ª Rua da Bela Vista, bem como em ruas da Cidade Alta que antes eram preferenciais.
            Apesar da providência, e de ser possível ver uma diminuição de tráfego na contramão, ainda existem os mal-educados que insistem em continuar fazendo errado.
            Contra esses, a Comtri deve aplicar a lei, mas, antes disso, deveria colocar agentes pelos menos uns dois dias, para que ninguém alegue ignorância. Após essa providência, o remédio deverá ser aquele que todos entendem rapidamente, que é alcançar o bolso dos infratores. Esta semana os agentes do órgão de trânsito tem estado nessas vias orientando.
            Trânsito no Brasil mata 47 mil por ano e deixa 400 mil com alguma sequela - O Brasil registra cerca de 47 mil mortes no trânsito por ano, e 400 mil pessoas ficam com algum tipo de sequela. O custo dessa epidemia ao país é de R$ 56 bilhões, segundo levantamento do Observatório Nacional de Segurança Viária.
Com esse dinheiro, seria possível construir 28 mil escolas ou 1.800 hospitais.
Desde a implantação do Código Nacional de Trânsito, em 1998, uma série de medidas positivas foram adotadas, como a Lei Seca, uso de cadeirinha para crianças e obrigatoriedade de airbag frontal nos veículos novos. Mas, após uma ligeira queda, o número de mortes voltou a subir.
De 2009 a 2016, por exemplo, o total de óbitos saltou de 19 para 23,4 por 100 mil habitantes. Nessa toada, o país não cumprirá a meta da ONU(Organização das Nações Unidas) de reduzir pela metade a incidência de acidentes até 2020.
Com os números sem dar sinais de quedas importantes, o problema parece difícil de ser solucionado. Mas ações executadas por diversos países mostram que é possível, sim, atacá-lo com eficiência.
Nos últimos dez anos, a Espanha reduziu em cerca de 80% seus acidentes, os Estados Unidos, em 20%, a Bélgica, 30%. Para efeito de comparação, os norte-americanos têm uma frota de veículos seis vezes maior do que a brasileira, uma população cerca de 70% maior e uma mortalidade no trânsito de 30 mil pessoas por ano.
"É necessária responsabilidade do governante de qualquer esfera para melhorar a vida das pessoas e as proteger dos riscos. É preciso ter clareza e até coragem para dizer: 'essa medida é impopular, mas precisa ser feita'. A questão de segurança tem de vir na frente, e o custo econômico é muito alto", afirma David Duarte Lima, presidente do Instituto de Segurança no Trânsito e professor da Universidade de Brasília. (com informações da Folha).
Voltando a Itaituba, a média de mortes no trânsito por 100 mil habitantes é 40% maior do que a média nacional apresentada acima. Foram 40 em 2017. E é maior do que a maioria das capitais dos estados e muito pior, se comparado com cidades do seu porte. A solução só depende dos que fazem o trânsito acontecer, ou seja, principalmente os condutores.

Matéria da edição 240 do Jornal do Comércio