domingo, janeiro 22, 2017

Morte de Teori: o que é verdade e o que é mentira nas redes sociais

RIO  - O Globo - Várias questões, nem sempre verdadeiras, circulam pelas redes sociais desde a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki quinta-feira, na queda de um avião em Paraty (RJ). A profusão de informações não comprovadas fez até com que o filho do ministro, o advogado Francisco Zavascki, fizesse um alerta neste domingo para a criação de perfis falsos em nome dele na internet. Ele pediu cuidado ao que outras pessoas estão escrevendo como se fosse ele e pediu ajuda aos amigos para denunciar os perfis falsos. O GLOBO levantou algumas das questões que circulam pela internet para esclarecer o que é verdade e o que é mentira.

O filho de Teori disse que o pai sofreu um atentado?
Não. O advogado Francisco Zavascki afirmou não ter dúvidas de que “muitas pessoas comemoraram” a morte do seu pai, chegou a comentar a possibilidade de um atentado, mas evitou colocar essa suspeita como principal hipótese.
— Motivos têm vários (para não ser um acidente). Com certeza, pelas pessoas envolvidas nesses processos (relacionados à Lava-Jato), nas delações que estavam por vir, e nos interesses envolvidos. Com certeza, não tenho a menor dúvida de que muita gente comemorou ontem (quinta) — disse Francisco.

Em outro momento, ele comentou:

— Eu acho que se, e deixo um “se” bem grande, se aconteceu alguma coisa que não uma tragédia, com certeza não é de alguma pessoa que fez uma ameaça anterior, (ela) não ia passar o recibo antes de cometer o ato.

O filho de Teori postou mensagem sobre ameaças para frear a Lava-Jato antes do acidente?

Sim. Uma mensagem postada em maio de 2016 por Francisco Zavascki, voltou a circular nas redes sociais após a morte do ministro. No entanto, o filho do ministro tem sido bastante cuidadoso ao falar das possíveis causas do acidente.

No post, que já foi apagado, ele dizia: "É óbvio que há movimentos dos mais variados tipos para frear a Lava Jato. Penso que é até infantil que não há, isto é, que criminosos do pior tipo (conforme MPF afirma) simplesmente resolveram se submeter à lei! Acredito que a Lei e as instituições vão vencer. Porém, alerto: se algo acontecer com alguém da minha família, vocês já sabem onde procurar...! Fica o recado!”

Na época, o próprio Teori disse que não levava "nada a sério", sem dar detalhes sobre as ameaças.

Teori sofria ameaças e estava preocupado com isso?

Amigo de Teori Zavascki há mais de 40 anos, o ex-presidente do Grêmio e ex-deputado estadual Paulo Odone conta que o ministro do STF não dava importância a ameaças, recebidas principalmente por meio de redes sociais.

- O que ele disse que teve de pressão foram os radicalismos das redes sociais, principalmente quando deu despacho em relação ao Lula (o ministro anulou a validade de escutas telefônicas entre os ex-presidentes Lula e Dilma), em relação ao impeachment. Fizeram ameaças pela rede social, protesto na frente do edifício dele aqui em Porto Alegre. Fizeram ameaças de morte, coisa assim, contra filhos, a ele. Mas isso passou também

O avião tinha caixa-preta?
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que foi encontrado nos destroços da aeronave que caiu em Paraty um gravador de voz da aeronave. No entanto, segundo as regras de segurança da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o modelo da aeronave que caiu em Paraty, um King Air C90GT, não era obrigada a ter qualquer equipamento de gravação de dados ou voz.

Conversa entre piloto e torre de controle foi apagada?
Ainda não há informações sobre o estado do gravador de voz encontrado na aeronave, se o aparelho sofreu algum dano com o acidente. É preciso ainda confirmar se o equipamento estava ligado e se teria gravado conversas do voo da tragédia.

O gravador foi encaminhado para o Laboratório de Análise e Leitura de Dados de Gravadores de Voo (Labdata), que fica no Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Aeronáutica.

Havia documentos dos processos da Lava-Jato no avião?
Não há informações sobre isso. Mesmo de férias, Teori acompanhava o trabalho no Supremo sobre a delação premiada de 77 executivos da Odebrecht, que ele planejava homologar em fevereiro. Ele chegou a interromper as férias nos últimos dias antes da sua morte para analisar os acordos.

Amigo do ministro, o ex-presidente do Grêmio Paulo Odone contou, durante o velório, que Teori trabalhava nos processos da Lava-Jato mesmo durante uma viagem à praia, na semana passada.

- Teori se comunicava mesmo em férias, por telefone, com essa equipe dele que estava trabalhando em Brasília. Mesmo na praia fazia esse contato.

No entanto, não há nenhum indício de que havia documentos importantes da Lava-Jato na aeronave que caiu em Paraty.

Um “sargento” deu orientações erradas ao piloto?
Mentira. Mensagem compartilhada pelo Whatsapp cita um suposto sargento que teria orientado, por meio de rádio, o piloto do avião a descer em Paraty a uma altura não recomendável. Segundo a mensagem, essa orientação teria levado a aeronave a cair, e o suposto sargento chegou a ser preso. Mas, ainda segundo a mensagem, foi solto em tempo recorde com base em liminar emitida pelo ministro do STF Ricardo Lewandowski.

Quais as circunstâncias da queda?
O bimotor de prefixo PR-SOM decolou com o ministro Teori e mais quatro pessoas do aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, por volta das 13h, e tinha Paraty como destino. Antes das 14h, porém, a aeronave caiu no mar próximo a Ilha Rasa, em condições climáticas desfavoráveis e com pouquíssima visibilidade, de acordo com o relato de testemunhas.

A região Costa Verde, onde o avião caiu, tem histórico de acidente que vitimaram políticos e outras personalidades. O caso de maior repercussão no aconteceu em 12 de outubro de 1992, quando o helicóptero que transportava o deputado Ulysses Guimarães e sua mulher, Mora, caiu no mar próximo a Angra dos Reis, provavelmente entre Paraty e Ubatuba, litoral norte paulista.

Qual era a situação da aeronave?
O avião estava com todas as licenças em dia. E o piloto Osmar Rodrigues, de 56 anos, estava acostumado a conduzir a aeronave. Ele já utilizava o bimotor com matrícula PR-SOM havia pelo menos seis anos.

Quem conduz as investigações?

O caso é investigado pela Força Aérea Brasileira (FAB), pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, e Estadual, além da Polícia Civil. Parte dos investigadores trabalhou na apuração da queda do avião que vitimou o ex-governador Eduardo Campos, em Santos (SP), em plena campanha presidencial de 2014.

Não é teoria da conspiração, é dúvida

Elio Gaspari, O Globo

O advogado Francisco Zavascki, filho de Teori, tem toda razão: “Seria muito ruim para o país ter um ministro do Supremo assassinado”. Ele pede que se investigue o caso “a fundo” para saber “se foi acidente, ou não”.

Não é só Zavascki quem levanta essa questão, ela está na cabeça de milhões de brasileiros. Nada a ver com teoria da conspiração, trata-se de dúvida mesmo.

A linha que separa esses dois sentimentos é tênue, e a melhor maneira para se lidar com o problema é a investigação radical.

Um dos mais famosos assassinatos de todos os tempos, o do presidente John Kennedy, em 1963, foi investigado por uma comissão presidencial de sete notáveis que produziu um relatório de 888 páginas. Até hoje, metade dos americanos não acredita na sua conclusão, de que Lee Oswald, sozinho, deu os tiros que mataram o presidente. Mesmo assim, rebatê-la exige esforço e conhecimento.

O presidente Michel Temer poderia criar uma comissão presidencial para investigar a morte do ministro Teori. Desde o momento em que o avião caiu n’água, ocorreu pelo menos o desnecessário episódio da demora na identificação dos passageiros.

Pelos seus antecedentes e pelas circunstâncias, a tragédia de Paraty ficará como um dos grandes mistérios na galeria de mortes suspeitas da política brasileira.

Aqui vão os principais nomes dessa galeria, divididos em três grupos: o de alto, médio e baixo ceticismo.

Alto ceticismo:
O desastre automobilístico que matou Juscelino Kubitschek em 1976 não teve influência de estranhos à cena.

Médio ceticismo:
Em 2014 o jatinho de Eduardo Campos caiu porque houve um erro do piloto. Só isso.

Tancredo Neves morreu em 1985 porque não se cuidou e foi tratado de forma incompetente e mentirosa, mas não houve ação criminosa.

Em 1967 o aviãozinho em que viajava o marechal Castello Branco entrou inadvertidamente numa área em que voavam jatos da FAB, foi atingido por um deles e espatifou- se na caatinga. Nada além disso.

Baixo ceticismo:
Ulysses Guimarães voava nas cercanias de Paraty durante uma tempestade, e o helicóptero caiu n’água.

Jango sofreu seu último enfarte enquanto dormia em sua fazenda, na Argentina. Morreu porque era um cardiopata.


A classificação, subjetiva, é do signatário, que não crê em quaisquer versões revisionistas. Quem quiser pode mudá-la, ao próprio gosto.

Pará pede ajuda federal para investigar matanças

Pará pede ajuda federal para investigar matanças (Foto: Celso Rodrigues)Com a série de assassinatos que ocorreram na Região Metropolitana de Belém desde sexta-feira (20), após a morte do soldado Rafael da Silva Costa, da Rotam, o governador do Estado, Simão Jatene, telefonou para o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e pediu ajuda do governo federal nas investigações dos crimes. 
O secretário de segurança adjunto do Pará, coronel Hilton Benigno, disse que dos 30 assassinatos, 25 tinham características de execução. Ele confirmou que os crimes podem ter ligação com a morte do policial. "A gente leva em consideração a possibilidade de que os crimes sejam uma reação à morte do policial. Mas ainda não podemos afirmar isso com clareza", destacou o secretário à reportagem da Folha
Na sexta-feira, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) criou um gabinete permanente de situação para acompanhar e monitorar as intercorrências registradas. O governo cobrou o envolvimento das corregedorias da Polícia Civil e Polícia Militar para esclarecer os fatos, identificar e punir os responsáveis.
Não foram dados detalhes da ajuda do governo federal, mas Benigno ressaltou que o apoio seria na área de inteligência. 

Mortes
O número de execuções ocorridas desde sexta-feira foi quase dez vezes superior à média diária de homicídios em Belém, que é de três casos, o que já é um índice preocupante e mostra a falta de fôlego do governo do Estado em reprimir os altos índices de criminalidade na capital.
O perfil dos crimes também fugiu do padrão usual: a maioria aconteceu durante a tarde de sexta e em 16 bairros diferentes de Belém, além de Ananindeua e Marituba. Normalmente, os homicídios acontecem à noite e concentram-se nos bairros mais violentos.
Série de assassinatos não é novidade
Em novembro de 2014, várias execuções foram realizadas após o assassinato do cabo da Rotam Antonio Marco da Silva Figueiredo, conhecido por Cabo Pet. Na época, Pet estava afastado de suas funções e foi morto em uma emboscada vítima de 20 disparos, no bairro do Guamá.

Na noite do dia 4, os crimes iniciaram e seguiram durante a madrugada do dia 5. A matança de novembro revelou o perfil do "cabo Pet" como um militar linha dura, tido como exemplar pelos companheiros de farda e bastante temido no Guamá, onde era visto como um ardoroso combatente da bandidagem. À época de sua morte, estava afastado da Rotam por razões de saúde e respondendo procedimentos disciplinares e inquéritos policiais, dentre os quais por homicídio, extorsão e abuso de poder.

Dr. Antunes: “Ministro agiu de forma criminosa no Parna do Jamanxin”

O Impacto (Nazareno Santos) - O presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB – Subseção de Itaituba e vice-presidente da Associação de Mineradores de Ouro do Tapajós (AMOT), advogado José Antunes, em entrevista exclusiva à nossa reportagem, fala sobre a Medida Provisória nº 758, de 19/12/2016, feita pelo ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho e assinada pelo presidente Michel Temer, que altera os limites do Parque Nacional do Jamanxim e da Área de Proteção Ambiental do Tapajós.
Como o senhor recebeu a notícia sobre a publicação dessa Portaria?
Dr. Antunes: Foi com surpresa e indignação que os componentes do segmento produtivo de Itaituba e dos demais municípios com seus territórios inseridos na APA do Tapajós, tomaram conhecimento dos termos da Medida Provisória nº 758, de 19/12/2016, em que em seu art. 4º, acresce aos limites do Parque Nacional do Jamanxim, localizado no Município de Itaituba, uma área de 51.135 há (cinquenta e um mil cento e trinta e cinco hectares) e no parágrafo único do mesmo artigo altera os limites da APA do Tapajós.
Para embasar o pedido de adoção de referida Medida Provisória, feita pelo Ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho e Maurício Quintella Malta Lessa, conforme EMI nº 00058/2016 MMA MTPA, de 09 de novembro de 2016, dirigida ao Exmo. Sr. Presidente da República, justifica em seu item 4, que “…a BR-163, cujas obras de abertura do traçado e implantação da rodovia foram iniciadas na década de 70, consta do Plano Nacional de Viação – PNV desde a edição da Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973, que também a declarou naquela época, como sendo indispensável à segurança e ao desenvolvimento nacionais.” e no item 5, que “…o processo de criação do PARNA do Jamanxim já havia considerado a existência desse importante eixo rodoviário, excluindo, assim, o seu leito e respectiva faixa de domínio, sem, entretanto, delimitar essa poligonal do Decreto de criação da unidade, sendo este, um dos pontos que se pretende definir com esta Medida Provisória”.
E, ainda, como vemos, no item 20, do documento supracitado, diz que: “A delimitação de uma única faixa, com área aproximada de oitocentos e sessenta hectares (860 ha), comportando a área aproximada de quatrocentos hectares (400 ha) da faixa de domínio da BR-163, já excluída por ocasião da criação da unidade, e a área aproximada de quatrocentos e sessenta hectares (460 há) do leito da faixa de domínio da EF-170, possibilitará a sua demarcação conjunta e facilitará o processo de gestão do PARNA do Jamanxim, haja vista que ainda hoje, a área da BR-263 excluída do PARNA não está delimitada e demarcada naquele trecho”.
Quais as justificativas do ministro Sarney Filho?

sábado, janeiro 21, 2017

Desagravo a Maíra, tão injustamente maltratada pela maledicência dos imbecis

EM DESAGRAVO
Como o mundo é sempre muito mais complexo do que supõe a nossa vã ideologia, devo reconhecer que o melhor perfil produzido até agora da moça que faleceu no acidente de Teori é de VEJA.
Um mar de indignidades foi dito sobre Maíra Lidiane Panas Helatczuk, mesmo depois que se soube que a outra falecida era sua mãe, Maria Hilda Panas, e que ela era uma profissional massagista a serviço do dono do avião.
Jamais publiquei ou compartilhei aqui conteúdo de VEJA, outrora a pérola, hoje o esgoto do jornalismo brasileiro.
Mas destaco esta peça de boa reportagem, produzida por Maria Clara Vieira e Eduardo Gonçalves, na esperança de que ela indique um novo rumo virtuoso para a revista.
Compartilho, sobretudo, em desagravo à jovem, sonhadora Maíra, e à sua mãe amada, levadas da vida de forma tão trágica, e tão injustamente maltratadas pela maledicência dos imbecis.

Gabriel Priolli Netto  é jornalistaprofessorapresentador e diretor de televisão
-------------------------------------------
Revista Veja
A dançarina e massagista que morreu no voo que caiu em Paraty, Maíra PanasQuando embarcou no bimotor PR-SOM em Guarulhos ao lado do patrão e da mãe ontem, Maíra Lidiane Panas Helatczuk, de 23 anos, não tinha a menor ideia de quem era o quarto passageiro da aeronave que seguia para Paraty. Apenas descreveu o ministro Teori Zavascki aos amigos como um “senhor muito chique”, por meio de um grupo de Whatsapp.

Às 12h46, quinze minutos antes da decolagem, Maíra também fez sua última postagem em redes sociais, contando que acabara de ser assaltada. Foi justamente esse relato que chamou a atenção dos conhecidos, que imediatamente entraram em contato para saber se estava tudo bem. Depois da publicação, os seguidores da jovem nunca mais tiveram resposta. “Nós estávamos com tudo pronto para viajar para a Riviera de São Lourenço [litoral de São Paulo] neste fim de semana, e ela cancelou na véspera dizendo que precisaria viajar a trabalho”, contou a VEJA Ieda Barreto, colega de faculdade da vítima.

Nascida em Juína, cidade do Mato Grosso que faz fronteira com Rondônia, Maíra se mudou para São Paulo há dois anos. Morava com o namorado na Vila Mariana e trabalhava como massoterapeuta no SPA do Hotel Emiliano, localizado na rua Oscar Freire, no bairro dos Jardins. Segundo conhecidos, o emprego no hotel de Carlos Alberto Filgueiras foi o primeiro que ela conseguiu na capital paulista.

“Ouvi que ele frequentemente viajava com funcionárias do SPA porque sentia dores nas costas, mas não sei dizer se foi a primeira vez que a levou. Sei que ela via o patrão como um pai, e sempre dizia que ele a ajudou muito quando ela chegou em São Paulo”, disse Ieda.

Desde agosto do ano passado, Maíra cursava fisioterapia na unidade Paraíso da Universidade Paulista (Unip). Para complementar a renda, fabricava e vendia sucos detox na faculdade, dava aulas de balé para crianças no bairro da Mooca e era parte do elenco de dançarinas do ventre da casa de chá egípcia Khan El Kalili, onde se apresentou pela última vez no domingo. Ela também era especialista em tango e dança zouk.

No primeiro dia de aula, Maíra emocionou os seus colegas de sala, ao contar que, há dois anos, havia ganhado uma bolsa de estudos para dançar balé na Suíça, mas, já no aeroporto, quando se dirigia à pista de embarque, passou mal e desmaiou. A queda rendeu uma lesão no pé, que lhe obrigou a permanecer no Brasil. Segundo o seu relato, foram as inúmeras sessões de fisioterapia que a permitiram voltar a dançar e, por isso, havia decidido fazer o curso.

“Todo mundo chorou quando ela contou essa história. Ela era uma pessoa que irradiava muita energia e alegria quando chegava. Era incapaz de ficar de mal humor”, disse Luciana Souza Cruz, colega de faculdade de Maíra. As duas haviam combinado de, depois da viagem, ir ao templo templo budista Zu Lai, em Cotia (SP).

Bastante apegada a questões de espiritualidade, Maíra mantinha um blog na internet onde se dizia apaixonada por livros e por guardar relíquias — em suas redes sociais, exibia uma coleção de vinis.  Numa mensagem publicada em 30 de dezembro, ela assim se define: “Dentro sou areia e vento. Sou cigana de partida, nunca de chegada. (…) A vida é continuidade. Não tenho o direito de me apegar ou me despedir, porque também não sou mais do que mera alma seguindo para qualquer lugar no mundo”.

No último sábado, Maíra, Ieda, Luciana e outros amigos comemoraram em casa o aniversário de 53 anos de Maria Hilda – que viera do Mato Grosso especialmente para passar a data ao lado da filha. “Maíra nos disse que viajaria na quinta e voltaria na segunda, e estava muito feliz por poder levar a mãe. Ela vai fazer falta. Era uma pessoa honesta, que trabalhava muito”, disse Ieda. Os corpos de Maíra e Maria Hilda serão levados para Cuiabá, onde elas serão veladas pelos familiares.

Belém teve 27 homicídios em 24 horas

Belém tem 27 homicídios em 24 horas (Foto: Antônio Melo/Diário do Pará)
A onda de assassinados que tomou conta de Belém, sexta-feira, 20, deverá ser alvo de uma investigação especial, realizada por diversos órgãos do sistema de segurança do Pará. Entre a manhã de sexta e a de sábado (21), foram registrados 27 homicídios na Grande Belém, segundo dados atualizados. A suspeita é que alguns crimes tenham ligação com a morte do soldado Rafael da Silva Costa, da Rotam.
Em nota, a Polícia Militar informou que “a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará instalou na tarde desta sexta-feira um gabinete permanente de situação, envolvendo todos os órgãos da área para acompanhar e monitorar os acontecimentos”.
Na manhã de hoje, foi feita uma reunião com gestores dos órgãos de segurança para discutir o caso e determinar uma “rigorosa apuração de todos os crimes, com envolvimento direto das corregedorias da Polícia Civil e Polícia Militar, para esclarecer os fatos, identificar e punir os responsáveis”.
Durante a manhã de ontem, o soldado Rafael, da Rotam, foi morto com um tiro na cabeça durante uma perseguição policial. Após o crime, outros 26 homicídios foram registrados nas 24 horas seguintes, alguns com sinais de execução.
O elevado índice de violência relembra a chacina ocorrida em 2014 nos bairros do Guamá, Jurunas e Terra Firme, em Belém, após a morte do cabo da Rotam Antônio Marco Figueiredo, conhecido como Pet. Na ocasião, 11 pessoas foram mortas após a execução do policial. Investigação sobre o caso aponta que alguns dos crimes foram uma retaliação contra a morte do PM.

(DOL)

A Copa Ouro 2017 ainda precisa ser confirmada

Ao participar, hoje, do programa O Assunto É Este, o Coordenador da Copa Ouro, o jornalista Weliton Lima fez alguns esclarecimentos a respeito do evento.

Um deles, e dos mais importantes, diz respeito à dúvidas quanto a realização do evento, que ainda precisa ser confirmado.

Weliton disse que existe uma série de trabalhos que a prefeitura precisa fazer para que o ginásio recupere sua condição para sediar jogos.

O piso, falou ele, não tem condições de ser utilizado, havendo necessidade de ser totalmente refeito; a iluminação tem que ser recuperada, pois não está nada boa, além da rede de proteção, que também precisa ser trocada.

Será que diante do quadro de grandes dificuldades que enfrenta o prefeito Valmir Climaco, vai dar para recuperar o que não dá para adiar, no ginásio?

Esses são apenas alguns pontos.

Além disso, enquanto não houver uma reunião do prefeito Valmir Climaco, primeiramente com equipes, para definir qual será a ajuda financeira que a prefeitura poderá dar para elas, e depois, outra com a direção da TV Tapajoara para tratar das questões atinentes à infraestrutura do ginásio e outras questões relativas ao evento, não se pode dizer com certeza que a copa será realizada.

Já existe movimentação de algumas equipes que se mostram interessadas em participar da 11ª Copa Ouro, mas, tudo tem que ser muito bem pensado e discutido, pois como lembrou bem Weliton, se ano passado, quando a crise ainda não era tão sentida em Itaituba, já houve um decréscimo preocupante de torcedores em algumas rodadas, com a situação da economia local, muito ruim, neste momento, as previsões para o comparecimento da torcida, sobretudo em rodadas menos atraentes, não são nada otimistas.

Os custos da competição só fazem crescer, tanto para as equipes, como para a coordenação que é feita pela TV Tapajoara.

Vontade não falta, mas, tudo precisa ser muito bem analisado.