Depois
do procedimento, Raimundo não conseguia esconder a felicidade. “O sentimento é
de alegria. Agradeço primeiro a Deus e, depois, ao meu irmão, que disse que ia
doar e doou o rim para mim. Estou muito feliz com ele. Agora eu pretendo ir
para minha terra”, conta. Ele e o irmão são de Terra Santa, também no Oeste do
Pará, mas, por conta do tratamento de hemodiálise, teve que se mudar para
Santarém.
O
irmão também se mostrou feliz pelo resultado. Ele acompanhou, durante anos, o
sofrimento de Raimundo. “Foi um sonho que se tornou realidade.
Tenho
essa vontade desde a primeira vez que vim visitá-lo. Eu conversei com o médico
para ver qual era a possibilidade para ajudar meu irmão. Ele falou que tinha
essa possibilidade e eu disse que aceitaria', lembra Leandro. Ele fez os exames
para ver se era compatível e iniciou a caminhada. 'Hoje eu me sinto muito feliz
em poder ter ajudado meu irmão a sair da máquina, assim como toda a minha
família está feliz. Para mim isso é muito gratificante', revela.
Esse
procedimento marcou o início dos transplantes do Hospital Regional de Santarém,
que se preparava desde 2014. Até o final do ano, mais dois transplantes estão
previstos. “O transplante significa esperança e reascendeu uma luzinha que
estava meio apagada nos pacientes. Só pelo fato de termos marcado os
transplantes, já percebemos o clima completamente diferente dentro da
hemodiálise. Isso deu esperança para os pacientes que estavam fadados a ficarem
o resto da vida naquelas máquinas”, conta o responsável técnico de transplantes
do HRBA, nefrologista Emanuel Esposito.