Jota Parente - O crescimento da violência na cidade
de Itaituba vem tirando o sossego da população, que tem se visto às voltas com
roubos, furtos, invasão a domicílios com espancamento de pessoas que se
encontram no local, assassinatos, ação de criminosos organizados em quadrilhas,
sem contar com a violência no trânsito, que ultimamente tem sido ofuscada por
toda sorte de ocorrência.
Terça-feira da semana passada, 26 de
julho, a cidade despertou com a notícia da morte de cinco bandidos no bairro
Vitória Régia, no começo do ramal do Jacarezinho. Eles foram mortos por
policiais militares do Tático, segundo os quais, após reagiram à prisão.
Tratava-se de parte de um bando muito maior e perigoso, que age na região e que
se estabeleceu em Itaituba, aonde vinha agindo há algum tempo, implantando o
terror por onde passava.
Um empresário que foi vítima de
alguns desses criminosos mortos, há pouco mais de um mês, reconheceu um deles,
afirmando não ter a menor dúvida de que se tratava de um dos elementos que
fizeram, ele e sua família de reféns em uma chácara que fica próximo da cidade,
levando-o até sua residência de onde subtraíram muita coisa de valor.
A ação da polícia recebeu apoio de
toda a população da cidade de Itaituba, que tem andado muito preocupada com a
rapidez com que muitos maus elementos presos pela Polícia Militar são
liberados, voltando para as ruas para retornar imediatamente a praticar novos
crimes. Essa impunidade alimenta a máquina do crime. Alguém precisa dar um
basta nisso.
Os comentários postados nas redes
sociais foram de alívio pela eliminação de cinco criminosos que não mediam as
consequências dos seus atos. O que importava para eles era obter êxito em suas
ações, passando por cima de quem se interpusesse em seu caminho. O mais
provável é que até mesmo os familiares deles tenham sentido alívio, pois
certamente não era esse o caminho que desejavam para eles.
O Brasil vem se transformando, cada
vez mais, em um país violento. A ONU, em pesquisa de 2010, classificou o nosso
País como violento e corrupto. Aquela ideia de que somos um povo bonzinho,
caloroso, que recebe e trata bem os seus visitantes ficou no passado. Visitar o
Brasil nos dias de hoje virou uma aventura, pois dependendo do lugar para onde
for o turista, ele poderá não voltar para casa vivo.
Em Itaituba não é diferente. Depois
dos famosos anos de chumbo do auge da atividade garimpeira, houve um tempo de
calmaria, nos quais os índices de violência mantiveram-se em patamares
civilizados. Mas, bastou se especular que aqui tinha voltado a ser novamente a
terra da promissão para recrudescer a violência.
No retorno das atividades da Câmara
Municipal, embora os vereadores estejam muito mais preocupados com suas
campanhas, eles não podem fugir às suas responsabilidades. Precisam tratar
dessa questão com firmeza. Não se trata de somente subir à tribuna para proferir
discursos eloquentes com o objetivo de impressionar, mas, de fazer levantamentos
sobre os números da violência e agir com a rapidez e a seriedade que o assunto
requer. O povo clama por providências sérias.
É possível que ao tratarem do tema, alguém se
magoe por se sentir atingido por acusações de que deixou de fazer o seu
trabalho direito. Então, que façam o que tem que ser feito, sem subterfúgios.
Aqui nesse rol encontram-se todos os órgãos ligados à segurança pública, do
governo do Estado, das polícias, ao Ministério Público, até o Judiciário.
A morte desses cinco bandidos não vai acabar
com essa violência que grassa em Itaituba nos dias atuais. É até possível que
haja alguns dias em que os índices da criminalidade caiam, mas, que ninguém se
iluda, pois daqui a pouco estará tudo igual, ou pior. É necessário que a
sociedade organizada, em todos os seus setores, tome para si a responsabilidade
de cobrar das autoridades competentes uma postura mais firme no combate a essa
violência, pois não se trata de um problema localizado que afeta essa ou aquela
parcela, mas, atinge o todo.
Quem paga o salário dos policiais, de juízes
e promotores, dos vereadores, da prefeita, dos deputados, do secretário de
segurança e do governador? A sociedade. Então, cobrar que todos eles cumpram com
os seus deveres é direito da sociedade.
Na edição 217 do Jornal do Comércio, circulando a partir da tarde de hoje