A Comissão Disciplinar da Copa Ouro reuniu ontem e zerou a pauta de julgamentos.
O caso que chamava mais atenção era o do atleta Jotinha, da Climafrio, que recebeu o terceiro nm cartão amarelo e foi expulso BN na rodada de quinta-feira passada.
A direção do time achava que Jotinha já poderia jogar hoje, mas ele está fora.
É que ele cumpriu um jogo pelo terceiro cartão amarelo e terá que cumprir um pela expulsão.
A Climafrio vai decidir a vaga para a finalíssima com dois sérios desfalques, que são Jotinha e Miller.
Esse ultimo foi expulso sábado no jogo contra o Trovão Azul.
Clafrip
terça-feira, maio 31, 2016
segunda-feira, maio 30, 2016
Diretor do hospital de Rurópolis é pai dos donos da clínica que ganhou licitação milionária
Blog do Jeso
Roberto Wanderley,
contatado pelo blog através do hospital (093-35431688), não poderia falar
naquele momento por se encontrar no consultório, segundo informou o atendente.
![]() |
Os médicos Roberto e Gláucia com a
vereadora Paula Genuíno
(centro)
|
Os
donos da clínica com sede na cidade de no Ceará de Jeriquaquara, e que ganhou
uma licitação de 1,1 milhão de reais em Rurópolis são filhos do
diretor clínico do único hospital público da cidade.
José
Roberto Lima Wanderley, médico ocupante do cargo, é pai dos irmãos Abel e
Roberta Wanderley, proprietários da Jijoclin Clínica Médica, conforme o blog
revelou quinta-feira, 26.
Doutor
Roberto, como é mais conhecido na cidade, ganha salário em torno de 40 mil
reais/mês da prefeitura.
Ele
ocupa o cargo desde outubro de 2014, por nomeação do atual prefeito Pablo
Genuíno (PSDB).
Casada
com Roberto e mãe dos donos da Jijoclin, a médica Danildes Gláucia Gomes
Wanderley também trabalha no Hospital Municipal de Rurópolis.
Por determinação do juiz Flávio Lauande, o
contrato da prefeitura com a clínica cearense e com a médica Nathalia Silva
Pena, no valor de R$ 1.134.000,00, foi suspenso, por suspeita de
irregularidades.
A
decisão liminar (provisória) foi proferida no último dia 20.
Outro lado
O
blog tentou contato o prefeito Pablo Genuíno. Mas ele não atendeu as ligações.
A
secretaria municipal de Saúde, Everalda Moura, ao ser informada sobre o
conteúdo da matéria, desligou o celular, e não mais atendeu as reiteradas
ligações do blog.
Gilberto
Kiss, assessor de imprensa da Prefeitura de Rurópolis, alcançado pelo blog,
disse que o prefeito iria se pronunciar sobre o caso ainda hoje.
domingo, maio 29, 2016
Mulheres da Subsecção da OAB Itaituba publicam nota sobre violência contra a mulher
Carta Aberta das Advogadas de Itaituba em Repúdio à Violência Contra a Mulher
Itaituba, 28 de maio de 2016,
NÃO PODEMOS NOS CALAR !
Esta semana um crime chocou o país. Uma jovem foi estuprada por mais de trinta monstros (impossível chama-los de homens). Como não bastasse a violência física e moral, ainda divulgaram sua imagem como um troféu.
A violência justifica-se, muitas vezes, pelo comportamento exigido sobre elas, seja no lar, no trabalho, na rua, em festas. Tais atitudes levam à banalização dos crimes cometidos contra as mulheres.
Consideramos inaceitáveis argumentos de que a culpa é nossa. Pergunta-se: comprimento de roupa define caráter? Pedimos para sermos violentadas? Será que não merecemos respeito por sermos mulheres?
Senhores, não somos objetos, nem mercadorias. Queremos respeito!
NÃO PODEMOS NOS CALAR!
Nós, mulheres da OAB, Subseção de Itaituba. Prestamos solidariedade a todas as mulheres que são vítimas de violência e repudiamos a cultura do estupro!
MEXEU COM UMA, MEXEU COM TODAS!
---------------------------
Comentário do blog: Muito bem, senhoras advogadas de Itaituba, e mulheres do todo o Brasil. O grito de vocês precisa ecoar no mais elevado tom possível. Mas, é pouco. Todos os homens de vergonha devem juntar-se ao grito de vocês, porque temos esposa, temos filhas, temos ou tivemos avós. Porém, nem sempre nos lembramos disso. Além disso, somos todos seres humanos, e devemos nos respeitar como tais.
O meu mais irrestrito apoio pessoal, assim como o apoio irrestrito deste blog e do Jornal do Comércio a vocês e a essa causa, contra esse tipo de crime contra a mulher, que deve envergonhar a todos nós, e macula a imagem do Brasil.
Jota Parente
Itaituba, 28 de maio de 2016,
NÃO PODEMOS NOS CALAR !
Esta semana um crime chocou o país. Uma jovem foi estuprada por mais de trinta monstros (impossível chama-los de homens). Como não bastasse a violência física e moral, ainda divulgaram sua imagem como um troféu.
A violência justifica-se, muitas vezes, pelo comportamento exigido sobre elas, seja no lar, no trabalho, na rua, em festas. Tais atitudes levam à banalização dos crimes cometidos contra as mulheres.
Consideramos inaceitáveis argumentos de que a culpa é nossa. Pergunta-se: comprimento de roupa define caráter? Pedimos para sermos violentadas? Será que não merecemos respeito por sermos mulheres?
Senhores, não somos objetos, nem mercadorias. Queremos respeito!
NÃO PODEMOS NOS CALAR!
Nós, mulheres da OAB, Subseção de Itaituba. Prestamos solidariedade a todas as mulheres que são vítimas de violência e repudiamos a cultura do estupro!
MEXEU COM UMA, MEXEU COM TODAS!
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Comentário do blog: Muito bem, senhoras advogadas de Itaituba, e mulheres do todo o Brasil. O grito de vocês precisa ecoar no mais elevado tom possível. Mas, é pouco. Todos os homens de vergonha devem juntar-se ao grito de vocês, porque temos esposa, temos filhas, temos ou tivemos avós. Porém, nem sempre nos lembramos disso. Além disso, somos todos seres humanos, e devemos nos respeitar como tais.
O meu mais irrestrito apoio pessoal, assim como o apoio irrestrito deste blog e do Jornal do Comércio a vocês e a essa causa, contra esse tipo de crime contra a mulher, que deve envergonhar a todos nós, e macula a imagem do Brasil.
Jota Parente
Assalto a ônibus da Ouro e Prata resulta em assassinato de um passageiro
Passageiros do ônibus pertencente à empresa Viação Ouro Prata, na linha Santarém/Belém foram vítimas de assalto na BR 422, aceca de 35 km do município de Novo Repartimento, no sentido da cidade de Tucuruí.
Segundo informações preliminares, o ônibus foi abordado por volta das 03:15 da madrugada deste sábado (28) por quatro homens armados.
Os assaltantes que fizeram um verdadeiro pente fino no ônibus.
No momento da abordagem, o passageiro Cleibe Pereira da Silva, de 34 anos, dormia. Ao despertar do sono, acabou assustando-se com o assalto que ocorria, momento em foi alvejado por um disparo de arma de fogo que na altura do pescoço, a vítima não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.
O ônibus foi conduzido para a cidade de Tucuruí onde o corpo foi removido.
Um inquérito policial foi instaurado para apurar o caso; a Polícia Militar faz buscas na região para tentar locar os assaltantes.
Cleibe Pereira da Silva residia no município de Uruará, no sudoeste do estado e segundo informações, o mesmo iria até a cidade de Goianésia do Pará onde encontraria com a sua filha, uma menina de cerca de 8 anos de idade, que vinha do município de Dom Eliseu na companhia da sua tia, para passar uns dias com seu pai.
por Kléber Ranieri - Repórter informa
----------------------------------
Meu comentário: Por questão de poucos minutos eu não passei por uma horrorosa experiência como essa.
Vinha eu de Itupiranga para Itaituba, após o acidente que sofri na reta final da primeira viagem de moto, junto com o Jadir.
De madrugada eu acordei dentro do ônibus com uma barulheira muito grande do lado de fora.
Saí para ver o que estava acontecendo, e me assustei quando me deparei com dezenas de pessoas, inclusive algumas crianças, chorando muito.
O ônibus no qual aquelas pessoas viagem, da mesma empresa dona do ônibus no qual eu vinha, acabara de ser assaltado.
Os bandidos fizeram uma limpeza geral.
Eu só fui sossegar um pouco meu juízo quando o ônibus já estava dentro da balsa que faz a travessia do Rio Xingu, pois o problema começa quando se atravessa o rio no sentido de Marabá.
Imagino como essas pessoas se sentiram ontem, com o agravante do assassinato desse senhor.
Segundo informações preliminares, o ônibus foi abordado por volta das 03:15 da madrugada deste sábado (28) por quatro homens armados.
Os assaltantes que fizeram um verdadeiro pente fino no ônibus.
No momento da abordagem, o passageiro Cleibe Pereira da Silva, de 34 anos, dormia. Ao despertar do sono, acabou assustando-se com o assalto que ocorria, momento em foi alvejado por um disparo de arma de fogo que na altura do pescoço, a vítima não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.
O ônibus foi conduzido para a cidade de Tucuruí onde o corpo foi removido.
Um inquérito policial foi instaurado para apurar o caso; a Polícia Militar faz buscas na região para tentar locar os assaltantes.
Cleibe Pereira da Silva residia no município de Uruará, no sudoeste do estado e segundo informações, o mesmo iria até a cidade de Goianésia do Pará onde encontraria com a sua filha, uma menina de cerca de 8 anos de idade, que vinha do município de Dom Eliseu na companhia da sua tia, para passar uns dias com seu pai.
por Kléber Ranieri - Repórter informa
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Meu comentário: Por questão de poucos minutos eu não passei por uma horrorosa experiência como essa.
Vinha eu de Itupiranga para Itaituba, após o acidente que sofri na reta final da primeira viagem de moto, junto com o Jadir.
De madrugada eu acordei dentro do ônibus com uma barulheira muito grande do lado de fora.
Saí para ver o que estava acontecendo, e me assustei quando me deparei com dezenas de pessoas, inclusive algumas crianças, chorando muito.
O ônibus no qual aquelas pessoas viagem, da mesma empresa dona do ônibus no qual eu vinha, acabara de ser assaltado.
Os bandidos fizeram uma limpeza geral.
Eu só fui sossegar um pouco meu juízo quando o ônibus já estava dentro da balsa que faz a travessia do Rio Xingu, pois o problema começa quando se atravessa o rio no sentido de Marabá.
Imagino como essas pessoas se sentiram ontem, com o agravante do assassinato desse senhor.
Estadão critica Greenwald que retruca: apoiou a ditadura
Por meio do Twitter, Greenwald disse achar "estranho - mídia brasileira parece totalmente desinteressada no que a população pensa sobre Temer [presidente interino Michel Temer] ou sobre o impeachment", postou. Ele também comentou o editorial do jornal O Estado de São Paulo em que o veículo de comunicação praticamente pede sua expulsão do país sob a alegação de estar a serviço da "causa lulopetista".
O
jornalista respondeu que esta é "mesmo a mentalidade de um jornal que
aplaudiu um golpe e a ditadura militar".
Choque entre duas moto deixou dois mortos na noite de sábado
Um
grave acidente aconteceu por volta das 23h30min de sábado, 28 de maio, na
Rodovia Transamazônica (BR-230) à altura do km 04 em frente à cabeceira da
pista do aeroporto municipal, envolvendo duas motocicletas, que colidiram.
Segundo
informações, o choque entre os motoqueiros foi frontal. Um estava em uma moto Bros
preta e outro estava em uma Titan Fan amarela.
Um
trafegava sentido centro e outro sentido km 05. Ainda não se sabe quem invadiu
a pista contraria.
O
local do acidente é escuro (mas isso não serve com atenuante, pois se trata de
uma grande reta).
Vários
acidentes já aconteceram às, quase todos com vitimas fatais.
Uma
das vitimas dos acidentes de ontem morreu na hora; outra ainda foi socorrida e
conduzida para o hospital municipal pelo SAMU, mas não resistiu à violência do choque,
morrendo pouco tempo depois de dar entrada.
O
cunhado de uma das vitimas, que foi até HMI para reconhecer o corpo, disse que,
o mesmo insistiu para pegar sua moto; ele negou por várias vezes, mas depois de
muita insistência deu a moto para ele sair e em seguida recebeu a noticia do
acidente.
Policiais
Militares foram os primeiros á chegar ao local; eles controlaram o trânsito; em
seguida chegou o SAMU, depois, agentes da COMTRI e por ultimo o IML para fazer
a remoção do corpo da vitima.
O
transito no local ficou complicado.
A
nossa equipe de reportagem (blog do Júnior Ribeiro) esteve no local. As motos
foram levadas para delegacia de policia.
Fonte
e fotos: blog do Júnior Ribeiro
Edição:
Jota Parente
Em audiência em Itaituba, Ibama diz que aguarda posição definitiva da Funai sobre usina no Tapajós
vento ocorreu na cidade onde o governo federal planeja construir São Luiz do Tapajós, a maior das várias barragens projetadas para o rio
Foto: Artur Massuda |
O Ministério Público Federal (MPF) no Pará promoveu, em Itaituba, no oeste do Pará, audiência pública para discutir os impactos das barragens projetadas para o rio Tapajós, um dos principais afluentes do Amazonas, na região oeste do Pará. Em meio a pronunciamentos de cientistas, ambientalistas e povos e comunidades afetados, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) apresentaram a situação atual do licenciamento da usina. “Não existe mais próximo passo desse processo dentro do Ibama. Agora esperamos a manifestação conclusiva da Funai”, disse Hugo Américo, superintendente do órgão no estado.
O Ibama suspendeu oficialmente o licenciamento da usina São Luiz do Tapajós no último mês de abril, após receber pareceres técnicos da Funai que mostravam impedimentos constitucionais para a continuidade do processo. Tais pareceres somente foram anexados ao processo de licenciamento junto ao Ibama após reunião entre o MPF e a FUNAI, em fevereiro deste ano. A Constituição brasileira veda a remoção de povos indígenas de suas terras originárias e, após um longo atraso provocado por pressões do setor elétrico, finalmente a Funai reconheceu como indígena o território de Sawré Muybu, que seria alagado em caso de construção da barragem. “O parecer da Funai sobre a usina cumpre a Constituição”, disse a representante da instituição, Tatiana Fajardo.
Fajardo também ressaltou que mesmo que a usina seja completamente paralisada, já houve impactos sobre as populações indígenas, até mesmo na confecção dos estudos, que só foram realizados com forte presença de homens armados da Força Nacional na região. Houve conflitos entre índios e pesquisadores que entraram sem autorização em suas terras e a pressão sobre lideranças por parte de representantes do governo causou discórdias entre os Munduruku,
“A questão indígena é preponderante agora e trava o processo”, disse o superintendente, que foi muito cobrado pelos presentes, principalmente indígenas e ribeirinhos, sobre um cancelamento defintivo do projeto de São Luiz do Tapajós. “Nós já tivemos impactos, vocês deviam ter cancelado desde o começo. A gente não quer suspensão, quer o cancelamento”, disse Alessandra Akai Munduruku.
A Funai enviou ao Ibama um parecer técnico e outro jurídico. O jurídico sustenta que há obstáculo na Constituição que impede prosseguir o licenciamento da usina. “O parecer diz que o licenciamento carece de legalidade. A posição da Funai está clara: o processo não pode prosseguir porque há ilegalidade”, disse Tatiana Fajardo.
Os pareceres da Funai, assim como a suspensão do licenciamento pelo Ibama, respondem a reivindicações que os índios Munduruku vem expondo à sociedade brasileira desde o início do licenciamento da usina São Luiz do Tapajós. O MPF também apontou à Justiça em ações judiciais as ilegalidades da usina, agora admitidas na esfera administrativa. “Inconstitucionalidade não se repara com suspensão e sim com cancelamento”, disse durante a audiência o procurador da República Camões Boaventura.
Críticas – Durante toda a audiência, que não teve a presença do setor elétrico – convidados, nem Eletrobrás, nem Ministério de Minas e Energia mandaram representantes – cientistas, autoridades, ambientalistas e população local se revezaram em críticas ao projeto da usina e temores provocados pelas outras experiências com hidroelétricas na Amazônia, principalmente as barragens construídas no Xingu, Tocantins, Madeira e Teles Pires.
O médico Erik Jennings e a professora Liz-Carmen Pereira, ambos estudiosos dos efeitos do mercúrio na população do Tapajós, deram um panorama do que pode acontecer com a construção de barragens no rio, onde o problema já é considerado grave por causa da mineração e recebe atenção de pesquisadores tanto da Amazônia como de outros países, a exemplo do Canadá e do Japão. “Essa usina que querem construir não vai ser de produção só de energia, vai ser uma usina de produção de metilmercúrio", diz Erik Jennings, médico e estudioso do tema. O solo da Amazônia em geral é rico em mercúrio e o alagamento de áreas torna esse mercúrio, na natureza inerte, em um veneno violento. “Barragem e mercúrio podem resultar em uma catástrofe ambiental, disse a professora Liz-Carmen.
Danicley Aguiar do Greenpeace, que coordenou a realização de uma análise sobre o estudo de impactos ambientais da usina, fez várias críticas ao documento apresentado pelas empreiteiras ao Ibama. “O estudo de impacto ambiental não apresenta a totalidade dos impactos e se você não define corretamente os impactos, é impossível apontar a mitigações. Sobre povos indígenas e ribeirinhos o estudo é tendencioso, procura invisibilizar as populações ribeirinhas e minimizar os impactos aos indígenas”, disse.
O assessor do MPF, Rodrigo Oliveira, que acompanha desde 2012 os esforços dos índios Munduruku para terem respeitado o direito à consulta prévia, livre e informada prevista na Convenção 169 apontou os vários subterfúgios do governo para não cumprir a Convenção. "Desde 2012 há decisão judicial ordenando a consulta. Se tivessem iniciado aí, já teriam feito uma consulta apropriada", diz Oliveira. A consulta apropriada, prevista na Convenção 169, exige respeito aos costumes e à língua, assim como à organização política dos consultados.
Iury Paulino, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Letícia Arthuzzo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), expuseram ao público o grave passivo humano e ambiental provocado pela usina de Belo Monte no Xingu. Paulino pediu ao superintendente do Ibama que se cancele qualquer novo empreendimento até que o estado consiga resolver os problemas que causou em Altamira e Tucuruí. “A construção de barragens segue os mesmos métodos de Tucuruí e Belo Monte. A mesma violação de direitos. O atingido é considerado um custo, não uma pessoa. Para um grande empreendimento, é um custo a ser eliminado", disse.
O Ibama suspendeu oficialmente o licenciamento da usina São Luiz do Tapajós no último mês de abril, após receber pareceres técnicos da Funai que mostravam impedimentos constitucionais para a continuidade do processo. Tais pareceres somente foram anexados ao processo de licenciamento junto ao Ibama após reunião entre o MPF e a FUNAI, em fevereiro deste ano. A Constituição brasileira veda a remoção de povos indígenas de suas terras originárias e, após um longo atraso provocado por pressões do setor elétrico, finalmente a Funai reconheceu como indígena o território de Sawré Muybu, que seria alagado em caso de construção da barragem. “O parecer da Funai sobre a usina cumpre a Constituição”, disse a representante da instituição, Tatiana Fajardo.
Fajardo também ressaltou que mesmo que a usina seja completamente paralisada, já houve impactos sobre as populações indígenas, até mesmo na confecção dos estudos, que só foram realizados com forte presença de homens armados da Força Nacional na região. Houve conflitos entre índios e pesquisadores que entraram sem autorização em suas terras e a pressão sobre lideranças por parte de representantes do governo causou discórdias entre os Munduruku,
“A questão indígena é preponderante agora e trava o processo”, disse o superintendente, que foi muito cobrado pelos presentes, principalmente indígenas e ribeirinhos, sobre um cancelamento defintivo do projeto de São Luiz do Tapajós. “Nós já tivemos impactos, vocês deviam ter cancelado desde o começo. A gente não quer suspensão, quer o cancelamento”, disse Alessandra Akai Munduruku.
A Funai enviou ao Ibama um parecer técnico e outro jurídico. O jurídico sustenta que há obstáculo na Constituição que impede prosseguir o licenciamento da usina. “O parecer diz que o licenciamento carece de legalidade. A posição da Funai está clara: o processo não pode prosseguir porque há ilegalidade”, disse Tatiana Fajardo.
Os pareceres da Funai, assim como a suspensão do licenciamento pelo Ibama, respondem a reivindicações que os índios Munduruku vem expondo à sociedade brasileira desde o início do licenciamento da usina São Luiz do Tapajós. O MPF também apontou à Justiça em ações judiciais as ilegalidades da usina, agora admitidas na esfera administrativa. “Inconstitucionalidade não se repara com suspensão e sim com cancelamento”, disse durante a audiência o procurador da República Camões Boaventura.
Críticas – Durante toda a audiência, que não teve a presença do setor elétrico – convidados, nem Eletrobrás, nem Ministério de Minas e Energia mandaram representantes – cientistas, autoridades, ambientalistas e população local se revezaram em críticas ao projeto da usina e temores provocados pelas outras experiências com hidroelétricas na Amazônia, principalmente as barragens construídas no Xingu, Tocantins, Madeira e Teles Pires.
O médico Erik Jennings e a professora Liz-Carmen Pereira, ambos estudiosos dos efeitos do mercúrio na população do Tapajós, deram um panorama do que pode acontecer com a construção de barragens no rio, onde o problema já é considerado grave por causa da mineração e recebe atenção de pesquisadores tanto da Amazônia como de outros países, a exemplo do Canadá e do Japão. “Essa usina que querem construir não vai ser de produção só de energia, vai ser uma usina de produção de metilmercúrio", diz Erik Jennings, médico e estudioso do tema. O solo da Amazônia em geral é rico em mercúrio e o alagamento de áreas torna esse mercúrio, na natureza inerte, em um veneno violento. “Barragem e mercúrio podem resultar em uma catástrofe ambiental, disse a professora Liz-Carmen.
Danicley Aguiar do Greenpeace, que coordenou a realização de uma análise sobre o estudo de impactos ambientais da usina, fez várias críticas ao documento apresentado pelas empreiteiras ao Ibama. “O estudo de impacto ambiental não apresenta a totalidade dos impactos e se você não define corretamente os impactos, é impossível apontar a mitigações. Sobre povos indígenas e ribeirinhos o estudo é tendencioso, procura invisibilizar as populações ribeirinhas e minimizar os impactos aos indígenas”, disse.
O assessor do MPF, Rodrigo Oliveira, que acompanha desde 2012 os esforços dos índios Munduruku para terem respeitado o direito à consulta prévia, livre e informada prevista na Convenção 169 apontou os vários subterfúgios do governo para não cumprir a Convenção. "Desde 2012 há decisão judicial ordenando a consulta. Se tivessem iniciado aí, já teriam feito uma consulta apropriada", diz Oliveira. A consulta apropriada, prevista na Convenção 169, exige respeito aos costumes e à língua, assim como à organização política dos consultados.
Iury Paulino, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Letícia Arthuzzo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), expuseram ao público o grave passivo humano e ambiental provocado pela usina de Belo Monte no Xingu. Paulino pediu ao superintendente do Ibama que se cancele qualquer novo empreendimento até que o estado consiga resolver os problemas que causou em Altamira e Tucuruí. “A construção de barragens segue os mesmos métodos de Tucuruí e Belo Monte. A mesma violação de direitos. O atingido é considerado um custo, não uma pessoa. Para um grande empreendimento, é um custo a ser eliminado", disse.
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