Chancelarias comentaram a votação ocorrida no Senado.
Secretário da ONU pede calma e diálogo; Chile expressa 'preocupação'.
No
decorrer desta quinta-feira (12), alguns países começaram a se manifestar a
respeito da aprovação do afastamento de Dilma Rousseff no Senado. Veja abaixo o
que disseram:
ONU
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, está monitorando os acontecimentos no
Brasil e pede calma, depois que o Senado autorizou a abertura de processo de
impeachment contra Dilma, disse o porta-voz da ONU Stephane Dujarric.
"O
secretário-geral faz um apelo por calma e diálogo entre todos os setores da
sociedade", disse o porta-voz a repórteres. "Ele confia que as
autoridades do país vão honrar o processo democrático, cumprindo com o Estado
de Direito e a Constituição".
Argentina
O Ministério das Relações Exteriores argentino disse que "respeita o
processo institucional que se desenvolve e confia que o desenlace da situação
consolide a solidez da democracia brasileira". Os argentinos afirmam que
seguirão dialogando com as autoridades constituídas a fim de seguir avançando
com o processo de integração bilateral e regional.
Chile
A chancelaria chilena divulgou nota afirmando que o país acompanhou com atenção
os acontecimentos recentes no Brasil, país que considera de histórica
relevância econômica, diplomática e cultural, "inclusive no período da
administração da amiga presidenta Dilma Rousseff, com a qual mantivemos
excelentes relações".
"O
governo do Chile expressa sua preocupação pelos acontecimentos dos últimos
tempos nesta nação irmã, os quais geraram incerteza em nível internacional,
considerando a gravitação do Brasil no âmbito regional", diz a nota.
"Sabemos que a democracia brasileira é sólida e que os próprios
brasileiros saberão resolver seus desafios internos. Ao mesmo tempo, o Chile
reafirma seu decidido respaldo ao Estado de Direito, aos processos
constitucionais e a instituições democráticas no Brasil e em cada um dos países
da América do Sul", afirma.
Estados Unidos
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, expressou confiança em que as
instituições democráticas do Brasil são suficientemente "sólidas"
para enfrentar a crise. "Pretendemos respeitar as instituições, tradições
e procedimentos do governo", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh
Earnest. Ele afirmou que as instituições brasileiras são "suficientemente
maduras e sólidas para resistir à crise política".
Rússia
O Ministério das Relações Exteriores russo informou por meio do Twitter que
considera o processo de impeachment um assunto interno do Brasil e que deve
ocorrer em estrita concordância com a Constituição brasileira. "A Rússia
quer ver um Brasil estável e vibrante desempenhando um papel importante nas
relações internacionais", disse a porta-voz do ministério Maria Zakharova,
segundo o Twitter oficial da pasta.
Venezuela
A chancelaria venezuelana não divulgou nota, mas a ministra de relações
exteriores Delcy Rodríguez postou no Twitter um convite para que a população de
Caracas compareça a uma manifestação de apoio a Dilma Rousseff.
Colômbia
O governo da Colômbia fez votos para que se preserve "a estabilidade"
e a "institucionalidade democrática" no Brasil. "Na atual
conjuntura, a Colômbia confia na preservação da institucionalidade e da
estabilidade, fundamentos indispensáveis do Estado de Direito", diz um
comunicado da chancelaria colombiana. "A estabilidade do Brasil é muito
importante para toda a região por sua influência e liderança", também
destacou o texto, no qual o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia
garante ter "seguido de perto o transcurso dos fatos ocorridos nas últimas
semanas" no país.
Unasul
O secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, afirmou que uma possível
destituição da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, afastada temporariamente
do cargo, significará uma ruptura do sistema democrático no Brasil.
"Se
se continuar neste processo (...), poderíamos chegar a uma ruptura que seria
preciso levar os países a analisar a aplicação ou não da cláusula
democrática", disse em coletiva de imprensa no Equador. Esta cláusula da
União das Nações Sul-americanas (Unasul) contempla impor sanções ao membro que
romper a ordem democrática.
"Até
o momento, não há uma ruptura da continuidade democrática", afirmou
Samper, acrescentando que Dilma Rousseff "continua na condição de
presidente constitucional, enquanto se resolve o julgamento que a afastou
temporariamente de suas responsabilidades de caráter administrativo, não como
chefe de Estado".