terça-feira, dezembro 08, 2015

Maria sobe o tom contro o governo

Até alguns meses atrás, a vereadora Maria Pretinha foi líder do governo da prefeita Eliene Nunes.

Depois que ela deixou a liderança, ficou algumas semanas em silêncio, como se estivesse cumprindo uma quarentena.

Passado esse período, ela começou a tecer críticas ao governo municipal, sem pegar pesado, mas, hoje ela subiu o tom pra valer, ao falar da demissão dos enfermeiros.

“O nome dessa atitude é falta de compromisso e falta de respeito”, começou a vereadora do PSDB.

“Eu conversei com ela há algum tempo, quando lhe disse, na minha casa, que como funcionária pública eu não votaria nela. É a pior prefeita que Itaituba já teve na área da saúde”, disse Maria.

Quando ela fez essa afirmação, um homem que acompanha todas as sessões, que segundo vereadores da oposição, faz parte da assessoria do governo municipal disse que era mentira.

Maria não gostou e foi preciso o secretário da mesa, vereador Isaac Dias intervir pedindo ao presidente da casa, vereador Cebola, que garantisse o direito de uso da tribuna da vereadora, e que se a pessoa continuasse, que fosse retirada do local.


Maria Pretinha finalizou em alto e bom tom afirmando, que diziam que o ex-prefeito Edilson Botelho era perseguidor, mas, que o atual governo é muito mais.

Wescley tenta defender e sai vaiado da tribuna

Hoje o clima não estava nada favorável para a fala de qualquer vereador da base da prefeita Eliene Nunes.

Tanto que os vereadores da situação que se pronunciaram foram muito cautelosos em suas falas, quase todos manifestando apoio aos enfermeiros demitidos.

Orismas Gomes (PPS), foi breve em sua fala, manifestando apoio aos enfermeiros e defendendo o diálogo como caminho para uma solução ser contrada.

Quando chegou a vez do líder de governo, vereador Wescley Tomaz (PSC), ele subiu à tribuna pisando em ovos.

O governo ainda mandou algumas pessoas que receberam a segunda parcela do programa do governo do Estado, Cheque Moradia, para tentar tirar o foco da manifestação dos enfermeiros, mas, o resultado foi pífio.

Apesar de cerca de duas dezenas de pessoas terem acenando com o papel do programa, não adiantou muito, e nem o desmentido das acusações da oposição de que ninguém receberia um só cheque enquanto o município não tivesse prestado contas de 100% dos cheques da primeira parcela funcionou dentro do esperado.

Wescley tentou desqualificar o discurso de Peninha acerca dos valores dos repasses da União e do Estado para a saúde do município, defendeu a ideia de manter o diálogo para tentar chegar a uma saída que contemple a todos, mas, foram muito tênues suas palavras em direção ao problema dos enfermeiros demitidos, que acompanharam seu pronunciamento em silêncio.


Mas, quando o líder terminou, não foram poupadas vaias pelos profissionais da saúde direcionadas a ele. 

Diniz: enfermeiros de preto...

O líder do PMDB, vereador Manoel Diniz, destacou o fato de os enfermeiros que ocuparam boa parte das cadeiras da Câmara na manhã de hoje tirem ido à casa de leis vestindo preto, como protesto pelas demissões.

Em vez da consagrada cor branca, que os enfermeiros usam, hoje eles trajam preto, ressaltou Diniz.

Diniz pediu que o líder do governo, vereador Wescley Tomaz levasse um recado para a prefeita.

“Recuar não é vergonhoso, vereador. Basta que a gente olhe para a decisão tomada pelo governador Geraldo Alckimin, que embora esteja convencido de que tomou a decisão correta na questão das mudanças na educação em São Paulo, achou melhor recuar”.

Enquanto ele falava, Wescley saiu do plenário, o que irritou um pouco o vereador pemedebista, que chegou a chamar seu colega do PSC. Depois, como Wescley deixou mesmo o plenário, Diniz dirigiu-se ao vice-líder, vereador Orismar Gomes, ao qual pediu que levasse a mensagem para a prefeita.

Isaac diz que a prefeita não respeita a Câmara

“A prefeita diz que a gente não sabe de nada, quando mexe em salários por decreto.


Nem no salário dela ela pode mexer sem autorização da Câmara, mas, ela baixa decretos alterando salários, ignorando o fato de que isso só tem validade se passar pela Câmara”, afirmou o vereador do PSB.

Isaac também falou sobre o não atendimento por parte do secretário de governo, Valfredo Marques Jr., de duas convocações da Casa de Leis.

Segundo o edil, além de não comparecimento, o governo não dá nenhuma explicação sobre o fato.

Íntegra da carta do vice-presidente Michel Temer à presidente Dilma

São Paulo, 07 de Dezembro de 2015

Senhora Presidente,

"Verba volant, scripta manent". (As palavras voam; os escritos permanecem)

Por isso lhe escrevo. Muito a propósito do intenso noticiário destes últimos dias e de tudo que me chega aos ouvidos das conversas no Palácio.
Esta é uma carta pessoal. É um desabafo que já deveria ter feito há muito tempo.

Desde logo lhe digo que não é preciso alardear publicamente a necessidade da minha lealdade. Tenho-a revelado ao longo destes cinco anos.
Lealdade institucional pautada pelo art. 79 da Constituição Federal. Sei quais são as funções do Vice. À minha natural discrição conectei aquela derivada daquele dispositivo constitucional.

Entretanto, sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB. Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo.

Basta ressaltar que na última convenção apenas 59,9% votaram pela aliança. E só o fizeram, ouso registrar, por que era eu o candidato à reeleição à Vice.
Tenho mantido a unidade do PMDB apoiando seu governo usando o prestígio político que tenho advindo da credibilidade e do respeito que granjeei no partido. Isso tudo não gerou confiança em mim, Gera desconfiança e menosprezo do governo.

Vamos aos fatos. Exemplifico alguns deles.
1. Passei os quatro primeiros anos de governo como vice decorativo. A Senhora sabe disso. Perdi todo protagonismo político que tivera no passado e que poderia ter sido usado pelo governo. Só era chamado para resolver as votações do PMDB e as crises políticas.

2. Jamais eu ou o PMDB fomos chamados para discutir formulações econômicas ou políticas do país; éramos meros acessórios, secundários, subsidiários.

3. A senhora, no segundo mandato, à última hora, não renovou o Ministério da Aviação Civil onde o Moreira Franco fez belíssimo trabalho elogiado durante a Copa do Mundo. Sabia que ele era uma indicação minha. Quis, portanto, desvalorizar-me. Cheguei a registrar este fato no dia seguinte, ao telefone.
4. No episódio Eliseu Padilha, mais recente, ele deixou o Ministério em razão de muitas "desfeitas", culminando com o que o governo fez a ele, Ministro, retirando sem nenhum aviso prévio, nome com perfil técnico que ele, Ministro da área, indicara para a ANAC. Alardeou-se a) que fora retaliação a mim; b) que ele saiu porque faz parte de uma suposta "conspiração".

5. Quando a senhora fez um apelo para que eu assumisse a coordenação política, no momento em que o governo estava muito desprestigiado, atendi e fizemos, eu e o Padilha, aprovar o ajuste fiscal. Tema difícil porque dizia respeito aos trabalhadores e aos empresários. Não titubeamos. Estava em jogo o país. Quando se aprovou o ajuste, nada mais do que fazíamos tinha sequência no governo. Os acordos assumidos no Parlamento não foram cumpridos. Realizamos mais de 60 reuniões de lideres e bancadas ao longo do tempo solicitando apoio com a nossa credibilidade. Fomos obrigados a deixar aquela coordenação.

6. De qualquer forma, sou Presidente do PMDB e a senhora resolveu ignorar-me chamando o líder Picciani e seu pai para fazer um acordo sem nenhuma comunicação ao seu Vice e Presidente do Partido. Os dois ministros, sabe a senhora, foram nomeados por ele. E a senhora não teve a menor preocupação em eliminar do governo o Deputado Edinho Araújo, deputado de São Paulo e a mim ligado.

7. Democrata que sou, converso, sim, senhora Presidente, com a oposição. Sempre o fiz, pelos 24 anos que passei no Parlamento. Aliás, a primeira medida provisória do ajuste foi aprovada graças aos 8 (oito) votos do DEM, 6 (seis) do PSB e 3 do PV, recordando que foi aprovado por apenas 22 votos. Sou criticado por isso, numa visão equivocada do nosso sistema. E não foi sem razão que em duas oportunidades ressaltei que deveríamos reunificar o país. O Palácio resolveu difundir e criticar.

8. Recordo, ainda, que a senhora, na posse, manteve reunião de duas horas com o Vice Presidente Joe Biden - com quem construí boa amizade - sem convidar-me o que gerou em seus assessores a pergunta: o que é que houve que numa reunião com o Vice Presidente dos Estados Unidos, o do Brasil não se faz presente? Antes, no episódio da "espionagem" americana, quando as conversar começaram a ser retomadas, a senhora mandava o Ministro da Justiça, para conversar com o Vice Presidente dos Estados Unidos. Tudo isso tem significado absoluta falta de confiança;

9. Mais recentemente, conversa nossa (das duas maiores autoridades do país) foi divulgada e de maneira inverídica sem nenhuma conexão com o teor da conversa.

10. Até o programa "Uma Ponte para o Futuro", aplaudido pela sociedade, cujas propostas poderiam ser utilizadas para recuperar a economia e resgatar a confiança foi tido como manobra desleal.

11. O PMDB tem ciência de que o governo busca promover a sua divisão, o que já tentou no passado, sem sucesso. A senhora sabe que, como Presidente do PMDB, devo manter cauteloso silêncio com o objetivo de procurar o que sempre fiz: a unidade partidária.

Passados estes momentos críticos, tenho certeza de que o País terá tranquilidade para crescer e consolidar as conquistas sociais.
Finalmente, sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não terá amanhã. Lamento, mas esta é a minha convicção.

Respeitosamente,

MICEL TEMER

A Sua Excelência a Senhora
Doutora DILMA ROUSSEFF
DO. Presidente da República do Brasil
Palácio do Planalto

Lembre-se sempre:
"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".

Enfermeiros vestem preto

Vestindo preto em vez de roupas brancas,  enfermeiros demitidos pela prefeitura acompanham a sessão da Câmara.

Vereadores Peninha e Diniz já se prununciaram criticando o governo da prefeita Eliene Nunes, que propôs reduzir os salários.

Como a proposta não foi aceita, os enfermeiros foram demitidos.

Agora é o vereador Isaac Dias quem trata do assunto.

segunda-feira, dezembro 07, 2015

Mundo caminha para "catástrofe climática", alerta secretário-geral da ONU

Ban Ki-moon
O mundo caminha para uma “catástrofe climática”, alertou hoje (7) o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, ao abrir a semana ministerial da cúpula sobre o clima que visa a estabelecer, até sexta-feira (11), um acordo mundial contra o aquecimento global.

“O mundo espera mais de vocês do que meias-medidas”, disse Ban Ki-moon aos delegados, apelando aos países que aceitem, a cada cinco anos, uma avaliação do seu envolvimento antes da entrada em vigor do futuro acordo.
“As decisões que tomarem aqui em Paris serão sentidas durante séculos”, destacou.
Segundo o secretário-geral da ONU, “o objetivo atual é o mínimo” e deve-se ter “a ambição de ir além”.

“É preciso assim que o acordo preveja ciclos de cinco anos, antes de 2020, para que os Estados voltem a analisar os seus compromissos e os reforcem em função dos dados científicos disponíveis”, defendeu.

O acordo deve “deixar claro ao setor privado que a transformação que nos dotará de uma economia mundial com baixas emissões (de gases de efeito estufa) é inevitável, benéfica e já está em curso”, adiantou.

“Os países desenvolvidos devem aceitar desempenhar um papel vital e os países em desenvolvimento devem assumir uma parte crescente de responsabilidade, de acordo com as suas capacidades”, afirmou.

“Fora das salas, onde nos reunimos em todo o mundo, exige-se um acordo universal e forte. Temos a obrigação de ouvir essas vozes”, acrescentou Ban Ki-moon.

A Conferência do Clima de Paris (COP21) aprovou no sábado (5) um projeto de acordo para combater as alterações climáticas. O acordo deve ser concluído esta semana pelos ministros dos cerca de 200 países, para ser assinado em 11 de dezembro.
Agência Brasil