Se
quisermos ser competitivos no mercado externo precisamos, com urgência,
investir fortemente nos meios de transportes de cargas e em geração de energia,
de modo que seja possível produzir e escoar nossa riqueza com eficiência,
segurança e custos reduzidos. Nesse
sentido, o meu Estado do Pará, tem valiosíssima contribuição a dar ao Brasil.
As
três maiores bacias hidrográficas paraenses – Tocantins, Xingu e Tapajós – têm
um potencial de geração hídrica estimado, em cálculos conservadores, em mais de
60 mil megawatts. Só com a hidrelétrica de Tucuruí, a maior hidrelétrica
brasileira totalmente nacional em potência instalada, o Estado já é hoje um dos
maiores produtores de energia do País e será, em futuro muito breve, o líder do
setor no ranking nacional.
Isso
acontecerá logo que ficarem prontas a usina de Belo Monte – obra que,
quando concluída, será ainda maior que Tucuruí – e o Complexo do Tapajós,
composto por cinco usinas a serem construídas no Rio Tapajós e Rio Jamanxim: as
usinas de São Luiz do Tapajós, de Jatobá, de Jamanxim, de Cachoeira do Caí e de
Cachoeira dos Patos.
As
obras do Complexo do Tapajós estão previstas durar cerca de cinco anos e, após
sua conclusão, as cinco usinas terão potência instalada de mais de 11 mil
megawatts. A conclusão dos estudos de impacto ambiental das duas primeiras era
esperada para dezembro de 2013, mas o prazo não foi cumprido e aguarda-se para
breve a entrega desses relatórios.
Ao
contrário do que acontecia nas décadas de 70 e 80, quando Tucuruí foi
construída, hoje as questões ambientais e de direitos civis têm, felizmente,
enorme relevância; e a elas se devem os atrasos nos cronogramas das obras do Complexo
Tapajós, tal como aconteceu com Belo Monte.
Os
levantamentos realizados para os estudos de impacto ambiental das usinas de São
Luiz do Tapajós e do Jatobá foram suspensos em junho do ano passado, quando
indígenas mundurucus fizeram reféns três biólogos que trabalhavam na área; e os
estudos só puderam ser retomados dois meses depois, após negociações do Governo
brasileiro com as lideranças indígenas da região do tapajós.
Com
uma barragem de 3.483 metros de comprimento, projetada para cruzar o Tapajós de
uma margem a outra, a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós só ficará
atrás de Itaipu, Belo Monte e Tucuruí. Com as duas usinas do Tapajós, o Governo
pretende acrescentar 10.218 megawatts à matriz energética nacional, capacidade
que quase alcança os 11.233 megawatts da polêmica Belo Monte.
Não
vamos negar, aqui, Senhor Presidente, os custos ambiental e social
representados pela construção de uma hidrelétrica. É certo, no entanto, que o
País precisa crescer; e que o consumo de energia sobe junto com o crescimento
do PIB. Em 2010, o PIB cresceu 7,5%; e o consumo de eletricidade, 7,8%. Se
quisermos continuar crescendo nesse ritmo nas próximas décadas, Caros Colegas,
é urgente, é necessário, é imprescindível dotar o País de energia barata e
confiável, como a gerada por meio de hidrelétricas.
Os
que condenam essa forma de geração energética muitas vezes defendem sua
substituição por fontes de energia solar e eólica. Isso, no entanto, nobres
Deputados e Deputadas, sairia muitíssimo mais caro, onerando os consumidores,
encarecendo a produção industrial e diminuindo a competitividade dos nossos
produtos no exterior. Para se ter uma ideia da dimensão desse custo, basta
dizer que 1 megawatt/hora de energia hidrelétrica custa 22 reais, enquanto o
mesmo montante produzido por uma usina eólica custa 99 reais; e, por uma solar,
quase 200 reais.