JC - Em Santarém, a campanha do SIM já está perto de alcançar o patamar desejado?
Edivaldo - Perto já está. Falta intensificar um pouco mais para que possamos chegar ao ideal. Isso não só em Santarém, mas em toda a região. Esperamos que quando chegar o momento da campanha no rádio e na televisão, aí sim, teremos o auge da campanha.
JC - Como vai a campanha nos municípios mais próximos a Santarém?
Edivaldo - Em toda a região a adesão do SIM é total, em destaque alguns municípios como: Rurópolis, Itaituba, Santarém, Trairão, Uruará, Monte Alegre que tem se destacado com envolvimento total na campanha, embora alguns outros estejam se organizando para efetivamente participar da campanha de forma mais efetiva.
JC - Como o comando da campanha pelo novo estado avalia o trabalho que vem sendo feito em Itaituba?
Edivaldo - O trabalho em Itaituba tem sido excelente, visto o envolvimento da Associação Comercial, CDL, Câmara Municipal, Prefeitura. Excelente participação das empresas e das entidades de classe Enfim, acreditamos pelo trabalho que está sendo feito obteremos um alto percentual de SIM
JC - Existe uma campanha efetiva nos demais municípios, com envolvimento de lideranças locais de forma comprometida com a causa?
Edivaldo - Em todos os Municípios ainda não há um envolvimento total na campanha, mas acreditamos que na medida em que a campanha vá se desenvolvendo, esses municípios se envolvam efetivamente.
JC - Há muitas pessoas preocupadas com a possibilidade de uma grande abstenção no dia do plebiscito. Se ela acontecesse somente no Pará remanescente, seria uma maravilha. Porém, se for em todo o estado será um desastre para a causa. É isso mesmo?
Edivaldo - Nos estamos trabalhando, no sentido de estimular o povo da nossa região a votar em massa no SIM, para que tenhamos o menos percentual possível de abstenção. No novo Pará poderá ter sim um alto percentual de eleitores que se abstenham de votar. Se acontecer, será muito bom para nós.
JC - Como vai a arrecadação de recursos para bancar a campanha?
Edivaldo - Essa parte da arrecadação dos recursos ainda não está muito boa. É preciso que haja uma maior participação das classes política e empresarial. Esperamos que nas próximas semanas essa participação seja mais efetiva, para que possamos garantir a nossa vitória. Se não, poderemos ter dificuldades.
JC - De onde estão vindo esses recursos?
Edivaldo - Estão vindo das doações da população e das empresas, de acordo com a resolução do Tribunal Superior Eleitoral, que regulamenta a campanha.
JC - Quem pode, legalmente, arrecadar para ajudar?
Edivaldo - A instituição que pode arrecadar dinheiro é a Frente Parlamentar Pró-Criação do Estado do Tapajós. E quem pode doar qualquer valor são as pessoas físicas ou as empresas, de acordo com a legislação eleitoral.
JC - Quem vai prestar contas do que for arrecado?
Edivaldo - É a Frente Parlamentar Pró-Estado do Tapajós que vai prestar conta junto ao Tribunal Regional Eleitoral de todo dinheiro arrecadado, assim como, todas as despesas feitas durante a campanha. Essa responsabilidade é da frente parlamentar tanto nesse aspecto financeiro como jurídico.
JC - Duda Mendonça está firme no comando da campanha publicitária pelo SIM?
Edivaldo - Está, pois todas as peças da campanha já foram criadas por ele: botons, adesivos, cartazes, bandeiras, panfletos. Enfim, o marketing dos estados do Tapajós e Carajás vai ser feito por ele, efetivamente. Principalmente a campanha no rádio e na televisão.
JC – São quase 65% de eleitores da área do NÃO e quase 35% do Tapajós e do Carajás, do SIM. Há chances de se tirar a diferença contra, em Belém e nos municípios adjacentes?
Edivaldo - Com certeza, vamos tirar essa diferença, uma vez que muita gente é contra porque não tem informação correta sobre as vantagens da emancipação. Uma vez que o rádio e a televisão passem essas informações ao eleitor, certamente, muita gente vai ficar convencida a votar SIM. É o que esperamos.
JC - Como estão se comportando, prefeituras e prefeitos de municípios que poderão ser decisivos no plebiscito como Santarém, Itaituba e Altamira?
Edivaldo – Altamira (Odileida Sampaio) e Itaituba (Valmir Climaco), o envolvimento desses prefeitos efetivamente ainda não existe. Esperamos que isso ainda venha acontecer. Santarém, sim, tem havido uma participação muito positiva por parte da prefeita Maria do Carmo em todos os sentidos. Destaca-se também a grande militância do prefeito de Rurópolis (Aparecido Florentino), que tem sido um incansável militante em prol dessa causa.
Seria bom que os outros prefeitos ainda não envolvidos tivessem vergonha e seguissem o exemplo do prefeito Aparecido. Acredito que se os prefeitos ainda não envolvidos tiverem um pouco mais de brio, de orgulho, e não trair a população de seus municípios, não se acovardarem diante das benesses do Poder e das conveniências pessoais, tenho certeza de que a nossa região vai votar em massa pelo SIM e isso vai garantir a nossa vitória.
JC - O governador Simão Jatene fala muito de sua preocupação com o dia seguinte, seja qual for o resultado do plebiscito. Você acha que ele está sendo sincero, ou procura desviar atenção enquanto trabalha contra, nos bastidores?
Edivaldo – Por cima, o governo do Estado, por meio de seu titular, atua como um democrata que prega querer ver respeitado o direito do povo paraense se manifestar no plebiscito. Por baixo, nos bastidores, atua para neutralizar através da pressão, diretores de escolas estaduais, professores, prefeitos e muito mais gente. A máquina do Estado age para que o SIM se enfraqueça e o NÃO seja fortalecido.
Então, fica evidenciado que esse jogo, o qual nós precisamos saber que existe, é pesado. Tem a mão do governo do estado. Temos que lutar para que o mesmo não destrua nossa luta de décadas pela criação do estado do Tapajós. Como já foi dito tantas vezes, não lutamos para deixar de ser paraenses, não se trata de mera rivalidade com nossa capital, Belém, pois se fosse assim, nossa luta já teria perdido o sentido há muito tempo. São outros os objetivos que nos movem, os quais são muito mais nobres do que apenas isso que alguns repetem sem saber direito o que falam.
JC – O vice-governador Helenilson Pontes se finge de morto porque jurou pela constituição do estado, lutar para manter a unidade, ou você acha que daria para ele fazer alguma coisa para ajudar o SIM?
Edivaldo - O silencio do vice-governador já foi ouvido em toda a região. É mais um político que se cala ou se acovarda diante da realidade, com desculpas e conveniências. Cala-se diante de interesses coletivos e regionais. Vamos aguardar o futuro.