sábado, maio 01, 2010

Serra é continuidade

De Merval Pereira: (O Globo)

O sociólogo francês Alain Touraine, diretor de estudos da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, foi professor do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e conhece Lula há bastante tempo, a ponto de ter atuado para que a transição de poder entre os dois se desse da maneira como ocorreu, que ele classifica de “generosa” por parte de Fernando Henrique.

O sucesso do país, inclusive no campo internacional, Touraine atribui justamente a uma continuidade de projeto político, já que, numa análise mais aprofundada, ele está convencido, não é de hoje, de que os períodos de Fernando Henrique Cardoso e de Lula são parte de um mesmo projeto.

Aqui em Córdoba, onde participou da Conferência da Academia da Latinidade, Touraine me disse que o Brasil está encontrando uma maturidade como nação, com um mercado interno forte e elementos de economia avançada.

O consenso entre as forças políticas sobre a necessidade de combinar políticas realistas na economia e preocupação com a melhoria social tem prevalecido nesses últimos 15 anos, e a isso o professor francês atribui a continuidade dos avanços.

O herói e o antagonista (artigo)

A política, como a literatura, serve-se de fórmulas e esquemas para revestir de encanto e carisma seus personagens. Tão importante quanto o herói, ensina Joseph Campbell, é o antagonista, o anti-herói. Não há como conceber um sem o outro, e o herói será tão mais fascinante quanto mais cruel for o antagonista.

O antagonista fabricado pelo PT para gerar o herói Lula chama-se Fernando Henrique Cardoso. Lula é o operário que, galgando as adversidades impostas por uma sociedade injusta e preconceituosa, triunfou. Já FHC, nascido em berço esplêndido, não só desdenharia dessas dificuldades, mas se empenharia em agravá-las.

Nasce desse esquema reducionista a idéia do “eles” (as elites) e “nós” (o povão), emblema dos discursos de Lula. Aplicado à história do Brasil, dá curso à versão do “nunca antes neste país”, que precede o anúncio de todas as realizações do governo Lula.

O Brasil popular e justo, dentro desse esquematismo, foi fundado em 2002; antes, pertencia às elites, que só o exploraram. Como o vilão perde força ao ser projetado abstratamente numa classe social, é preciso dar-lhe rosto, voz, perfil. FHC encaixou-se no molde, independentemente de sua biografia o desmentir.

Em política, ensinava a velha raposa José Maria Alckimin (não confundi-lo com Geraldo Alckmin, que nem seu parente é), vale a versão, não o fato. A própria frase, cuja autoria é de Gustavo Capanema, acabou atribuída a Alckimin, que com ela entrou para a história, atestando a veracidade de seu enunciado.

Nada disso, porém, resiste a um exame, ainda que superficial. As biografias de FHC e de Lula como homens públicos os colocam lado a lado até o momento em que o primeiro chega ao poder. Fernando Henrique apoiou os movimentos operários do ABC nos anos 80, que deram visibilidade a Lula.

E Lula foi um dos cabos eleitorais de FHC nas eleições para a prefeitura de São Paulo em 1985. Estiveram juntos nas campanhas pela anistia e pelas diretas já. As divergências começaram exatamente na redemocratização, quando o PT adotou a estratégia de isolamento partidário, para “não se contaminar” com os políticos tradicionais, sustentando que não havia diferença entre Tancredo Neves e Maluf, farinhas do mesmo saco, expressões das “elites”.

Era já a construção do mito, embora o maniqueísmo não fosse ainda tão nítido, o que ocorreria exatamente nos governos de FHC. Mas, em 1º de janeiro de 2003, ao receber a faixa presidencial de Fernando Henrique – e isso está devidamente registrado nos inúmeros vídeos feitos na época -, Lula disse emocionado, abraçando seu antecessor: “Fernando, aqui você terá sempre um amigo”.

Durou pouco a emoção. Já no dia seguinte, José Dirceu, todo-poderoso chefe da Casa Civil, fazia menção à “herança maldita” do antecessor. A expressão foi (e ainda é) repetida à exaustão, mesmo sem qualquer fundamentação, quando dificuldades precisam ser explicadas. Os fatos mostram, no entanto, que a herança é benigna, pois garantiu a estabilidade econômica e o êxito da plataforma desenvolvimentista que o governo Lula pôde pôr em cena.

O Fome Zero capitulou à fórmula anterior da Rede de Proteção Social, implementada por Ruth Cardoso – e criticada fortemente por Lula (há vídeos também, disponíveis no Youtube, que o atestam). O Bolsa Família descende dos programas sociais do governo FHC (Bolsa Educação, Vale Gás, Vale Transporte, Vale Alimentação).

Lula reuniu-os sob rótulo único e, graças a uma logística eficaz pré-estabelecida, pôde expandi-los, como certamente continuará a fazê-lo o seu sucessor, seja lá quem for. São conquistas cumulativas – e consolidadas.

Os números triunfais de hoje na economia e a resistência do sistema bancário brasileiro ao terremoto financeiro de 2008 decorrem de medidas adotadas para consolidar o Plano Real (ao qual o PT se opôs), como a Lei de Responsabilidade Fiscal (que em maio completa 10 anos) e o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional), igualmente combatidos por Lula e PT.

Lula mostra imenso talento na sustentação do mito. Talento raro, que o projeta como um dos mais populares governantes da história. Critica as privatizações, mas capitaliza os seus resultados econômicos e sociais, como se não houvesse conexão entre ambos. Condena o “neoliberalismo”, mas o mantém a pleno vapor, sob o comando de um ex-tucano, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que Lula queria como vice de Dilma.

O desafio presente, mais complexo, é encaixar José Serra no figurino de anti-herói. Também ele é um emergente, de origem modesta. Também ele foi um perseguido político. Nada disso, porém, o impediu de tornar-se um economista renomado, experimentado no exercício de numerosos cargos técnicos e eletivos.

Daí a opção por uma campanha eleitoral plebiscitária, que mantenha em cena o vilão FHC em contraponto ao herói Lula. É uma fórmula que já deu frutos e Lula está certo de que continuará a dá-los. O problema é que o herói (Lula) não se parece nem um pouco com Dilma, nem o vilão (FHC) com Serra.

Ruy Fabiano (blog do Noblat)

Frase do dia

"Nós atingimos um grau de maturidade em que a gente não pode, por conta de uma eleição, afrouxar o controle da economia e deixar a coisa desandar, senão não controla mais.”

Presidente Lua

Fonte: Blog do Noblat

A nova Drogaria Transamazônica


Foi inaugurada no dia de hoje, 1º de Maio, a Drogaria Transamazônica totalmente reestruturada. O empresário Inácio Ferreira Gomes e sua esposa Antônia Aguiar Gomes receberam os convidados que gostaram do que viram.

Foi um ano completo de trabalho até que a obra ficasse totalmente concluída.

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Roubo da balsa está sendo resolvido

O empresário Wilmar Freire retornou ontem de Manaus, para onde tem voado bastante dos últimos dias. Tudo em virtude do roubo de uma balsa que transporta derivados de petróleo de Manaus para Santarém, de propriedade de sua mãe, senhora Maria Freire.

A balsa foi roubada semana passada por cinco homens, que renderam a tripulação quando a mesma descia o rio rumo a Santarém, mais ou menos perto de Itacoatiara.

Essa notícia foi veiculada em rede nacional pela Rede Bandeirantes e Rede Vide, ganhando grande repercussão na imprensa de Manaus.

A balsa conduzia cerca de 200 mil litros de óleo diesel. Os ladrões encostaram outra balsa ao lado e passaram grande parte do combustível para ela.

Terça-feira passada a balsa foi encontrada e a maior parte do combustível foi recuperado.

Alguns dos ladrões já foram identificados, mas, nenhum deles foi preso por enquanto.

Na próxima edição do Jornal do Comércio, que deverá circular e terça e quarta da semana que está chegando, todos os detalhes desse roubo.

Atraso monumental

O vôo da Trip, no qual o prefeito Valmir Clímaco chegou, atrasou de forma absurda. O horário de chegada previsto é 19:40, mas, o pouco do vôo de ontem à noite só aconteceu por volta de 03:00 da madrugada de hoje.

Na Gol

O jovem pilito Hélio Rezende, filho do comandante Leo Rezende, passou há poucas semanas na prova para fazer parte da equipe de pilotos da Gol Linhas Aéreas. Ele está sem São Paulo participando do curso de formação promovido pela empresa, estudando duro para entrar em atividade o mais rápido possível.

Os pais, Leo e Lia não cabem de contentamento, com toda razão.

Hélio aniversaria neste domingo, 02 de maio. Na condição de amigo dele e de seus pais, os sinceros cumprimentos ao Hélio pelo importante passo dado, e por seu aniversário. Daqui de Itaituba, onde ele nasceu, a gente vai ficar torcendo para que ele tenha pleno êxito em sua carreira.