domingo, fevereiro 15, 2009

Blitz

Comtri e Polícia Militar estão nas ruas de Itaituba, neste madrugada, para por ordem no trânsito. Estão fazendo mais um blitz, não tão grande como a realizada sábado passado, mas, de qualquer maneira, importante. Hoje está acontecendo o baile do hawai, no Cearense e o que vai ter de neguinho saindo de lá com a cara cheia de álcool não vai ser brincadeira. Boa providência.

Mais potente

Antes do fim do ano a TV Liberal Itaituba deverá estar bem mais potente. Atualmente a emissora opera com um transmissor de 250 watts, ainda valvulado. O novo deverá ter 5 kw de potência, de última geração.

Liberal Itaituba

O som da Rádio Liberal FM Itaituba não está bom e o pessoal da Liberal de Belém sabe disso. Tanto que estão sendo tomadas as providências técnicas para que os ouvintes possam, de fato, desfrutar de um som de emissora fm. Atualmente, o som só destaca os graves.

Inauguração

A data da inauguração da FM Liberal Itaituba ainda não tem data definida, mas, é possível que aconteça no mês de março.

sábado, fevereiro 14, 2009

Atrás dos números

Artigo de Lúcio Flávio Pinto, publicado em O Estado do Tapajós

O Fórum Social Mundial foi uma criação positiva. Em sua nona versão, ele demonstrou a necessidade de quebrar o monopólio de fazer e escrever a história, exercido pelos ricos e poderosos. Mas desnuda também a dificuldade – quase impossibilidade – de criar uma contrafação radical ao meeting que os oito grandes realizam em Davos. Em boa medida, o FSM é a outra face da moeda dos estereótipos e manipulações do G-8. Falta-lhe a capacidade de confrontar-se com a realidade e ser-lhe fiel, purgando-a das manobras de efeito e da manipulação.

No balanço final do encontro de Belém, os organizadores do fórum recorreram aos números para conferir-lhe grandeza fictícia e qualidade exagerada. Proclamaram que 133 mil pessoas de 142 países se inscreveram para o evento. Sem pôr o número em questão, qual foi a participação? Por que sobraram tantas camisetas confeccionadas para os inscritos, muitas sem sequer sair das caixas, se elas foram um regalo disputado?

Dos 133 mil participantes, menos de seis mil (ou nem 5%) eram de fora do Brasil, dois terços deles nossos vizinhos sul-americanos. As estatísticas discriminaram as procedências estrangeiras, mas não as do próprio Brasil nem as da Amazônia ou do Pará. Falha inadvertida ou proposital?

A informação talvez nos levasse a concluir que muitos dos especialistas ou candidatos a salvadores da Amazônia prescindem dos nativos para desempenhar sua missão. Vieram até aqui mais para nos ditar regras do que tentar ouvir a voz local. O que podiam dizer não é assim tão relevante quanto pensam. Tanto que nada de novo ou de forte foi dito.

Cessada a agitação de feira, a Amazônia prossegue sua trajetória, como se o fórum não tivesse existido. Ou continuasse a existir para a confraria que o patrocinou, o cingiu aos escolhidos para receber o tratamento preferencial e o adornou com as fantasias da propaganda da esquerda oficial.

Se Davos é propriedade privada dos ricos, o FSM é uma marca dos que estabeleceram sua marca na oposição institucional aos poderosos.

Obs. O grifo no parágrafo acima é de autoria deste blogueiro, por considerar que Lúcio Flávio disse o que muita gente gostaria de dizer, mas, talvez não tenha encontrado as palavras corretas.

A Expedição, tintim por tintim - capítulo 2 (A continuação da volta de moto pela América do Sul por Jota Parente e Jadir Fank)


Ainda em nosso primeiro no nosso primeiro dia na Venezuela paramos em lugar, na beira da estrada chamado Pedrea da Virgem, ponto obrigatório de parada. Lá existe um pequeno altar protegido por uma grade de ferro, dentro do qual há uma imagem de Nossa Senhora, onde nunca faltam velas acesas. Situa-se ao lado de uma pedra enorme. Depois da fotos, caiu uma chuva torrencial, debaixo da qual seguimos viagem até San Izidro, onde chegar por volta de seis e meia, já escurecendo.


Com muito frio por causa da chuva, decidimos dormir, decidimos que deveríamos dormir em San Izidro, um pequeno povoado, numa região garimpeira, onde há gente que já viveu nos garimpos de Itaituba. Perguntamos se podíamos encontrar um hotel e nos indicaram um com preço salgado. Fomos atrás de um mais em conta e encontramos a Tosca Rey del Oro. Na frente, além do nome da pousada, também dizia que ali funcionava uma perfumaria exotérica. como não sabíamos o que era aquilo, ficamos curiosos. A placa era de um lado, mas a entrada situava-se na parte de trás.

D. Eugênia, a dona do lugar, atendeu-nos muito bem. Pensamos que fosse devota de são Lázaro, porque havia uns vinte cachoros de tudo quanto era tamanho. Ela disse que podíamos entrar, pois eram mansos.

Logo na entrada sentimos um cheiro diferente, algo como incenso e outras coisas queimando. E era isso mesmo. O Jadir foi logo perguntando o que era aquilo, já sabendo do que se trata-se. D. Eugênia ficou um pouco embaraçada, mas explicou que ali, algum tempo atrás funcionou uma casa de macumba, mas, naquele momento só havia uma PERFUMARIA ESOTÉRICA, nada mais, nada menos que uma casa que vende artigos para despachos, banhos de descarrego e outras coisas do gêneros.

O quarto era mais ou menos, com duas camas que não eram nenhuma maravilha, mas que davam para a gente dormir sossegados. O banheiro é que era lá essas coisas. Quando não encontramos o chuveiro, perguntamos para o Alberto, sobrinho da D. Eugênia, ele nos mostrou um carote desses muito conhecidos em Itaituba, usados no transporte de diesel para o garimpo, com uma água fria de doer. Foi o jeito encarar.

Depois do banho fomos atrás de um táxi para irmos até Las Claritas, outra comunidade ga-rimpeira, só que bem maior que San Izidro. Queríamos encontrar um cyber para manter contato com a família. Entramos num Dodge Dart dos anos 80, cuja lataria estava caindo aos pedaços, mas o motor estava em plena forma. Só para dar a partida deve consumir uns dois litros de gasolina. Também, combustível na Venezuela é mais barata que água mineral!

O único cyber que encontramos estava lotado e fecharia em poucos minutos. O que nos restava era encontar um lugar decente para comer. Paramos em frente a uma lanchonete, que parecia legal. Porém, quando vimos a meneira como o funcionário prepava os alimentos, desistimos na hora. Ele estava fazendo um X qualquer coisa para um cliente. Colocou o pão na chapa para esquentar, pegou uma panela velha, parecendo que não era lavada há algum tempo e amassou o pão. Não dava para encarar. Procuramos outro lugar e encontramos, tendo lanchado e retornado logo depois para a Tasca Rey del Oro.

Chegando no quarto em peguei a agenda para fazer as anotações das nossas atividades daquele que era o sétimo dia de viagem. O Jadir resolveu fazer uma seleção das fotos que estavam em suas máquina. Sua intenção era apagar algumas que não fossem muito itneressantes para liberar espaço na memória. Só que, num descuido, ele acionou o comando errado e terminou apagando todas as fotos que tinha feito até aquele momento. Algumas fotos só ele tinha, pois minha máquinha estivera guardada dentro da mochila, com medo de chuva, pois ainda não tinha proteção. Felizmente, a partir de Boa Vista eu já estava com a poderosa em mãos, registrando tudo. Naquela noite Jadir dormiu muito chateado.

Ao amanhecer do dia 15 de outubro, quarta-feira, já estávamos preparados para ganhar a estrada. Mas, o Alberto fez questão de preparar um café simples para a gente tomar. Só comeríamos nosso desjejum em Tumeremo às 9h30. De lá só paramos num posto de gasolina para abastecer, passando direto a hora do almoço, para ganharmos terreno. Passamos por Gausipati e Upata sem parar. Nosso objetivo era chegar a Ciudad Guayana, composta por San Felix de uma lado do Rio Caroni, e por Puerto Ordaz do outro lado, ambas às margens do Rio Orinoco.

Passava de meio dia em San Felix. Procuramos saber quais eram os lugares mais interessantes para se visitar, dois no máximo por causa do tempo. Fomos informados que eram Macagua, uma represa e Lloviza, um parque muito visitado. Lá fomos nós, primeiro na direção de Macagua, cuja entrada situa-se a poucos metros de uma rodovia de grande movimento. Chegando lá nos deparamos com uma gurita muito bem guarnecida, com militares armados por perto.

Perguntaram o que queríamos, ocaisão em que disse que gostaríamos de conhecer a barragem. O funcionário informou que a entrada de pessoas estranhas era proíbida, jogando uma cucha fria em nossa curiosidade. Nisso aproximou-se um militar de fuzil na mão, cara de poucos amigos, querendo saber o que estava acontecendo, ao que senhor que estava nos atendendo explicou o que desejávamos. Ele nos disse que havia o Parque Lloviza, o qual poderíamos visitar, sem contudo poder tirar fotos. Assim não tinha graça. Sem fotos, nem pensar! Depois dessa, resolvemos que o melhor a fazer seria pegar atravessar a ponte sobre o Rio Caroni para chegar a Puerto Ordaz, uma cidade maior e bem mais desenvolvida. Lá fizemos belas fotos na Plaza Bolivar e perto do Rio Caroni, sem perder muito tempo, pois Ciudad Bolivar nos aguardava.

Com uma estrada maravilhosa à nossa disposição, às 14h45 entramos na cidade histórica,
primera capital da Venezuela, onde o libertador Simon Bolivar viveu por algum tempo. Saímos perguntando onde se localizava a casa onde ele tinha morado e escrito seu famoso discurso, no qual renunciou a todos os poderes ilimitados que lhes tinham sido concedidos, dando provas de seu ideal de liberdade. Encontramos a casa, um local muito bem cuidado. Equivale mais ou menos ao tamanho de um quarteirão de Itaituba, totalmente arborizado, com recepionista que funciona como guia, que nos mostrou cada compartimento, cada detalhe.

Fomos autorizados a fazer fotos da cama onde Simon Bolivar dormiu, da mesa na qual escreveu seu mais conhecido discurso e outras coisas, sem usar flash. Confesso que foi muito emocionante aquele momento pelo qual espere muito, pois trata-se de uma das mais importantes figuras históricas da América do Sul.

Era só o que tínhamos para fazer em Ciidad Bolivar. A ordem era avançar o mais que pudéssemos com destino a El Tigre, distante 124 quilômetros. Mas, não havia como não parar na ponte metálica Angostura, uma belíssima obra de engenharia com a marca da qualidade brasileira, pois foi projetada e construída por empresa do Brasil. é realmente muito bonita. Não resistimos à tentação e paramos na lateral, no meio da ponte, indicando que ali era proibido estacionar. Fizemos algumas fotos, até que um militar passou e esbravejou de seu carro, fazendo gestos para que saíssemos, o que fizemos de pronto.

Já era noite, 18h40, quando finalment chegamos a El Tigre, que não era uma pequena cidade, como nos disse a guia da Casa Simon Bolivar. O que encontramos foi uma cidade com um trânsito louco, o pior de todos até aquele momento. Pior até do que cidades bem maiores, como Puerto Ordaz e San Felix.

O Zé Maria, nosso anfitrião em Boa Vista, e sua esposa Nazaré nos recomendaram, expressamente, que evitássemos viajar de noite, pois encontraríamos grandes trechos de estradas sinuosas, com tráfego pesado, principalmente por causa do grande número de latas velhas compradas dos Estados Unidos, fabricadas nos anos 70 e 80, as quais entopem as estradas. Na medida do possível estamos seguindo o conselho, só entrando pela noite quando estamos para chegar a algum lugar para dormir.

Em El Tigre também não conseguimos um cyber para mandar notícias para casa, pois estavam todos fechados. O jeito foi voltar para o hotel, depois do jantar para tentar encontrar um canal na tv a cabo que qualquer hotel disponibiliza para seus hóspedes, por mais simples que seja, não só na Venezuela. Não havia nenhum. Sem alternativa o jeito foi ver a Venezuela derrotar o Equador, para delírio de sua torcida, que começa a ficar mais ligada no futebol. O Brasil perdeu para a Colômbia no Maracanã. Nesse caso não perdemos nada em não assistir ao jogo.

Depois de uma boa noite de sono, amanhecemos dispostos, levantando bem cedo, loucos para chegar a Purto la Cruz, cidade onde a seleção venezuelana tinha jogado no dia anterior. Nosso destino era o estádio José Antônio Anzoategui, local onde o Brasil jogou a primeira fase da Copa América de 2007.

Preparamo-nos para sair de El Tigre, colocando capa de chuva, pois o tempo estava carrancudo. Acertamos em cheio na providência da capa, pois mal deu tempo de sair do hotel para que a chuvasse nos pegasse. E como choveu naquele começo de dia, até mais tarde, o que complicou um pouco nossa vida.***
Foto: Casa Simon Bolivar, onde viveu o grande libertador da América, um dos mais importantes homens deste continente.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Informe JC

O trabalho do Legislativo não deve se prender apenas em votar novas leis e fiscalizar o Executivo, mas, também em discutir com a sociedade tudo que é de seu real interesse.
(Michel Temer - Presidente da Cãmara Federal)

Lixão I
Desta vez parece que o problema do lixão do Curral Redondo vai ser resolvido. Não por vontade da Prefeitura,
mas, porque o assunto está agora na alçada da Justiça Federal, de Santarém, com a intervenção do Incra, que desmentiu a afirmações de que a área era propriedade do município, quando na verdade é de jurisdição do Instituto de Colozinação e Reforma Agrária.

Lixão II
Apesar de todo esforço do saudoso Elias Leão, quando secretário de Mineração e Meio Ambiente, o progresso rumo a uma solução do lixão era muito lento. Com sua morte, o assunto foi praticamente esquecido. Nem mais se fala no terreno adquirido no começo da vicinal do Sai Cinza, que precisa de muita coisa para ser transformado num aterro sanitário, ou coisa que o valha. O nome disso é falta de compromisso com com os problemas mais agudos do município, que vão sendo empurrados com a barriga.

Blitz gigante I
Teve gente que não gostou. Aliás, muita gente não gostou. Sabe quem? Os irresponsáveis que perturbam o sono das pessoas de bem, sobretudo no final de semana, fazendo toda sorte de maluquice no trânsito. As pessaos de bem deram pontos para a grande blitz.

Blitz gigante II
Muitos carros e muitas motos foram apreendidos porque seus condutores não portavam carteira de habilitação, ou porque não tinham documento do veíuculo. Clubes noturnos e bares também foram alvo da operação, tendo sido alguns deles fechados por irregularidades das mais variadas.

Blitz gigante III
Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Rodoviária, Detran e Comtri participaram da operação, que desta vez não foi anunciada, como já aconteceu mais de uma vez em Itaituba. Por isso, muitos papais foram acordados altas horas para buscarem carro e filinho que foram apanhados na blitz.

Blitz gigante IV
Quem quiser saber o que acontece a partir de sexta-feira, na Avenida Getúlio Vargas, na Rua Hugo de Mendonça, nas travessas que ficam no perímetro dessas duas ruas, na Travessa João Pessoa e na Travessa São José, que saia de casa depois das onze horas da noite. O que se vê, principalmente de jovens, sem capacete, com três pessoas numa motocicleta e de carros com som ensurdecedor, não é brincadeira. Portanto, quem quer apenas pilotar sua moto ou dirigir seu automóvel sem cometer irregularidades gostou muito da blitz e espera que outras aconteçam.

Nepotismo
O vereador Peninha (PMDB) vem atacando a questão do nepotismo, dizendo que a Câmara e a Prefeitura precisam cumprir o que determina a lei nesse sentido. Chegou a citar nomes de algumas pessoas que estão empregadas, as quais são parentas de políticos com mandato.

Cruzamento
Peninha lembrou que não adianta tentar usar o artifício da troca de favores que são uma tentação. Por exemplo: um vereador emprega um ou mais parente na Prefeitura, enquanto o prefeito emprega parentes nos gabinetes de vereadores, no famoso cruzamento de favores, o que é proibido.

Olhares de Zeca Pimenteira
O vereador, líder do PMDB na Câmara, disse que alguns colegas de parlamento estão olhando de atravessado para ele, como se fosse sua a culpa por essa situação. Pediu que eles se queixassem para quem criou a resolução. Questionado pela reportagem da coluna sobre comentários feitos por desafetos políticos seus, os quais dão conta de que Peninha estaria com o gabinete cheio de parentes e agregados, ele respondeu que tem parentes aprovados em concurso trabalhando para o Estado e para a União. Desafia quem mostre algum parente no seu gabinete.

Só abrindo o cofre
O vereador João Bastos Rodrigues (Cebola - PP) usou o horário da liderança de seu partido, que só tem ele na bancada, para dar uma alfinetada no presidente da casa. Disse que muita coisa que Hilton Aguiar falou depende dele e do prefeito para dar certo. Afirmou ainda, que se o presidente da Câmara conseguir realizar tudo que prometeu para os dois anos de mandato, será o melhor presidente que terá passado pelo poder legislativo local. Cebola foi mais além, afirmando que se Hilton quiser que as coisas realmente funcionem, terá que abri o cofre da Câmara.

Jornal do Comércio

Perfil do Empresário

(Jornal do Comércio) - Luiz Antônio Cardoso Neves, ou simplesmente Sitônio, proprietário da Casa Cruzeiro e do Castelo da Criança nasceu na cidade de Tianguá, no Ceará, no dia 22 de junho de 1954. Quando tinha apenas quatro messes de nascido, seus pais, João Rufino Neves e Eulina Cardoso Neves decidiram mudar para Santarém, fixando-se numa comunidade chamada Garrafão, na região de Mojuí dos Campos. A família permaneceu ali até os 10 anos de idade de Sitônio. Ele é o destaque do Perfil do Empresário.

JC – Casado?

Sitônio – Sim, com Luzanira Cardoso Neves.

JC – Tem filhos?

Sitônio – Sim. Marcelo, Diego, Luiz Antônio Jr. e Luana.

JC – O que fez seus pais deixarem o Ceará, vindo para o Pará?

Sitônio – Foram as dificuldades de sobrevivência no Ceará.

JC – Como foi a vida no Garrafão?

Sitônio – Meu pai começou trabalhando na agricultura, passando depois para o ramo de transporte de cargas e passageiros para a cidade. Ele prosperou e dez anos depois nós já estávamos de mudança para a cidade de Santarém, onde ele vive até hoje.

JC – Como foi sua infância, adolescência e juventude?

Sitônio – Fui muito novo para Santarém, com dez anos de idade e por isso nunca trabalhei na agricultura. Com a idade de treze anos, comecei vendendo água. Naquele tempo faltava muita água em Santarém. Carregava duas latas no cambão. Botava dez latas em casa e vendia dez, que era para arrumar o dinheiro da merenda no colégio; depois fui picolezeiro, por uns três anos. Quando parei com a venda de picolé fui ser cobrador naquelas picapes F-75, durante um ano. Foi quando meu pai comprou um ônibus, indo eu trabalhar como cobrador no mesmo. Um dia, papai disse que era para eu aprender a dirigir, para conduzir o ônibus e eu lhe disse que só dirigiria um carro um dia, se o mesmo fosse meu. Então, meu pai arrumou uma vaga na Loja Milton, do Antônio Irene, no Mercado Modelo, onde eu fiquei trabalhando por um ano, mais ou menos e de lá saí para trabalhar com o Zé Brito.

JC – Em que ano e como se deu sua vinda para Itaituba?

Sitônio – Minha vinda para Itaituba foi por um acaso. Eu tinha vindo aqui em novembro de 1979, mas, não fiquei muito animado. Eu trabalhava em Santarém, na Lameira Bitencourt, com o Zé Brito, numa loja chamada Casa Cruzeiro. Já fazia cinco anos que eu trabalhava lá, mas eu tinha um propósito na vida. No dia 1º de janeiro de 1980 eu escrevi na parede da loja, que a partir do dia 28 de junho daquele ano eu não trabalharia mais de empregado. O Zé Brito perguntou porque. Eu respondi que toda pessoa deve ter um objetivo na vida e que eu tinha o meu. Quando foi em junho apareceu uma oportunidade aqui em Itaituba num ponto do Antônio do Galo e o Zé Brito perguntou se eu toparia vir para cá, no que respondi que sim. Como era muito difícil conseguir um ponto aqui naquele tempo e o Galo queria vender a loja, eu propus dar um carro de luva para ele desocupar o ponto para eu começar a trabalhar, proposta que ele aceitou. Nisso, eu entrei com o ponto e o Zé Brito com a mercadoria, sociedade que a gente manteve por treze anos. O nome da loja era a Oriente. Depois montamos a Casa Cruzeiro e ficamos com as duas funcionando. Em 1993 a gente separou a sociedade e eu comecei a trabalhar sozinho. É bom destacar que separamos a sociedade em total tranqüilidade. Não houve nenhum tipo de briga entre nós.

JC – Hoje, analisando o que fez na vida, acha que foi um passo certo vir para Itaituba?

Sitônio – Com certeza! Aqui, naquele tempo, tudo que se botava para vender a gente vendia. Em Santarém o comércio era mais devagar do que aqui; para conseguir as coisas, demova muito mais.


JC – Você ainda pegou o tempo em que se ganhava muito dinheiro em Itaituba?
Sitônio – Sim, peguei. Eu não tinha muitos fregueses de garimpo. Tinha três que eu abastecia para venderem por lá. Teve um dia que eu cheguei a Santarém com o apurado de quinze dias, que o sócio não acreditou. O Zé Brito perguntou se eu tinha vendido a loja. Eu disse que era apenas o resultado da venda para os garimpos.

JC – Do seu tempo, muitos quebraram, enquanto outros foram embora. Qual é o segredo para se manter?

Sitônio – O segredo é ter uma visão do que a gente quer. Tem que trabalhar muito para vencer.

JC – Como você está encarando essa crise?

Sitônio – Com muita preocupação, torcendo para que ela não se prolongue, pois do contrário pode acontecer como em 1986 e 1995, quando muitos amigos do ramo tiveram que sair porque a crise foi violenta. Nossa esperança é que se mantenha o preço elevado do ouro e se aparecer bastante ouro, vamos amenizar essa crise.

JC – Pensa em sair de Itaituba algum dia?

Sitônio – Não! O que eu consegui está investido em Itaituba. Ter que começar de novo, com uma idade um pouco avançada, não é fácil; meus filhos gostam muito daqui, estão se formando e voltando para cá. Então, não me vejo saindo de Itaituba.