sexta-feira, dezembro 05, 2008

O futebol no país do Chaves

Estádio Jose Anzoategui, em Puerto la Cruz (Venezuela), onde o Brasil jogou a primeira fase da Copa América 2007.
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Com indígenas...

...Pra lá de civilizados, já em território venezuelano. Ele, Donald, ela Beth.
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Comentário do Gilson Vasconcelos

Olá Jota Parente

parabéns à você e ao Jadir por essa aventura, onde vocês levaram orgulhosamente o nome de nossa querida cidade Itaituba, bem como a Amazônia no teu todo. Seria bom que você publicasse algumas fotos no blog relatado essa aventura. E que outras aventuras venham.

www.gilsonvasconcelos.blogspot.com

Erros e acertos

Expedição I
A Expedição Itaituba-Amazônia, idealizada pelo jornalista Jota Parente e excuda por ele e pelo professor Jadir Fank, chegou ao seu final sábado passado.Foi cumprido o percurso estabelecido no projeto, com os neceassários ajustes e correções imprescindíveis.

Expedição II
O trajeto inicialmente traçado resultaria em mais ou menos 32 mil quilômetros percorridos, sendo preciso manter uma média superior a 500 quilômetros diários, o que não é fácil como média pois surgem os imprevistos que consomem tempo. Esse tempo às vezes compromete o cronograma do projeto, que foi o que aconteceu.

Expedição III
O erro mais grave que os dois expedionários cometeram ocorreu na saída do Brasil, na cidade de Santa Elena de Uairem, na fronteira da Venezuela, onde eles deixaram de trocar todos os seus reais por dólares. Isso fez com que, mesmo com mais de um cartão internacional, algumas vezes tivessem muita dificuldade para encontrar um lugar onde comer, onde se hospedar ou onde abastecer, que aceitasse pagamento com cartão.

Expedição IV
Na ida para Ayacucho, uma das cidades peruanas com uma história muito rica, na qual há muitos monumentos históricos para se ver, ao parar num restaurante na estrada para tomar um café, Jota Parente perguntou a uma pessoa do local se passavam por lá muitos brasileiros de moto. Nem brasileiro, nem de lugar nenhum. Simplesmente, não costuma passar ninguém de motocicleta por aqui. Vocês não vão conseguir chegar lá nessas motos, respondeu a pessoa. Porque motivo, perguntou o jornalista. Porque tem que passar por lugares muitos altos e por causa do frio, que é muito violento, pois trata-se de um dos lugares mais frios de todo o Peru.

Expedição V
A moça que fez aquele comentário tinha uma boa dose de razão, pois sabia muito bem do que estava falando, porque vive naquele mundo elevado e gelado com o qual tivemos que nos defrontar.

Expedição VI
A Cordilheira dos Andes, onde os dois estavam, lugar no qual permaneceram por 20 dias, não tem complascência nenhuma com os seres estranhos que resolvem enfrentá-la. Aqueles que não estão preparados para tal desafio, podem ter certeza que sofrerão muito mais. Os dois orginários de Itaituba, acostumados a temperaturas de 32,34, 36 ou mais graus centígrados durante o dia, vivendo pouco acima do nível do mar, não imaginavam as dificuldades que teriam pela frene..

Expedição VII
Temperaturas quaze iguais a zero grau e estradas na montanha chegando perto dos cinco mil metros. Foram essas as pedras mais difíceis de serem superadas pelos dois. O pior de todos os lugares, naquela parte da jornadas de Parente e Jadir, até aquele momento, foi APACHETA, lugar nos andes evitado até mesmo por muitos peruanos, é um local inclemente com o seus visitantes. Do alto dos seus 4.746 metros de altura, no leito da estrada, com um vento forte e cortante soprando sempre das montanhas muito próximas, o Apacheta não perdoa os fracos e castiga os fortes. Nessa parte dos Andes os dois passaram alguns dos piores momento de toda a jornada.

Expedição VIII
Os dois motoqueiros itaitubenses tilitavam de frio, enquanto as motos reclamavam sem parar, falhando bastante. A Yamaha XTZ 125 do Jota Parente ia na frente, sentindo bastante os efeitos da altitude. Houve momentos em que chegou a pedir primeira marcha, mas, aos trancos foi em frente. Já a Honda Bros 150 do Jadir reclava ainda mais, chegando ao ponto dele descer da mesma, engatar uma primeira e tentar empurrá-la. Tentar, bem que ele tentou, mas, quem foi que disse que conseguiu prosseguir mais do que uns 50 metros, pois nessa hora faltou oxigênio para o seu organismo. Jadir parou ofegante e resolveu montar novamente na moto.

Expedição IX
Assim, os dois chegaram à bela Ayacucho, e onde pensava, que poderiam seguir para Cusco. Contudo, foram informados que deveriam fazer o caminho de volta até Pisco, na costa do Pacífico, pois a estrada alternativa era péssima. Eles ainda tentaram, mas o bom senso mendou que desistissem. Como as correntes das motos estavam folgadas e precisavam de lubrificação, eles passaram numa oficina para fazer a manutenção.

O Fator Edgar Sosa I
Esse é o nome do cara que resolveu o problema. É o tipo da coisa em que as aparências enganam, pois trata-e de uma oficina de fundo de quintal, comandada por um profissional de grande qualidade, que resolveu um problema que nehum técnico habilitado, das diversas concessionárias pelas quais passamos conseguiu.

O Fator Edgar Sosa II
Nada de apenas dar ganho na regulagem do ar parfa melhorar a combustão, o que tentamos exaustivamente, sem nenhum sucesso. O que o Edgar fez foi diminuir a vazão de gasolina, dentro do próprio carburador. O resultado desse trabalhos foi que a viagem na qual se gastou um tempo enorme paera ir (mais de dez horas para pouco mais de 350 km), fosse feita em cinco horas na volta. Por muitas edições seguintes serão relatados todos os detalhes da Expedição Itaituba/Amazônia, que foi muito rica em acontecimentos.

Nós conseguimos!

Inicialmente, peço desculpas por ter chegado, junto com o amigo Jadir, e não ter dado notícias pelo blog. Isso deveu-se ao fato e ter-me acidentado entre Marabá e a entrada de Itupiranga.

Em conseqüência do acidente, tive que fazer o resto do percurso de ônibus, embora tenha tentado vir pilotando minha XTZ 125, até o último momento. Mas, a dor era insuportável, em virtude das fraturas sofridas no ombro esquerdo.

O acidente aconteceu a uns 20 km depois que terminou o asfalto, já na Transamazônica. O pneu da moto do Jadir furou. Ficamos uns 15 minutos dando com a mão, mas ninguém parou. Então, não podendo ficar parados ali, esperando por um milagre, decidimos que o certo seria eu ir atrás de ajuda. Assim foi feito.

Não sabíamos, mas, estávamos numa área de grande risco de assaltos.

Consegui chegar a uma borracharia, cerca de 30 km depois. O borracheiro disse que não poderia ir até onde estava a moto do Jadir, porque estava sozinho.

Comecei a fazer o caminho de volta. Para meu azar, a luz alta queimou. Daí para acontecer um acidente, faltava pouco.

Só com luz baixa, não cheguei a andar 5 km de volta, quando o pneu dianteiro caiu num buraco formado pela ação das chuvas e, mesmo estando devagar, não mais de 40 km/h, caí feio, vindo a fraturar o ombro esquerdo em 4 partes, o qual está imobilizado.

No caminho de volta, no ônibus, escapamos de um assalto por 10 minutos. Chegamos onde estava o ônibus que ia de Itaituba para Marabá, 10 minutos depois que os passageiros tinham sido assaltados. Cinco homens armados levaram tudo, incluindo as bagagens.

Terça passada estive em Santarém, onde fui atendido no Hospital Municipal, onde terei que retornar dia 16 para nova avaliação, quando será decidido se haverá ou não necessidade de cirurgia.

Está muito complicado digitar somente com uma mão. Contudo, sinto-me realizado, com a sensação de ter cumprido a jornada que me propus, tendo a agradável missão de levar bem longe o nome de Itaituba, junto com meu amigo Jadir, companheirão de todas as horas.

sábado, novembro 22, 2008

Voltando para casa

Sexta-feira passada, 14 de novembro, tivemos a enorme alegria de pisar, novamente, em solo brasileiro. Permanecemos por exatos 30 dias, fora do Brasil, tempo no qual percorremos na Venezuela, de sul a norte e de leste para leste, a Colômbia, de norte a sul, o Peru, de norte a sul e de oeste para leste, a Bolívia, país pelo qual passamos bem rápido, o Chile e a Argentina.

Em quase todos os lugares por onde passamos há serviço de internet. Ocorre que nossa correria não me permite estar em contato com a família e com os amigos, como gostaria. Não tem sido possível atualizar o blog com a freqüência com que os leitores esperam e merecem, uma vez que quase sempre chegamos à noite e partimos bem cedo. No dia que voltamos ao Brasil, de madrugada, preparei um texto diretamente na página de publicação do blog, mas, o perdi na hora de postar.

Todas as noites, antes de dormir, escrevo tudo o que aconteceu no dia. Está tudo registrado em uma agenda que minha mulher, Marilene Parente, colocou pouco antes de nossa partida. Já foram preenchidas mais de 200 páginas, sem faltar um só detalhe desta rica experiência. É material que vai ser publicado nas próximas edições do Jornal do Comércio, por muito tempo.

A VIAGEM – Tirando o aperto que passamos porque deixamos de trocar todos os nossos reais por dólares, na fronteira da Venezuela com o Brasil, vivemos momentos inusitados, perigosos e inesquecíveis. Comemos cada gororoba que só vendo. O pior cardápio foi na Venezuela. Como se come mal naquele país, onde a comida tem gosto de nada. É só atravessar a fronteira com a Colômbia que o sabor muda bastante e para melhor. No Peru dá para encarar e por lá o prato vem com uma quantidade enorme de alimento. Até lá o preço das coisas é bastante razoável, embora a gasolina não seja nada barata, apesar de ser menos cara que no Brasil.

O Chile é um país com uma qualidade de vida muito boa, mas, a vida por lá é bem cara. Se você está pensando em visitar o mesmo, prepare-se. Mais da metade do seu território é tomada por desertos e é exatamente lá que está a maior riqueza, a maior fonte de renda chilena. São as famosas minas de cobre, responsáveis pela maior parte das exportações. Nós passamos bem perto das jazidas, não entrando porque é proibido.

Tínhamos intenção de conhecer um pouco do deserto de Atacama. E não é que o atravessamos totalmente! Trata-se do deserto mais inóspito do mundo.

Entramos pelo norte da Argentina, por San Salvador de Jujuy, uma cidade de 800 mil habitantes, a qual é muito bem cuidada. E foi na Argentina o único país onde, de fato, tivemos problemas com a polícia rodoviária, porque os caras queriam porque queriam arrancar uma propina da gente. Mas, não demos.

Um dos momentos mais difíceis de toda a Expedição Itaituba-Amazônia, até o presente momento, foi a chuva de granizo que levamos nas costas. Porém, de tudo por que passamos, nada se compara ao rigor do frio intenso da Cordilheira dos Andes. Desse, nos consideramos. Vencemos a montanha, com sua rarefação do oxigênio, mas, ninguém consegue vencer aquele frio terrível. A não ser os nativos. Quem chega de fora sobrevive a ele.

O Jadir ainda conseguiu chegar a um posto de gasolina; eu estava atrás, parei e esperei passar, sentindo caírem as pedras de gelo sobre o capacete e sobre a jaqueta. Quando chegar a Itaituba contarei todos os detalhes pelo Jornal do Comércio e depois publicarei no blog.

No Brasil há uma semana, ficamos quatro dias em Itapiranga, terra do amigo Jadir, onde ele reencontrou seus familiares e amigos e nós aproveitamos para descansar, pois estávamos no nosso limite físico. No momento em que publico esta matéria, estamos em Itapecerica da Serra, pertinho da cidade de São Paulo, de onde seguiremos para Brasília, amanhã bem cedo e de lá rumaremos na direção de Itaituba.

No começo da semana que vem já será possível informar que dia chegaremos à nossa querida cidade pepita.

Um grande abraço todos e até à volta!

terça-feira, novembro 04, 2008

A caminho de Cusco

Passamos por Lima, cujo centro hisitórico é belíssimo. Infelizmente, nào havia um retorno que nos permitisse sair da Panamericana para chegar até o local, que era, ao mesmo tempo, tào perto de nós e táo longe. Passamos, entáo, direto para a cidade de Pisco, onde em agosto do ano passado aconteceu aquele terremoto terrível, que matou mais de 500 pessoas na hora e deixou mais de 300 desaparecidas. Como era sábado, véspera do Dia de Finados, e como chegamos à noite, resolvemos sair um pouco mais tarde de lá, para irmos até o cemitério local, para fotografar o local onde foi cavada uma vala na qual os parentes concordaram em promover o enterro coletivo das vítimas, pois a maioria, que já tinha muito pouco, tinha perdido o pouco que tinha.

Quarta-feira, três duas antes de termos chegado a Pisco, houve um abalo sísmico de 5,5 graul e outro da mesma intensidade na quinta. Felizmente, ficou somente o susto.

De Pisco partimos para Ayacucho, domingo, para de lá seguirmos para Cusco e Machu Picho. Foi uma pisada na bola, pois a estrada que vai para Cusco nào tem nenhuma condiçào. É de barro, com curvas curtas, nas quais a gente só pode pilotar a no máximo 40 por hora. Ainda tentamos, mas decimos tomar o caminho de Volta para Pisco, para aí pergarmos a Panamericana de novo e depois entrarmos na Transoceânica, esse sim, o caminho certo para Cusco. Isso fez com que perdéssemos um dia todo. Mas, tudo bem, porque Ayacucho é um lugar que respira hisitória, com uma populaçào de 150 mil habitantes e 33 igrejas, a maioria, do começo do Sélculo XVI.

Hoje de manhà saímos de Pisco com vontade de chegar a Cusco. Mesmo que nào tivéssemos que parar por 3 horas, 120 km depois de Nazca, nào teríamos chegado, porque é muito longe e a estrada cheia de curvas muito curtas. Tivemos que parar em Puquio, um lugar escondido no meio do nada, do deserto montanhoso do Pero, numa altitudade de quase 3 mil metros e um frio de rachar. Vimos as linhas de Nazca Amanhà cedo partiremos com destino a Cusco, com vontade de chegar lá.

Ontem passamos por Apacheta, um lugar há 4.746 metros de altura, o mais alto pelo qual passamos até agora. Quando chegamos perto de lá, fazia alguns minutos que tinha caído uma chuva de granizo.

Semana passada consegui falar com minha quarida mulher Marilene Parente, que estava com o Parentinho no colo, com meu querido filho Raoni e com minha querida filha Glenda. Só faltou o Ingo. A Marilene está dando conta do trabalho dela e do meu, tocando o Jornal do Comércio na minha ausência. Quando eu voltar terei muito que agradecer.

Informo que apesar de alguns percalços, eu e o Jadir estamos bem, tentando recuperar o tempo perdido com alguns incidentes atinentes à viagem. Pretendemos chegar na data prevista, até 14 de dezembro, no máximo. Estou com muitas saudades de todos.

Repito que só estou conseguindo publicar os comentários enviados para o blog. Nào há tempo para responder. As nossas motas estào respondendo bem. Um cara em Ayacucho deu um grau e acertou o ponto da moto do Jadir e de quebra melhorou o rendimento da minha. Estào subindo nas estradas montanhosas dos Andes sem reclamar.

Um agradecimento especial para minha sobrinha Ingrid pelo coentário enviado para o blog, dando força para nós.

Até a próxima!