terça-feira, dezembro 14, 2010

Pancadaria e liminar adiam eleição para presidente da Câmara

Não houve eleição para presidente da Câmara Municipal de Itaituba, na manhã de hoje, conforme estava marcado.



Uma liminar concedida pela Justiça, determinou a suspensão da eleição da mesa diretora.


Mas, até se chegar a esse momento, houve muita confusão no plenário.


Foi um dia de vergonha para o Poder Legislativo de Itaituba, manchando a atual legislatura. Essa página negra vai ficar registrada na história, da mesma forma que ocorreu em 1999, quando o prédio da Câmara foi depredado por simpatizantes do então prefeito Edilson Dias Botelho, cujo mandato os vereadores queriam cassar.

A seguir, a cronologia dos acontecimentos


08:50 - Seguindo um script previamente estabelecido, os vereadores Hilton Aguiar, João Bastos Rodrigues (Cebola), César Aguiar e Dadinho Caminhoneiro chegaram juntos ao prédio da Câmara, indo direto para o plenário. A vereadora Eva do Liberdade havia chegado alguns minutos antes. Esse sexteto estava fechado para votar em Cebola para presidente.


08:55 – O presidente da Câmara, Hilton Aguiar, toca a campainha, chamando os vereadores para a sessão. Somente os seis encontravam-se no plenário. Os outros cinco, Peninha, João Crente, Marcos da Ideal, Maria Pretinha e Dico não tinham aparecido até aquele momento.


09:00 – Plenário completamente lotado de populares e com apenas vereadores do grupo do presidente Hilton Aguiar. A sessão foi iniciada, chamada feita e nenhum dos outros cinco estava presente.


09:10 – Chegam Peninha, Dico, Maria Pretinha, João Crente e Marcos, com cara de poucos amigos. A essa altura já estava mais do que claro que o vereador César era um dos principais artífices do bloco de apoio a Cebola, pois ele ia toda hora até a mesa, conversar com Hilton.


A secretária, vereadora Eva do Liberdade, leu um documento protocolado na secretaria da Câmara, assinado pelos cinco do grupo de Peninha, pedindo que não houvesse a eleição no dia hoje. Que fosse primeiro votado o orçamento de 2011.


Logo depois Eva leu um parecer da assessoria jurídica da Câmara a respeito da solicitação dos cinco. O advogado da Câmara deu parecer favorável à realização da eleição da mesa.


Peninha, nesse momento, pediu ao presidente, Hilton Aguiar, que primeiro colocasse em votação o documento dos cinco vereadores, para, se quisesse, depois colocar em votação o tal parecer.


Hilton não tomou conhecimento, e mesmo diante da revolta de Peninha e de João Crente, só colocou o parecer do advogado em votação.

09:30 – O tempo fechou

Enquanto o parecer estava em discussão, o ex-vereador Israel Santos, diretor de Planejamento da Prefeitura, chegou junto da vereadora Eva do Liberdade, cochichando algo ao seu ouvido.


Hilton Aguiar não gostou daquela conversa e fez gestos para que os dois policiais militares que se encontravam no local, retirassem Israel de lá.


Os policiais não se mexeram. Quem decidiu tentar resolver a situação, na marra, foi um assessor do vereador Manuel Dentista, que chegou por trás, pegando Israel pelos braços, tentando imobilizá-lo.


Depois do susto, Israel, mais forte do que o seu opositor, desvencilhou-se do mesmo, aberturando-o pela camisa e jogando-o em cima da mesa diretora.


A essa altura, alguns simpatizantes dos dois lados invadiram o local restrito aos vereadores e ao pessoal da imprensas que faz cobertura das sessões. O tempo fechou, sobrou murro para um bocado de gente, houve quem caísse no chão e o tumulto quase se generalizou.

09:40 – Reforço da PM controlou a situação

 Chega reforço da Polícia Militar. Só então a situação começou a ser controlada.


Alguns vereadores tinham desaparecido do plenário, só aparecendo muitos minutos depois dos ânimos serenados.

10:10 - Eva passa mal. César duvida


A vereadora Eva do Liberdade debruça-se sobre a mesa de trabalhos, dando a entender que estava passando mal.

O vereador César Aguiar entendeu que ela estaria sendo muito pressionada. Mas, não acreditou que ela tivesse desmaiado, como foi dito e como parecia.

O capitão da PM que estava no comando do policiamento, pegou a vereadora nos braços, levando para o veículo que a transportou para um dos hospitais da cidade.

10:15 – Chega a Liminar


Quando a sessão estava sendo reiniciada, mais uma vez, um novo alvoroço se formou, dessa vez sem pancadaria, com a chegada de um oficial de justiça, de posse de uma medida cautelar solicitada pelos cinco vereadores do grupo de Peninha.


Como decisão da Justiça, cumpre-se, e no caso de não se concordar com ela, recorre-se, depois de alguns minutos o presidente Hilton Aguiar assinou a cópia do documento e informou a todos o que estava acontecendo, dizendo que, por decisão da Justiça a eleição da mesa diretora estava suspensa.


10:25 – Orçamento aprovado


A sessão foi retomada, já com os ânimos devidamente calmos. Não havia mais porque continuar a confusão.


Peninha ainda pediu que a votação do orçamento fosse adiada para outra data, mas, o presidente não lhe deu ouvidos e deu continuidade à votação. O orçamento foi aprovado por unanimidade.


Logo depois, os vereadores Peninha e João Crente fizeram críticas pesadas ao presidente Hilton Aguiar.