quarta-feira, agosto 09, 2006

Frase do dia

É triste chegar à idade em que todas as mulheres nos agradam e não podemos agradar a nenhuma delas. (A. Valdés)

Cidadãos de segunda categoria

O que se lê na grande mídia do Brasil desenvolvido é que o País bate recordes nas exportações, acumulando superávits sucessivos na balança comercial. Os grandes bancos se sucedem nos lucros semestrais. Os números da macroeconomia são sempre grandiosos e quase sempre positivos.

Enquanto isso, no andar de baixo, na turma que integra o varejo, a situação é bem diferente, mesmo englobando a esmagadora maioria dos brasileiros. Parece que vivemos em brasis diferentes, com indicadores econômicos diferentes.

Porque se preocupar com o Brasil do lado de cá, que produz pouco, que tem impacto discreto no volume total do que é exportado? O que importa se na Amazônia vivem em torno de 25 milhões de pessoas, se no resto de território nacional vivem outras mais de 160 milhões? A impressão que fica para quem teima em viver nesta imensa região amazônica é que o Poder central gostaria de fechar tudo isso para balanço, eliminando o homem desse contexto.

Tudo se proíbe, tudo se coíbe. Dificulta-se ao máximo a vida de todos nós com medidas draconianas que tornam a sobrevivência cada dia mais difícil. Assustam e preocupam as ações intimidatórias do governo, como a perpetrada há poucos dias pelo pessoal do Ibama e da Polícia Federal, que expulsou uma família de garimpeiros que vivia na área de expansão do Parque Nacional da Amazônia, que teve de abandonar o local com a roupa do corpo. Há informações de que metralharam os poucos pertences deles, incluindo as panelas.

Essa família está vivendo atualmente no bairro da Liberdade, em Itaituba, passando dificuldades, pois a única coisa que fez durante a maior parte da vida foi garimpar. Para o pessoal do Ministério do Meio Ambiente, isso não tem a menor importância. Não interessa se nos limites da área acrescida ao PARNA havia gente que vivia por lá há vinte ou trinta anos.

O mínimo que o governo poderia fazer pelas pessoas que já se encontravam há muito tempo, nessa e em outras áreas, seria indenizar as benfeitorias delas e assentá-las em outras terras onde pudessem trabalhar. Se assim agissem, estariam nossas autoridades respeitando esse povo que também é brasileiro e tem direitos que são ignorados.

De que adianta o Brasil apresentar números tão impressionantes de sua economia, se uma parte da gente deste País é tratada como paria do restante da sociedade? Os projetos para a região nunca saem do papel. Promete-se a asfaltar a BR 163, diz-se que os estudos foram concluídos e que não há mais nenhum empecilho legal para que a obra comece, mas não começa; promete-se implementar o Distrito Florestal da BR 163, mas é só conversa. Em fim, fica cada vez mais evidente que o Brasil de lá é diferente do Brasil daqui, que parece ter cidadãos de segunda categoria.

Esse editorial foi publicado na edição do Jornal do Comércio, que circulou hoje.

terça-feira, agosto 08, 2006

"Aeromoça quase foi jogada para fora do avião", relatam passageiros

IVONE PORTES
da Folha Online

"A porta se soltou e bateu na asa da aeronave. Todo mundo entrou em pânico. Uma aeromoça que estava perto da porta ficou se segurando para não cair do avião", conta a estudante Camila Silva, 24, um dos 79 passageiros do vôo 3040 da TAM que ia de São Paulo para o Rio na tarde desta terça-feira.

Poucos minutos depois de decolar, a porta dianteira, no lado esquerdo do avião --um Fokker 100-- se desprendeu. A peça caiu sobre um supermercado da rede Extra na avenida Ricardo Jafet, no Ipiranga, zona sul de São Paulo. O piloto voltou para Congonhas, pousando 17 minutos depois de iniciar o procedimento de decolagem.

Ricardo Kocher, 39, que pegaria um vôo para a Suíça no Rio, era um dos mais indignados. "E se fosse a uma altitude maior? O que iria acontecer? A porta passou raspando na turbina", afirma. "Uma aeromoça que estava perto da saída ficou toda descabelada e teve que se segurar para não ser jogada para fora", completa.

A dona-de-casa Edna Lopes Bezerra, 39, diz que não vai esquecer tão cedo do susto. "É um trauma para o resto da vida. Achei que ia morrer. Não sei mais quando vou voar de novo", diz.Segundo os passageiros ouvidos pela reportagem, uma das aeromoças afirmou que o problema pôde ser contornado facilmente porque o avião estava em baixa altitude. Mesmo assim, ao menos dois passageiros receberam atendimento médico no aeroporto por nervosismo ou problemas de pressão.

Maria de Lourdes Moreira, 48, também dona-de-casa, ia para Maceió passar férias, mas desistiu de embarcar novamente hoje. "Todo mundo entrou em pânico. Eu só pedia a Deus para rever meus filhos", conta Moreira.

Em nota, a TAM informou que "as causas do ocorrido já estão sob investigação das equipes de segurança de vôo das autoridades aeronáuticas e da própria empresa". Na mesma nota, a empresa afirma que o Fokker 100 passou por revisão em 28 de junho e que não há indícios de falha mecânica. "O avião estava com sua programação de manutenção rigorosamente em dia", diz o documento.

Lula amplia vantagem sobre Alckmin, diz Datafolha

da Folha Online

Pesquisa Datafolha divulgada hoje pelo "Jornal Nacional" e que será publicada na edição da Folha de S.Paulo desta quarta-feira revela que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera com folga a disputa pelo eleitor, com 47% das intenções de voto.

Em julho, o petista aparecia com 44% das intenções de voto.Na pesquisa, o tucano Geraldo Alckmin aparece em seguida, com 24% das intenções de voto do eleitorado --ele tinha 28% em julho.

A diferença entre Lula e Alckmin, que era de 16 pontos em julho-- subiu para 23 pontos no levantamento de agosto.

A candidata do PSOL à Presidência, senadora Heloísa Helena (AL), que havia despontado na pesquisa de julho com 10%, oscilou para 12% das intenções de voto em agosto.A pesquisa mostra que de julho para agora a taxa de intenção de voto de Lula subiu três pontos. No mesmo período, a taxa de intenção de voto de Alckmin caiu quatro pontos.

A queda de Alckmin também foi medida pela pesquisa CNT/Sensus, divulgada hoje. A pesquisa da CNT/Sensus mostrou que se a disputa fosse hoje, Lula venceria no primeiro turno com 60,5% dos votos válidos, contra 24,9% de Alckmin e 11,7% de Heloísa Helena (PSOL).

Segundo turnoNum eventual segundo turno, a vantagem do presidente Lula sobre Alckmin também subiu: de 10 pontos em julho para 17 pontos agora. De acordo com a pesquisa, Lula venceria com 54% das intenções de voto contra 37% de Alckmin.

Em julho, Lula tinha 50% e Alckmin, 40%.A pesquisa Datafolha foi realizada nos dias 7 e 8 deste mês e ouviu 6.969 eleitores em 306 municípios de 25 unidades da federação. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número 12.633/2006.

Câmara pode acabar com anonimato nos e-mails

O deputado Jefferson Campos (PTB-SP) propõe um projeto que pode acabar com o anonimato dos usuários de e-mail. O projeto prevê multa aos provedores que não mantiverem dados atualizados dos usuários.

O Projeto de Lei 6827/06 é típico da obra de George Orwell. O projeto estabelece que os provedores devam registrar, arquivar e manter atualizadas as seguintes informações sobre os titulares de endereços eletrônicos: nome completo, endereço residencial, número de identidade e número do Cadastro de Pessoa Física (CPF).

E você achava 1984 seria apenas ficção.

O projeto do deputado do partido envolvido no escândalo do mensalão também determina o registro de dados que permitam a identificação do usuário pelos provedores de serviços de correio eletrônico.

O registro deve ser feito no momento do fornecimento do endereço eletrônico. Os provedores devem manter, por um prazo mínimo de um ano, registros de todas as mensagens eletrônicas enviadas por usuário, endereço eletrônico do destinatário da mensagem, data e hora do envio da mensagem e endereço de rede temporariamente atribuído pelo provedor (endereço IP) ao computador utilizado para o envio da mensagem são os dados que deverão ser guardados.

A cada escândalo divulgado, milhões de e-mail's com ofensas de toda sorte são enviados às caixas postais dos parlamentares, sem qualquer distinção.O Cenin - departamento de informática da Câmara, realizou um estdo e apresentou ao deputado Aldo Rebelo (presidente da Casa) um relatório sobre o assunto.

Em resumo, como está, não há como o Firewall (barreira de fogo) do Provedor da Câmara filtrar as mensagens.Outros e-mail's têm conteúdo pronográfico, contém em anexo spams, cavalos de tróia e toda fauna do mal que multiplica-se como praga na Web.Há outros de moiçolas e rapazes faceiros oferecendo serviços sexuais.

Corretores anunciando triplex cinematográficos. Lojas de carros facilitando o pagamento na troca ou compra de modelos luxuosos. Um mercadão enfim...Achou pouco?Então leia: as penas para os anônimos serão multas (a menor será acima de R$ 10 mil, que será maior em caso de reincidência).E viva o povo brasileiro!
Fonte: blog Pelos Corredores do Planalto

Nos assentamentos o desmatamento é maior

A taxa de desmatamento nos assentamentos foi quatro vezes maior que a taxa média de desmatamento na Amazônia. É o que afirma este artigo, no qual os pesquisadores do Imazon analisam o desmatamento ocorrido em assentamentos destinados à reforma agrária.

Os autores sugerem medidas para melhorar a gestão ambiental dos assentamentos na Amazônia. Artigo da série O Estado da Amazônia de autoria de Amintas Brandão Jr. e Carlos Souza Jr.
Fonte: www.amazonia.org.br

Representação contra juíza é arquivada

A Corregedoria do TJ (Tribunal de Justiça) do Pará decidiu pelo arquivamento da representação solicitada pelos estagiários de Direito Paulo Ney Silva e Paulo Roberto Corrêa contra a juiíza Sandra Castelo Branco, de Itaituba.

A dupla acusou a magistrada de ser culpada pela "morosidade na tramitação" do processo criminal que tem como réu Francisvan Moraes Leite, cliente dos dois.- [Eles] não possuem legitimidade para ingressar com a presente representação, haja vista não estarem defendendo direito próprio, já que o processo objeto deste pedido, diz respeito a uma terceira pessoa, não havendo nos autos nenhum documento que comprove ter-lhes sido outorgada procuração conferindo aos mesmos tais poderes - decidiu a desembargadora-corregedora Osmarina Nery.