O discurso ácido do deputado estadual Tércio Nogueira (PROS), ontem, na tribuna da Assembleia Legislativa (Alepa), em repúdio à sequência de mortes de agentes da Segurança Pública, provocou uma série de reações em outros deputados, inclusive da base.
Soldado da Polícia Militar, ele chamou Simão Jatene (PSDB) e o comandante geral da Polícia Militar, Hilton Benigno, de “covardes”, “omissos”, “desnorteados” e “lesos”.
“O governador está tocando a Segurança Pública tão mal quanto o violão, de forma desafinada. É preciso providência urgente”, disparou em sua fala.
Eliel Faustino (DEM), que é líder do Governo no parlamento, minimizou a força do comentário e relativizou. “O que ele [Tércio] está falando é o que ele acredita que a tropa tem de ouvir, afinal é ano de eleição. Não temos de discutir eleição em meio a uma crise de segurança pública que é nacional”, analisou.
Também da bancada aliada, Júnior Hage, do PDT, adotou uma postura mais condizente com o que a população tem sentido na pele diariamente e cobrou mais firmeza do Estado. “Estou no terceiro mandato e desde o início defendendo que PMs não oficiais, ou seja, cabos e soldados, precisam morar em áreas específicas criadas para a categoria.
Como podem se defender morando ao lado de quem comete o crime? O Estado ouve há anos essa demanda e, quando tem uma crise, cria uma cúpula para inventar uma solução só para aquela crise, quando o problema é algo continuado.
”Ele assegurou ter defendido por diversas vezes, inclusive em audiências com Jatene, a troca do comando da Segurança Pública à época da gestão do general Jeannot Jansen.
“Ele ouve pesquisas encomendadas pelo próprio Governo, mas não a classe política. A população quer resultado, e não conversa”, frisou Hage.
Diário do Pará
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