Newton Ishii foi condenado na Operação Sucuri, mas recorreu. Caso de 2003 ainda corre nas esferas criminal e administrativa.
O Superior Tribunal de Justiça
(STJ) negou um recurso de três réus da Operação Sucuri, deflagrada em 2003,
contra 19 policiais federais, além de agentes da Receita Federal e da Polícia
Rodoviária Federal. Um dos envolvidos no caso é o agente Newton Hidenori Ishii,
que ficou conhecido como “Japonês da Federal”, ao aparecer constantemente
escoltando presos da Operação Lava Jato.
À época, as investigações mostraram que os agentes
facilitavam a entrada de contrabando no país, pela fronteira com o Paraguai, em
Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
Segundo
o advogado Oswaldo Loureiro de Mello Júnior, que defende Ishii e outros 14
réus, os processos decorrentes da Operação Sucuri ainda estão correndo na
Justiça e nenhum dos acusados cumpriu qualquer pena.
O
caso, contudo, segue sob segredo de Justiça. Em 2009, o juiz federal Pedro
Carvalho Aguirre Filho, que coordenava os processos em Foz do Iguaçu, emitiu
uma nota esclarecendo apenas que os agentes federais condenados haviam recebido
penas que variavam entre oito anos, um mês e 20 dias de reclusão, além de
160 dias-multa a quatro anos e oito meses de reclusão e 100 dias-multa.
"Um
denunciado do grupo de contrabandistas foi absolvido de todas as acusações, bem
como do grupo de servidores públicos federais, réus nas ações penais
decorrentes da Operação Sucuri, foram absolvidos quatro Agentes de Polícia
Federal e dois Técnicos da Receita Federal", explicou Aguirre Filho, sem
detalhar os nomes dos réus.
Na
decisão do STJ, tomada pelo ministro Félix Fischer, há um trecho que trata da
redução de pena para quatro anos, dois meses e 21 dias de prisão, em regime
semiaberto e mais 95 dias-multa. Todavia, o texto do magistrado não deixa claro
sobre qual dos três apelantes terá a pena reduzida. A defesa de Ishii diz que
ele foi condenado apenas a pagar cestas básicas.
O
advogado de Ishii garantiu que já recorreu da decisão, à 5ª Turma do STJ, já
que a decisão contra os clientes foi monocrática. Ainda de acordo com ele, há a
possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal, caso continue com
decisões desfavoráveis.
Ainda
de acordo com o advogado que o defende, o "Japonês da Federal” responde a
três processos, derivados da Operação Sucuri, sendo um na esfera criminal,
outro administrativo e um terceiro por improbidade administrativa. Todos estão
em andamento.
Fonte: O Globo
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