Antes de iniciar esse texto, gostaria de esclarecer que sou nascido e criado em Itaituba, Pará. Além disso, já estive em Santarém, Altamira, e várias outras localidades da região Oeste do Pará. Por isso, creio que conheço bem a região e os seus problemas. Mais ainda, sou a favor e defendo fortemente o plebiscito e a criação do Estado do Tapajós. Apesar de ser a favor de ambos o plebiscito e a divisão, proponho os seguintes questionamentos para os formadores de opinião da região, de modo que possamos discutir e entender plenamente a nova realidade que pode estar por vir:
1) Santarém está preparada para assumir o papel de capital de um novo estado? Em quais perspectivas (exceto econômica, geográfica e populacional)? Os parlamentares estaduais e federais de Santarém têm defendido o desenvolvimento de cidades menores e mais distantes do oeste do Pará, que tem pouca ou nenhuma representação política? Estão preparados para assumir o papel de capital de um novo estado? Quais são os sinais existentes hoje de que Santarém fará um trabalho (muito) melhor do que Belém fez?
2) As melhorias que a criação de Tocantins e Mato Grosso do Sul foram sistematicamente disseminadas, ou somente localizadas na nova capital? Qual a melhoria no IDH dos municípios mais afastados, nos novos estados? Compensaram os investimentos na criação das novas entidades federativas?
1) Santarém está preparada para assumir o papel de capital de um novo estado? Em quais perspectivas (exceto econômica, geográfica e populacional)? Os parlamentares estaduais e federais de Santarém têm defendido o desenvolvimento de cidades menores e mais distantes do oeste do Pará, que tem pouca ou nenhuma representação política? Estão preparados para assumir o papel de capital de um novo estado? Quais são os sinais existentes hoje de que Santarém fará um trabalho (muito) melhor do que Belém fez?
2) As melhorias que a criação de Tocantins e Mato Grosso do Sul foram sistematicamente disseminadas, ou somente localizadas na nova capital? Qual a melhoria no IDH dos municípios mais afastados, nos novos estados? Compensaram os investimentos na criação das novas entidades federativas?
3) A população de Santarém seria tão enérgica na defesa de um novo estado se a capital fosse outra cidade, Rurópolis por exemplo?
4) Há movimentos no Sul do País que visam a independência do Brasil. Os ideais e as motivações nesses contextos são as mesmas defendidas pelos defensores do Tapajós. Devemos então defender um plebiscito para consultar a população do Sul sobre a mesma se separar do Brasil? Não seria usar "um peso e duas medidas" defender o nosso direito, e negar o deles?
5) As zonas administrativas criadas no Pará, com sede em Santarém e Marabá, não são alternativas à divisão do estado? Se não resolvem, por que resolveria a criação de um novo estado com sede justamente nessas cidades?
6) Todos os municípios da região têm a mesma empolgação que Santarém nessa divisão? Como lidar com uma eventual não aprovação da divisão do estado em cidades como, por exemplo, Itaituba e Altamira? Como os defensores da divisão sugerem lidar com essa decisão democrática?
Nos parágrafos a seguir, trato com mais detalhes cada uma dessas perguntas.
Eu concordo que temos sido sistematicamente abandonados pelo Governo do Estado, cujas políticas públicas tem sido mais voltadas ao nordeste do Estado do que para as regiões oeste e sudeste. Por exemplo, basta pegar o mapa do Pará e ver que há mais estradas estaduais no entorno de Belém do que em todo o resto do Estado. Houve mais esforços e investimentos para construir espaços turísticos em Belém do que obras de infra-estrutura básica em várias outras cidades. Quando alguém em Itaituba, Jacareacanga ou Rurópolis (por exemplo) precisa de atendimento médico especializado de urgência, precisa pegar avião (quando isso é possível) e percorrer grandes distâncias para obter tratamento em Santarém (quando não Belém). Enfim, motivos não faltam para acreditar que muito do interesse para dividir o estado de fato surgem desses problemas. Eu também não acredito, ao contrário do que pensa a imprensa do Sul/Sudeste, que a principal questão seja o custo da criação dos novos estados. Ao contrário, deve-se discutir o que eles podem representar para a melhoria do IDH nessas regiões (que é muito baixo, por sinal).
No entanto, uma profunda discussão deve ocorrer em torno da criação do novo estado e todos os aspectos envolvidos. Por exemplo, muito se argumenta que a divisão do estado do Tocantins trouxe inúmeros benefícios para a população de Palmas. Vi vários comentários de pessoas pró-divisão usando esse ponto como argumento, e inclusive li sobre pessoas que moram em Palmas que a cidade é um celeiro de desenvolvimento. Minha pergunta seria: e quanto ao interior do estado do Tocantins? Como as cidades que compõem o estado eram ontem, e como são hoje?
Se hoje a região oeste do Pará vive essa situação de abandono com Belém sendo a capital, qual a garantia que temos que amanhã não será o mesmo com Santarém? Em outras palavras, qual a vocação que Santarém tem demonstrado de que pode ser a capital de um novo estado? Que a cidade tem a economia mais forte da região, sem dúvida. Que possui melhor infra-estrutura, isso é inegável. Que é melhor localizada geograficamente para ser a capital do futuro estado, também. Só que esses argumentos não são válidos para defender uma nova capital. Fosse assim, Brasília não teria sido capital do Brasil, e Palmas não teria sido capital do Tocantins. Santarém realmente terá condições de fazer o que Belém não fez pela nossa região? Tem feito isso até hoje? Os deputados santarenos têm lutado com afinco pelos problemas de Novo Progresso ou Jacareacanga? Talvez falte melhor noção do que tem acontecido na minha região. No entanto, sinceramente conheço pouquíssimas iniciativas dessa natureza.
Muito pelo contrário, as iniciativas vindas de Santarém não tem me dado a plena confiança de que as benesses da divisão seriam amplamente distribuídas, na minha opinião. Por exemplo, recentemente o Aeroporto de Itaituba teve problemas por falta de infra-estrutura e precisou ser fechado. Os comentários que eu li (inclusive aqui no blog) era de que Santarém ia precisar de mais investimentos da Infraero. Um dos motivos argumentados, entre vários outros legítimos, era que Santarém iria precisar ampliar o seu aeroporto para dar conta dos passageiros de Itaituba que passariam a utilizá-lo. Com isso eu me pergunto onde estão os ideais de que formamos uma região que precisa se ajudar. Quer dizer, ao invés de ajudar Itaituba, vislumbrava-se somente a oportunidade de aumentar o fluxo de passageiros em Santarém. Apesar de termos uma grande bancada parlamentar do oeste do Pará nos representando, foi somente (e finalmente) com o Dep. Dudimar Paxiúba que a questão do Aeroporto de Itaituba tomou relevância. Eu não vi o vice-governador do estado, um santareno, tomar partido e lutar pela melhoria do aeroporto local, limitando-se a dizer que o aeroporto é uma concessão ao município. Há também outros casos, como a criação de uma Área de Livre Comércio especialmente para Santarém (o que pode trazer prejuízos para a população do restante da região que ficaria de fora, vide caso de Manaus / Amazonas), e a tentativa de Santarém de fazer com que Blairo Maggi instale em Santarém um porto de escoamento de soja, sendo que esse já havia demonstrado interesse em instalá-lo em Miritituba. Resumindo, Santarém tem realmente buscado a unidade e o desenvolvimento das cidades que fazem parte da região candidata a formar um novo estado sob a sua jurisdição?
Não há dúvida que a futura capital Santarém, a exemplo de Palmas (TO) e Campo Grande (MS), irá se beneficiar da divisão. Muito provavelmente isso seja o motivo das várias carreatas que ocorreram na cidade comemorando a aprovação do plebiscito. O problema, no entanto, é se esse desenvolvimento pujante ficar restrito a Santarém. Ao defender a criação do novo estado, eu fico com receio de passar a pagar (via impostos) pelo desenvolvimento somente de Santarém, a exemplo do que hoje fazemos com Belém. Além disso, será que a aprovação do plebiscito seria recebida com tanto entusiasmo, se a capital fosse instalada em outra cidade, por exemplo Rurópolis? Os santarenos continuariam defendendo tanto a idéia de divisão do estado? Sinceramente, não acredito que isso aconteceria. E não sejamos muito ingênuos de achar o contrário.
Eu moro em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, e há muito tenho visto várias pessoas defendendo a separação do Rio Grande do Sul do Brasil. Os argumentos são os mesmos defendidos pelo oeste do Pará. Por exemplo, os repasses da União são muito inferiores ao volume de impostos pagos pela população local. Se a população do oeste do estado defende que o governo do Estado está muito longe da realidade da região, por que eu não haveria de defender que o Rio Grande do Sul está "longe" de Brasília (longe no sentido de que há "poucas" obras federais aqui)? Pessoas que defendem essa idéia aqui são várias. Claro, existe bastante influência neo-nazista nessa idéia de separação do Sul, por isso sou contra! Mas também há muitos bons argumentos a favor da separação aqui. Por isso, seria meio hipócrita da minha parte defender a divisão do Pará, mas não defender a separação do Sul.
Ao citar o exemplo do Rio Grande do Sul, eu procuro chamar a atenção para o seguinte ponto: a solução para os problemas do Rio Grande do Sul está de fato na separação (do restante do Brasil), ou na revisão do pacto federativo? Talvez não morasse aí a solução para os problemas do Oeste do Pará? Li em vários fóruns a idéia de criarmos sub-zonas administrativas, com sede nas cidades mais importantes. Creio que isso já existe atualmente, sendo Santarém e Marabá sub-centros do Governo do Estado. A pergunta é: se existe, por que não funciona? Por que haveria de funcionar um novo governo, em um estado recém criado, se essa idéia de regionalização da administração não funciona?
Outra questão. Vamos assumir que o plebiscito foi aprovado, tudo foi devidamente discutido, e dividir é o melhor para a região. Com certeza essa idéia terá a aprovação da maioria em Santarém. Mas e se os eleitores de Jacareaganca, em sua maioria, responderem "não"? E se Novo Progresso responder "não"? E se Itaituba e Altamira responderem "não"? Eu não encontrei no Projeto de Decreto Legislativo 731/00 respostas para essa pergunta. De qualquer forma, gostaria de saber o que pensa a população do oeste do Pará, e sobretudo os defensores do movimento pró divisão, diante dessa possibilidade. Não sei se essa é uma realidade iminente (algum município não aprovar a criação do estado). O fato é que, ao contrário de Santarém, não vejo essa mesma empolgação pró Tapajós em Itaituba, Altamira, e em outras cidades. Esse inclusive pode ter sido um "tiro no pé" que o movimento pró divisão deu, ao concentrar a maior parte de suas ações, palestras, seminários, etc. na maior interessada na história, Santarém. Outro ponto: a divisão de um estado com certeza tem uma dimensão muito maior do que a eleição de um prefeito, ou governador, ou presidente. Um estado, mesmo não tendo elegido um presidente, aceita o novo presidente por fazer parte de um pacto federativo. Aqui, ao contrário, estamos discutindo a formação de um novo pacto, que a maioria da população de algum município pode não ter interesse em integrar.
Enfim, pontos a favor e contra são o que mais existem para a criação do novo estado. A pergunta é se estaríamos multiplicando por dois os problemas existentes, ao invés de dividir por três, ao dividir o estado do Pará. Creio que todos esses pontos serão levados a luz nas discussões sobre a divisão do estado que ocorrerá pré-plebiscito. Não sou contra a idéia de dividir o estado. Sou sim contra a perspectiva de Santarém se tornar, para o Tapajós, o que Belém é hoje, para o estado atual.
Weverton, gostaria de poder colaborar com seu comentário e indagações, não sei se tens passado por Tocantins e Mato Grosso do Sul nos últimos anos e também não sei se tiveste o desprazer de conhecer antes do desmembramento de Goias e Mato Grosso consecutivamente e o que posso dizer-lhe é que a diferença hoje é absurda, por tanto amigo, pior não vai ficar em nosso caso, mas de qualquer forma é importante esse débate.
ResponderExcluirO Mato Grosso de 1920 tinha um PIB menor que a Paraíba. O de hoje (MS-MT-RO)se aproximam, juntos, do PIB do Paraná (100 Bilhões), quinta economia do Brasi. Goiás, seguia os mesmos passos de Mato Grosso, com relaçao ao pequenino Estado do Nordeste. Hoje ostenta R$150 bilhões (Goiás, DF + Tocantins)por ano.Será que valeu a pena ter investido menos de R$ 5 bilhões para reorganizar territorialmente estes 06 Estados. São cerca de metade das divisas de exportações do país e cerca R$ 80 bilhões de impostos por ano. A criação de Carajás e Tapajós é o ACONTECIMENTO DO SÉCULO e deve encher de júbilo e alegtia não apenas todos os paraenses como os brasileiros de todos os quadrantes do Brasil. Isso é apenas o começo da trilha de progresso e desenvolvimento da Amazônia e do novo Brasil que se aproxima.
ResponderExcluirTentando contribuir para a discussão democrática do tema "plebiscito para o Estado do Tapajós,farei uns breves comentários,pessoais,sobre os questionamentos do Weverton Cordeiro.
ResponderExcluirEu era mineiro,agora sou paraense,a 28 anos,com esposa,4 filhos e 4 netos nascidos aqui.E resumo minha esperança,comentando cada ítem proposto.
1.É natural que Stm se sobressaia mais q outras cidades na campanha,que queiram a Capital lá,pois já funciona como nossa capital regional,mas a decisão só virá após estudos de viabilidd sócio-econômica-geográfica.Agora é prematuro desgastar-se com o tema.O foco é a aprovação do Plebiscito.O que sabemos e sentimos na pele é a enorme distância física,descompromissada e de abandono que Belém nos imprime.
2.O participante dos comentários,Roberto C.L.de Castro,demonstrou o crescimento ecoômico dos outros Estados criados,o que nos leva a crer q houve também melhora no IDH.Nesse caso temos modêlos a copiar.
No tocante a reflorestamentos,assunto q conheço,houve um aumento de 2 para 5 milhões de hectares plantados em áreas degradadas,desmatadas e antropizadas,apenas nos últimos 5 anos.Poderemos replicar por aqui e atrair investidores e a atenção do mundo para a preservação de fato.
3.Não acredito que o q mova STM seja apenas o fato de serem potencialmente a Capital,mas se assim o for precisamos prepará-los para outras opções desde já e não ficarmos contagiados por "bairrismos".O benefício será de todos.
Exemplificando,Campinas-SP é a cidade com a melhor logística em estradas em S.P.,nem por isso é a Capital.
4.Não tem nenhum sentido comparar o desmembramento do RS com o Tapajós ou Carajás.Aqui a parte desmembrada,seus habitantes,sua economia e frutos,toda a riqueza material e cultural,etc, continuarão brasileiras,enquanto que no RS seria um outro país,descaracterizando-se.Não cabe aqui a expressão "um peso e duas medidas".Aqui seráo pesos e medidas iguais.Continuaremos brasileiros.
5.Zonas Administrativas são apenas representações,não tem poder de decisão.Não tem setores de apoio à tomada de decisões em todos os níveis e urgências necessários.Nem autonomia de verbas para a implementação de ações que alavanquem o desenvolvimento.Enfim ,não tem foco.Precisamos ser governados por quem conhecemos,mais de perto.Se não o fizerem direito decidiremos se continua.Poderemos preparar as novas gerações aqui mesmo.
6.A opinião da região de Altamira é desconhecida por mim.Amanhã,dia 19,haverá uma palestra aqui em Itaituba,proferida pelo combatente e persistente Prof.Edivaldo e outros que trarão informações técnicas e saberemos a situação geral.
Aqui a empolgação é grande,seja na cidade,vilas,fazendas,Comunidades.E ainda nem começamos as visitas de concientização.O que move a todos,apesar da descrença e desapontamentos chama-se "ESPERANÇA",de dias melhores.
Portanto caro Weverton,temos de fazer o que voce fez,ou seja,emitir opiniões,instigar as pessoas a reagirem e demonstrar o que pensam e desejam,adotar a causa de forma conciente.Criar um Estado exemplar,sem vícios e que nos traga dignidade.
Agradeços aos comentários postados, e creio que eles contribuem muito para a discussão apropriada sobre o tema. A minha intenção é justamente provocar o debate, para que possamos decidir com consciência sobre o futuro da região. Afinal de contas, essa decisão afetará a vida de 7.5 milhões de pessoas, e precisará de um alto investimento.
ResponderExcluirAlém disso, não podemos cair no erro de acreditar que a divisão do estado resolverá um problema que, muito mais do que político, é econômico. Nossos indicadores sociais são fracos somente por causa do abandono político da nossa região? O próprio "abandono" econômico, o desinteresse da população local em investir no nosso próprio negócio, suas próprias empresas, não é igualmente importante? O empreendedorismo local, ingrediente vital para o desenvolvimento de nossa região, não surgirá a partir da divisão.
Sobre os comentários para cada questão, seguem contra-argumentos:
1. Não concordo que é prematuro discutir a viabilidade sócio-econômica antes da aprovação do plebiscito. Como defender o novo estado sem deixar claro que o mesmo é viável, em todos os aspectos? Por que haveria de votar SIM sem saber que resultados devemos esperar, e como atingi-los? Nesse ponto, o IPEA tem apresentado os melhores estudos contra a divisão. Por que não investir energia para elaborar os melhores estudos técnicos a favor da divisão?
Sobre Santarém se sobresair politicamente justifica que ela possa decidir os rumos do novo estado sem ter foco na região como um todo. Qual o foco que tem sido dado à melhoria da qualidade de vida da população de Faro? Quais as chances de Jacareacanga continuar "distante" do centro de poder? Não podemos ter medo de discutir a fundo esses pontos, e admitir que os riscos de continuar tudo como está, após a divisão, existem, e que são grandes.
2. Não podemos defender um projeto sem uma clara visão sobre os retornos para cada real investido. Além mostrar números gerais e dizer que a situação da região A ou B melhorou após um desmembramento, precisamos relacionar tais números com o processo de criação dos novos estados, com os investimentos feitos, retornos obtidos, etc.
Vários estados brasileiros melhoraram seu IDH nos últimos anos (não apenas os novos). Em que medida a melhoria nas novas unidades da federação não foi uma consequência do desenvolvimento do próprio país?
3. Por isso creio que precisamos de um projeto sério de novo estado, para garantir que essas coisas não venham a acontecer. Por que Tapajós não é igual à Carajás, e à Tocantins, no qual ambos previram a criação de uma nova cidade para ser capital? Por que não Rurópolis? Sobre a questão Campinas vs. São Paulo, realmente cabe a comparação? Há interesse em dividir São Paulo?
4. As motivações para a divisão das duas regiões (Sul do Brasil e Oeste do Pará) são exatamente as mesmas, por isso a comparação.
5. Concordo, só que com ressalvas. Porque Santarém, com sua influência política, e considerando a história recente na qual dois vice-governadores foram eleitos, não se empenhou em fazer funcionar a sua zona administrativa, tirá-la do papel? Não seria a falta de vontade política (em fazer funcionar o que temos) o impedidito para procurar outras soluções além da divisão?
6. Há uma passagem no artigo científico A SECESSÃO NORTISTA: ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS DA REDIVISÃO TERRITORIAL NO ESTADO DO PARÁ que comenta um caso acontecido em Altamira, onde o vice-presidente da Frente Popular pelo estado de Tapajós, Sr. Orlando Pereira, foi vaiado durante sua palestra sobre as vantagens da criação de um novo Estado. "Alguns dos ouvintes se manifestaram através de palavras agressivas e afirmavam que "era melhor ser fundo de quintal de Belém do que de Santarém".
Por que isso ocorre? Por que esse sentimento existe? Por que há essa falta de consenso sobre o tema? Se todos nós vivemos a triste realidade de sermos abandonados por Belém, porque há o temor de passar a ser capitaneado por Santarém?